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É jornalista e assessor de comunicação

Impossível falar de pandemia sem exaltar ação de agentes comunitários

Não é difícil encontrar casos em que primeiro o paciente procura pela agente de saúde para contar dos sintomas, evidenciando o elo do profissional e as famílias

  • George Costta É jornalista e assessor de comunicação
Publicado em 02/06/2021 às 14h00
Agente comunitário de saúde da Prefeitura de Vitória
Agentes comunitários de saúde da Prefeitura de Vitória. Crédito: Divulgação / PMV

É impossível falar da pandemia da Covid-19 e não citar aqueles profissionais, em sua maioria mulheres, que atuam como Agentes Comunitário de Saúde (ACS). São guerreiras, profissionais de extrema excelência e que também estão “bem na linha de frente” no enfrentamento ao novo coronavírus.

E sua atuação é fundamental para não causar amedrontamento, pânico e orientar a população sobre autocuidado e o funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS). Entre as principais responsabilidades dos agentes está a manutenção do vínculo com a comunidade, é ele quem vivencia os problemas específicos de saúde e os sociais.

Elas vão às casas, realizam mapeamento de doenças e, durante a pandemia, recepcionam e fazem a primeira orientação aos sintomáticos e assintomáticos que chegam em busca de um atendimento nas unidades básicas de saúde. Por isso, deixo aqui registrado o meu respeito e admiração por todas essas profissionais que não mediram e não medem esforços para proporcionar um acolhimento digno, humano e qualitativo à população.

Embora a implantação do Programa de Agentes Comunitários de Saúde tenha tido papel fundamental na origem da Estratégia de Saúde da Família, a profissão de ACS só foi criada em 2002, por meio da Lei 10.507, que dispõe, em seu art. 3º, que o ACS deve residir na área da comunidade em que atuar, ter finalizado com aproveitamento curso de qualificação básica e, ainda, ter concluído o ensino fundamental. Segundo dados de dezembro do 2020 da Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo (Sesa), a Atenção Básica cobre 79,46% do Estado, já a Estratégia de Saúde da Família, cobre 65,11%. Ainda, segundo dados da Sesa, o Estado conta com cerca de cinco mil agentes comunitários de saúde.

Apesar de sua importância estratégica dento do sistema, em momentos de crise expondo ainda mais a sua importância, o tático operacional mudou, algumas realocações aconteceram, como o trabalho remoto. Elas realizaram, por meio de ligações, o monitoramento dos testados positivos e o acompanhamento no inquérito sorológico realizado no início da crise sanitária, com visitas as residências.

Na comunidade, não é difícil encontrar casos em que primeiro o paciente procura pela agente de saúde para contar dos sintomas, evidenciando o elo do profissional e as famílias mais vulneráveis, que precisam não apenas de recursos financeiros, mas de informações qualificadas de acesso ao direito à saúde. Embora coloquem todo o profissionalismo em prática durante o exercício do ofício, a inquietude é algo que as atormentam. Elas temem pelo bem-estar família, buscam por melhores condições de trabalho e lutam pelos 40% de insalubridade concedidos aos profissionais que atuam na linha de frente da pandemia.

E, como todos nós, esses profissionais, às vezes tão pouco citados nos noticiários como integrantes de equipes de saúde à frente da pandemia, anseiam por dias melhores, estão esperançosos e acreditam no trabalho e na transformação que promovem frente ao público atendido. Se a classe fosse mais potencializada e fortalecida, certamente, garantiríamos mais saúde integral, com investimentos na saúde e não na doença.

Afirmo isso na condição de filho de uma profissional dessa categoria. Sim, vejo e sinto de perto a força, a dedicação e, acima de tudo, o cuidado, o respeito e a paciência com o ser humano. Mais uma vez registro aqui o meu respeito e parabenizo pelo excelente serviço prestado à sociedade.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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