Após quase um mês de bloqueio, indígenas desocupam ferrovia em Aracruz
As comunidades indígenas de Aracruz desbloquearam no final da tarde desta sexta-feira (13) o ramal ferroviário Vitória-Minas, que vai de João Neiva aos portos da cidade do Norte capixaba, em Barra do Riacho. Conforme noticiou o colunista Abdo Filho, o trecho estava bloqueado desde o dia 17 de setembro. O motivo era a insatisfação com os rumos da negociação entre as empresas Vale e BHP, sobre a indenização referente ao rompimento da barragem da Samarco, em novembro de 2015.
Em uma assembleia feita no dia 7 de outubro, o Conselho Territorial de Caciques Tupinikim e Guarani, constituído para representar as comunidades, decidiu pela flexibilização da mobilização na ferrovia. A assembleia ocorreu após a deliberação do Juiz da 4ª Vara Federal de Belo Horizonte, Dr. Vinicius Cobucci, que estipulou que o Conselho deveria convocar as Aldeias dos Territórios Tupinikim e Comboios, para deliberar sobre a desobstrução da linha férrea que passa dentro da Aldeia Córrego do Ouro. Com isso, a desobstrução foi marcada para o dia 13 de outubro e ocorreu, conforme o previsto, no final da tarde de sexta-feira (13).
Por nota, o Conselho Territorial informou que aguardará a audiência marcada para a próxima terça-feira, dia 17 de outubro, onde a sociedade mineradora VALE, BHP e Samarco irá apresentar um retorno às comunidades sobre as reivindicações feitas pelos indígenas. Por nota, eles ressaltaram que "não havendo propostas que atendam os pleitos dos Povos Originários, estaremos mobilizados com as Aldeias, para uma nova deliberação quanto aos próximos passos a serem tomados".
Por nota, a Samarco e a BHP Billiton informaram que: "permanecem abertas ao diálogo com as lideranças e associações Tupiniquim e Guarani das Terras Indígenas de Aracruz (ES), a fim de discutir demandas específicas relacionadas aos territórios desses povos originários. A empresa esclarece que os acordos firmados com as lideranças e as associações indígenas têm sido executados como parte do processo de reparação."
Já a Vale, por nota, disse que, "como concessionária da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), mantém o diálogo permanente com os povos originários, em atuação conjunta com a Samarco e BHP e confia nos esforços para manter a normalidade das suas operações. Os acordos firmados têm sido integralmente executados e cumpridos pela Fundação Renova".