Publicado em 26 de julho de 2019 às 20:23
Muita gente começa uma atividade física pensando em perder peso, entrar em forma, sem saber que ela pode fazer um bem muito maior. De fato, o exercício ajuda a emagrecer. Mas as vantagens não ficam restritos na aparência.>
Exercitar-se de forma rotineira melhora a saúde em geral, física e mental, não importa qual modalidade. Pode te deixar menos gripado e mais bem disposto, com memória afiada, menos tenso para encarar os problemas do dia a dia, dormindo de forma mais tranquila. Há tantos benefícios que eles vão se refletir lá na sua velhice.>
O exercício regular promove uma harmonização nos hormônios e neurotransmissores ligados ao bem-estar, que ficam em um nível ótimo, diz o médico neurologista Leonardo Maciel.>
Um dia ativo propicia uma boa noite de descanso, acredite. Já é provado que fazer atividade regularmente, princialmente de dia, ajuda na manutenção do sono saudável. Tem a ver com a produção de um neurotransmissor, a dopamina, que gera a sensação de prazer. Mas o ideal é não deixar para praticar perto da hora de ir dormir, o que não é legal para o início do sono, afirma o médico.>
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Mecanismo>
O mesmo mecanismo explica por que fazer exercício deixa as pessoas mais de bem com a vida, menos ansiosas e depressivas.>
Em meio a uma crise de depressão, a influenciadora digital Maira Miranda, 35 anos, resolveu dar um passo importante, literalmente. Foi nas aulas de dança que ela encontrou seu equilíbrio, de corpo e mente. Lembrei que tive uma experiência anos atrás com a dança contemporânea. E resolvi buscar isso. É lá que me encontro comigo mesma, que olho para dentro de mim. E faço de forma intensa. Saio suada da aula, conta ela, que é dona do perfil Mãe no Mundo, no Instagram.>
A dança não é o único recurso de Maira na luta contra essa doença: A depressão exige um tratamento completo, muitas vezes requer terapia, medicamento. Mas também requer mudanças no estilo de vida para buscar momentos de felicidade e harmonia consigo mesmo. E a dança tem um papel muito importante nisso.>
Diretora da escola de dança onde Maira se matriculou, a bailarina Karla Parmagnani, já ouviu muitos relatos como esse. Como da aluna que teve um AVC e se recupera com os movimentos da dança.>
Ela faz vários tratamentos, mas desde que entrou para a aula de flamenco, a autoestima dela melhorou tanto que ela larga a muleta e vai mancando para a sala de aula. Alguém já disse que quem dança é mais feliz. Dançar é mais que uma atividade física. Melhora estado de ânimo, potencializa a concentração, é bom para a socialização... É um divã, sabe? Porque fortalece as emoções, as conexões, é divertido, destaca.>
Doenças>
Várias doenças, na verdade, podem ser prevenidas com uma boa dose de exercício diária. E uma dose pequena já basta, segundo o personal trainer Jhonny Costa.>
Tanto a Organização Mundial de Saúde quanto o Colégio Americano de Medicina recomendam que a pessoa faça 150 minutos de atividade física por semana. Não é preciso fazer todos os dias. Três vezes por semana já dá resultados, observa ele.>
Pode ser musculação, corrida, caminhada, pilates... Para quem tem problemas com diabetes, por exemplo, o exercício, seja qual for, aumenta a capacidade da insulina de absorver a glicose no sangue. A atividade física também reduz a pressão arterial em hipertensos. E libera enzimas que fortalecem a parede das artérias, reduzindo riscos de AVC, derrames cerebral e infarto.>
Jhonny lembra, porém, que se exercitar demais também não é o certo. O excesso do exercício faz mal tanto quanto o sedentarismo. Muitas horas de academia seguidas ou pedalando demais pode causar problemas cardiovasculares, além de outras doenças.>
Aposentada de 71 anos trocou remédios pelas aulas de pilates>
Dona Maria das Graças Mandes não tinha vontade de fazer quase nada. Sentia muitas dores no corpo, o que a deixava em um desânimo só. Tinha dor na cervical, na lombar, enxaquecas. Eu andava curvada. Quando eu viajava de carro, ficava toda quebrada, conta a aposentada de 71 anos.>
Exercício era algo impensável para ela naquela época, coisa de dois anos atrás. Antes eu até caminhava de vez em quando, mas fui parando... E as dores foram chegando. Tomava vários medicamentos diferentes. Era anti-inflamatório, analgésico. Tinha dias em que chegava a tomar oito comprimidos.>
O que dona Graça não sabia era que o remédio para o problema dela era outro: exercício. E ela só descobriu isso porque resolveu ouvir um conselho da filha e se matricular no pilates.>
No início, foi difícil encarar as aulas. Eu morria de medo dos exercícios. Não conseguia fazer quase nada, como sentar na bola do pilates, elevar o quadril... Achava que ia cair. Aí meu neto nasceu e quase desisti de fazer.>
Animação>
Felizmente, a aposentada continuou firme e forte na atividade. Agora, ela não consegue mais viver sem. Não tomo mais remédio nenhum. Não sinto dor. No máximo, quando tenho uma dorzinha na lombar, vou para a aula e melhoro logo. A gente sai animada. Outro dia, fiz uma viagem de carro e cheguei superbem, comenta a idosa.>
Professora de pilates, Merinha Braga diz que precisou aplicar o exercício de que dona Graça precisava em doses homeopáticas.>
Ela estava sedentária havia muito tempo. O corpo estava rígido demais, acima do peso. Tudo que ela fazia, gerava um cansaço muito grande. Comecei com micromovimentos para fazer com que ela fosse perdendo o medo de se movimentar. Ia conduzindo os movimentos dela. Isso junto com técnicas de respiração. Tudo com respeito ao corpo, negociando com o cérebro, de forma suave. E ela foi gostando e melhorando, destaca.>
Merinha se orgulha de ver o resultado do trabalho na aluna, que se livrou de remédios, emagreceu, ganhou disposição, força. Sempre digo que o objetivo de emagrecer não deve ser o primeiro numa atividade física. Pois é um objetivo muito fraco, fácil de gerar frustração. O propósito tem que ser envelhecer bem, dormir bem, ter disposição. É importante mudar a forma de ver as coisas, e a atividade física vai funcionar muito bem, diz a professora.>
Não há recurso mais poderoso do que o exercício, segundo ela. A gente é igual uma Ferrari. Mas se não se mexer, vira um fusquinha, com pouca capacidade. O exercício turbina o ser humano.>
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Depois de alerta em exames, ela foi malhar>
Dálete Ester descobriu que estava com colesterol alto. Mesmo trabalhando em uma academia, não se exercitava. Agora, ela fica depois do expediente para malhar e colocar a saúde em dia. >
Fiz um exame de sangue e vi que estava com colesterol e triglicerídeos altos. No mesmo dia, comecei a fazer musculação e mudei minha dieta, comentou a jovem de 19 anos, na foto com o professor Jhonny Costa.>
Os benefícios>
Ajuda a diminuir e controlar o peso - Qualquer atividade, até mesmo uma leve caminhada, promove queima calórica. Se for feita regularmente, os ganhos são certos>
Ajuda a tratar a depressão - Exercício regula os níveis de hormônios e neurotransmissores ligados ao bem-estar, à felicidade, como a serotonina, a dopamina, sendo indicado para ajudar no tratamento de transtornos como a depressão>
Reduz ansiedade e estresse - A endorfina liberada pelo cérebro durante e após a atividade física é considerada um analgésico natural, aliviando as tensões>
Melhora o sono - Praticar uma atividade de dia contribui para um sono melhor à noite. Da mesma forma que dormir bem potencializa os efeitos do exercício no corpo. Só é bom evitar fazer uma atividade muito intensa à noite, perto da hora de dormir, pois isso pode atrapalhar o início do sono>
Previne doenças - A atividade física regular previne resfriados, pois melhora a imunidade. Além disso, diminui o risco de doenças no coração, pressão alta, osteoporose, diabetes e obesidade. Aumenta as taxas do bom colesterol e diminui o mau colesterol. E ainda auxilia na prevenção ao Alzheimer>
Ajuda a socializar - Fazer exercício ajuda a conquistar novas amizades. Esportes coletivos e danças permitem que as pessoas se relacionem em um ambiente descontraído>
Mais Memória - Atenção, estudantes! A atividade física ajuda nos estudos. Estudos mostram que a liberação de serotoninas deixa o cérebro mais alerta>
Melhora a autoestima - Manter o corpo em equilíbrio, dentro do peso certo, colabora para a autoestima. Sem falar que a disposição para encarar as outras tarefas é muito maior>
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