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Liso, crespo, oleoso ou seco. Qual é o seu tipo de cabelo?

Liso, crespo, oleoso ou seco. Qual é o seu tipo de cabelo?

Superimportante na construção da autoestima, o cabelo, muitas vezes, não recebe os cuidados necessários por conta de erros básicos. Especialistas tiram várias dúvidas

Publicado em 18 de outubro de 2019 às 18:00

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Data: 16/10/2019 - ES - Vitória - Cristal Bastos, entrevistada sobre terapia capilar - Editoria: Revista AG - Foto: Vitor Jubini - GZ. (Vitor Jubini)

Cabelo oleoso, cabelo seco, cabelo fraco, cabelo liso, cabelo que cai ou aquele que fica todo arrepiado... Como é o seu cabelo? Você está satisfeita com ele? Apesar de todo mundo se preocupar com esses que são a moldura do rosto, nem todos sabem cuidar direito deles, cometendo erros básicos que podem comprometer todo o visual. “Muita gente não sabe identificar qual o seu tipo de cabelo e isso pode influenciar negativamente na forma como se conduz os seus cuidados diários. As vezes, a pessoa até sabe qual é o seu tipo de cabelo, porém o trata de forma inadequada, sem antes passar por uma avaliação profissional, seguindo influência de outras pessoas ou de dicas da internet”, observa a dermatologista Pauline Lyrio, especialista em dermatocosmiatria.

No dia a dia, diz ela, nos deparamos com alguns erros cometidos de forma frequente. "Por exemplo, pessoas de cabelos cacheados ou crespos tendem a utilizar muitos cremes condicionadores por toda a extensão dos fios para reduzir o volume, o que pode conferir muita umidade e oleosidade ao couro cabeludo, podendo provocar o surgimento de doenças, como a dermatite seborreica, mais conhecida como caspa".

Falar da saúde e da beleza dos fios sempre rende um bocado! O assunto é importante, sim! Afinal, as madeixas mostram toda a nossa beleza e mais: dizem respeito à nossa autoestima, refletem nossa personalidade. Por isso gastamos boa parte do nosso tempo diário cuidando delas.

“Ao longo da história o cabelo tem sido um símbolo de juventude, poder, beleza, sedução... Quando a mulher está com o cabelo bonito, não precisa de mais nada. E essa relação também se aplica aos homens”, comenta Cristal Bastos, farmacêutica que se especializou em cabelos e é dona de uma clínica em Vitória.

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Quando a mulher está com o cabelo bonito, não precisa de mais nada

Cristal Bastos
Farmacêutica e dona clínica capilar
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Por isso perder cabelos, seja em qualidade ou em quantidade, abala muito emocionalmente e afeta a autoconfiança de qualquer um. Que o diga a dermatologista Natália Nacif, que costuma receber muitos pacientes desesperados em seu consultório. “Hoje os homens estão buscando cada vez mais tratamentos estéticos, principalmente quando o assunto é queda de cabelos. Afinal, ninguém quer ficar careca”, diz a médica.

Mesmo conhecendo cada fiozinho na nossa cabeça, temos muitas dúvidas sobre como deixar as mechas bonitas e saudáveis. Por isso, fomos atrás das respostas! É só conferir.

"Alisei meus cabelos uma vez só para nunca mais", diz jovem

Data: 14/10/2019 - ES - Vitória - Cabelos - Patrícia Alves de Araújo, 24, tem orgulho de seus cachos bem cuidados - Editoria: Revista AG . (Fernando Madeira)

Dona de 1,73m de altura e cachos poderosos, Patrícia Alves de Araújo, 24 anos, sempre chama a atenção por onde passa. Ela não esconde de ninguém que sempre gostou de cuidar dos cabelos.

“Na infância e adolescência foi um pouquinho difícil. Quem me ajudava era minha avó e minha mãe. Usei muita trança para manter o cabelo mais controlado. Nos meus 14 anos, comecei a ter um pouco mais de noção. Mas só lá pelos meus 15 anos é que comecei a entender o cabelo cacheado”, conta a moça, que trabalha como caixa em uma loja.

Mas nem sempre ela se sentiu segura com a cabeleira. “Já alisei uma vez para nunca mais! Também fiz relaxamento algumas vezes, mas não me sentia eu. Queria meu cabelo mais natural, com volume”.

Patty se orgulha em dizer que cuida praticamente sozinha dos fios. “Tenho um cabelo crespo, por isso hidrato bastante, uma vez ou duas por semana. Uso babosa, produtos mais naturais ou que contenham óleo. Às vezes, eu mesma tiro as pontas”, diz.

Para ela, mais do que o tipo de cabelo, é fundamental cuidar dele direitinho. “Acho lindo cabelo liso, comprido, curto. O cabelo é nossa identidade. O importante é a gente se sentir bem com ele. Quando é bem cuidado, passa boa impressão para as pessoas e a gente vai se sentir bem, sempre linda, maravilhosa”.

Terapia capilar deixou fios mais encorpados

RAG - Ana Clara Benevides, 24 anos, modelo, fez terapia capilar para resolver um problema de queda de cabelos - foto: Reprodução/Instagram. (Reprodução/Instagram)

Modelo e influenciadora digital, com 127 mil seguidores no Instagram, Ana Clara Benevides, 24 anos, vive sendo alvo dos flashes. Por isso tem que estar sempre com corpo, pele e cabelos impecáveis.

Ela já teve longas madeixas loiras. Agora está na fase morena. “Estou amando!”, dispara a jovem. Mas nem sempre esteve satisfeita com seus fios.

“Eu tive um problema de queda, que deixou meu cabelo mais ralo”, conta Ana Clara, que resolveu buscar a terapia capilar.

“Comecei vários procedimentos para estimular o crescimento dos fios. Utilizei bastante peeling detox no início, laser no couro cabeludo e outras técnicas. Primeiro tratei o couro cabeludo e depois os fios”, relata.

A transformação, segundo a modelo, foi gritante. “Meu cabelo ficou muito mais viçoso. Encorpado é a palavra perfeita. E agora vou fazendo manutenção com a chamada Quick Therapy, para dias corridos”.

"Resolvi cuidar um pouco de mim" 

Data: 16/10/2019 - Vila Velha - ES - Daniel Modenesi - O empresário Daniel Modenesi estava com um problema sério de calvicie e fez um tratamento, a introdermoterapia . (Rodrigo Gavini)

Aos 22 anos, ele viu sua vida mudar. E os cabelos irem embora. “Foi quando me casei e assumi os negócios da família da minha esposa com ela. Minha vida mudou da água para o vinho”, conta o empresário Daniel Modenesi, 27 anos.

A genética não ajudou. Mas o estresse adiantou um probleminha que ele poderia vir a ter só mais tarde. “Meu pai é careca. Mas eu era muito novo e, do nada, meu cabelo começou a cair. Me casei cabeludo, com topete e tudo! E três anos depois não tinha nada! Em cima, estava calvo já”.

Daniel penteava para um lado, para o outro... Mas não estava feliz. “Teve um dia que me deram 37 anos. E eu tinha só 25! A calvície é difícil. Não é toda roupa que combina com um careca. Foi aí que resolvi cuidar um pouco mais de mim, ser um pouco vaidoso”.

Ele procurou uma dermatologista e iniciou um tratamento, a intradermoterapia capilar, no qual são injetadas substâncias no couro cabeludo para estimular o crescimento dos fios. “Em quatro semanas, meu cabelo disparou! Cresceu demais! Do jeito que ficou, fiquei bonito demais! Agora é só fazer manutenção. Claro que tem um local onde já perdi cabelo mesmo. Uma área do tamanho de uma moeda. Ali, ainda quero fazer transplante”, revela ele.

Segundo a dermatologista Natália Nacif, na introdermoterapia capilar, são injetados medicamentos que vão atuar no crescimento de novos fios e bloqueio da queda capilar. "Se a pessoa é totalmente calva, a opção seria o transplante capilar Fue. Mas para saber se  caso dela tem solução, o ideal é buscar uma consulta médica", afirma a médica.

Aparelho detecta pó de minério no couro cabeludo das capixabas 

Ao trazer para seu spa, em Vitória, um aparelho capaz de dar um zoom poderoso, aumentando em 300 vezes a imagem que vemos do couro cabeludo, a tricologista Roberta Gomes teve uma surpresa que a deixou intrigada. Ela percebeu algo diferente no cabelos das capixabas:

“Vi leves pontinhos pretos e até achei estranho porque nunca tinha vindo a Vitória e não sabia da questão do pó de minério aqui. Depois é que comentei com as pessoas e identificamos o que era”, relata.

Roberta, então, se interessou em saber mais dos efeitos nocivos dessa substância na pele. “Estou em contato com um grupo de estudos da USP, que ficou de fazer uma pesquisa para mim sobre o pó de minério”, adianta a tricologista. 

TIRE SUAS DÚVIDAS! 

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    De acordo com a tricologista Roberta Gomes, o melhor é lavar todos os dias. E pode ser até duas vezes ao dia, dependendo da situação. Isso vale principalmente para quem tem raiz oleosa. Para demais tipos de cabelo, pode lavar um dia e pausar dois.

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    O ato de arrancar eventualmente um fio de cabelo não causa maiores prejuízos. Entretanto, o hábito de arrancar os cabelos com frequência pode ser considerado um transtorno compulsivo e ocasionar alopecia de tração. Nesse caso, a repetição do tracionamento dos fios por períodos prolongados pode provocar cicatrizes e levar à perda definitiva dos cabelos.

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    “Eu sempre oriento diluir o shampoo na hora de usar: isso evita o depósito de excesso de cosmético no topo do couro cabeludo; facilita a espalhabilidade e limpeza; e ainda economiza produto. Mas essa diluição deve ser feita apenas no momento da aplicação. A proporção é: 1 medida de shampoo para 2 medidas de água. Já o condicionador, não vejo necessidade. Lembrando que ele deve ser aplicado apenas no comprimento e pontas dos fios (da orelha para baixo)”, diz a farmacêutica especialista em cabelos Cristal Bastos

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    Vanessa Rosa, coordenadora técnica do salão Beleza Natural, indica higienizar e hidratar os cachinhos duas vezes por semana. “Dessa forma mantemos fios sempre em dia com as hidratações e definições de cada curvatura”

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    Segundo Cristal, não. A fórmula de uma máscara e de um condicionador são muito semelhantes, sendo o condicionador mais leve, e a máscara, mais rica em ativos, mais concentrada. Não há necessidade de usar o condicionador depois. Isso é mito. A máscara já possui ação condicionante. Existem produtos de tratamento que são divididos em “passos”. Aí sim, para ter o efeito desejado, é importante seguir a ordem indicada.

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    “Quando detectamos, por meio de exames de sangue, deficiências de alguns componentes, como sais minerais e vitaminas, é válido realizar reposição com suplementos vitamínicos a fim de estabelecer a homeostase, ou seja, o equilíbrio do organismo”, diz Pauline Lyrio.

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    Funcionam sim! É o que garante Cristal. "Precisam ser bem orientados e indicados de acordo com a necessidade dos fios, que pode variar por exemplo se a pessoa fizer química, se usar muito secador ou chapinha, se for muito à praia..."

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    "Nossa! Que difícil! Para quem está acostumada com cabelos longos, temos a forma de cortar aos poucos usando cortes graduados até a pessoa se acostumar com o novo comprimento. Para quem quiser se livrar de uma vez por toda das duas texturas, é libertador! Com o cabelo curtinho, o desenvolvimento da nova estrutura é muito rápido para as cacheadas!", explica Vanessa Rosa.

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    "Não! Tem gente que tem que usar só um leave-in, outras têm que usar só um sérum e nunca vão usar máscara... Já tem gente que vai precisar sempre máscara no lugar do condicionador", diz Roberta Gomes, tricologista

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    Com a palavra, a dermatologista Pauline Lyrio: "Os shampoos anti-resíduos eliminam restos de cremes de cabelo, poluição e oleosidade, ajudando a deixar os fios mais limpos e no ponto certo para receber alguns tratamentos capilares. São muito utilizados previamente a procedimentos de salão, como alisamentos, visando a uma melhor penetração dos ativos, mas também podem ser usados 1 vez na semana, para ajudar a combater à oleosidade. Já os cabelos secos e tingidos exigem mais cautela no seu uso, pelo maior ressecamento que esse produto confere, sendo indicado no máximo 1 vez ao mês".

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    "O ideal é retirar as pontinhas a cada 3 meses. A retirada das pontas, que geralmente é a parte que mais sofre com os danos do dia a dia, é importante, pois resulta em fios esteticamente mais bonitos e alinhados. Porém, é importante lembrar que o corte não influencia na velocidade de crescimento do cabelo", afirma Cristal Bastos.

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    Segundo Vanessa Rosa, do Beleza Natural, distribuição em excesso e escolha errada do produto são de fato os maiores erros. "Porém, podemos utilizar quantidades diferentes de cremes para finalizar e definir os cabelos. Isso vai depender diretamente do gosto de cada cacheada. O mais importante de tudo isso é nunca aplicar nenhum excesso na raiz!".

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    "Cuidar com muita dedicação, higienizar duas vezes por semana para remover impurezas, hidratar conforme suas necessidades, preferencialmente nos dias que lavar (2 vezes por semana), utilizar creme de pentear que atendam às necessidades da sua curvatura. Se utilizar o 'day after', utilizar finalizadores para brilho. E nunca aplicar creme sobre creme. Se tiver necessidade ou desejo de penteá-los antes de lavar e hidratar, remover todo creme aplicado anteriormente e reaplicar outro, ou seja, nuca colocar creme sobre creme. Seguindo essas dicas, as cacheadas ficaram cada vez mais LINDAS!", orienta Vanessa.

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    Podem ser várias as causas, de acordo com a tricologista Roberta Gomes. "O próprio fio pode estar passando por um processo de transformação. Cutículas abertas em excesso também causam o frizz. Podem ser ainda questões climáticas, questões hormonais ou alguma outra questão de saúde que gera ressecamento do fio. Pode ser por porosidade do fio também", explica.

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    Segundo Cristal Bastos, o corte bordado, ou terapêutico, serve para retirar as tricoses dos fios. "Tricoses são as alterações das hastes, como pontas duplas, pontas quebradas e nós. Esse corte é artesanal e minucioso, em que se retiram apenas as partes danificadas dos fios, preservando os fios que estão saudáveis. Não é alterado o corte original, o volume e nem o comprimento. O resultado é um cabelo mais sedoso, mais brilhoso e com menos embaraçamento. É importante que o profissional seja bem treinado. Não indico fazer o corte bordado com a máquina, pois ela não é seletiva e pode ocasionar em um resultado indesejado de cabelo 'picotado'".

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    "O óleo de coco pode auxiliar na hidratação dos fios danificados pela ação de escovas quentes, chapinhas, tinturas etc. Porém, seu uso em excesso (quando utilizado mais de 1 vez na semana e por tempo superior a 2 horas antes das lavagens) pode levar a um aumento da oleosidade, propiciando o surgimento de caspa e queda capilar. Além disso, em cabelos saudáveis e sem indicação pode, até mesmo, ocasionar o efeito contrário com o ressecamento capilar, pois o óleo de coco pode saturar, ou seja, preencher todo espaço do fio impedindo a entrada de água, tornando-o mais duro e ressecado por dentro, com aspecto plastificado", explica a dermatologista Pauline Lyrio.

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    De acordo com Pauline Lyrio, o uso do pré-shampoo pode até ser associado, no máximo 3 vezes na semana, em cabelos que já estão muito danificados e nos quais existe uma preocupação de um maior ressecamento durante a lavagem, como os cabelos com mechas ou com outras químicas. Mas, em linhas gerais, não há uma obrigatoriedade no seu uso.

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    "É super simples e descomplicado. Mas a grande maioria das pessoas não sabe cuidar de seus cabelos e quais produtos utilizar. Compram uma variedade de produtos que, geralmente, não são indicados para o seu cabelo. Uma boa orientação e mudança de hábitos podem fazer uma enorme diferença, e poucos e bons produtos são mais do que suficientes", diz Cristal Bastos.

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    "Não há um alimento em especial que faça o cabelo crescer mais ou mais forte, porém uma alimentação balanceada é fundamental para garantir o aporte adequado de nutrientes para os cabelos crescerem saudáveis", garante Pauline Lyrio

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    "Ambos os procedimentos agridem os fios, porém é esperado que a descoloração agrida mais que a coloração pelo fato de o descolorante necessitar penetrar na cutícula dos fios para remover todo o pigmento. Durante esse processo, o fio perde massa capilar, ou seja, fica mais ressecado e frágil. Já a tintura não possui essa função clareadora, maltratando menos os cabelos", esclarece Pauline

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Máscara de tratamento da Kérastase(Divulgação)

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