Publicado em 30 de julho de 2019 às 22:15
Quando o assunto é sexo, como fazer a parceira sentir prazer? De que forma a estimulação feminina é melhor feita? Será que a posição influencia no orgasmo? As respostas das principais dúvidas nem são tão complicadas assim, mas é que o tema é tão rodeado de tabu que a falta de informação que ele gera é um dos itens que colabora para que mais de 78% das mulheres não consigam se sentir satisfeitas na vida sexual.>
Essa deficiência refletiu nos resultados de uma pesquisa feita pelo ProSex, programa de atendimento sexual que funciona no Hospital das Clínicas de São Paulo da USP. O levantamento apontou que 78,8% das mulheres brasileiras estão insatisfeitas na vida sexual; 26,2% não atingem o orgasmo; 26,6% têm dificuldade de excitação; 17,8% têm dor ou ardência durante a relação; e 8,2% se queixam de absoluta falta de desejo sexual.>
"O homem acha que ele por si só é suficiente para dar prazer à mulher. A grande maioria precisa de uma preliminar, em que ela será estimulada para ficar excitada", comenta a sexóloga Virgínia Pelles. Ela explica que fisiologicamente falando a mulher precisa de mais tempo para se sentir animada para o sexo, o que naturalmente alonga o tempo para que seja atingido o orgasmo.>
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A sexóloga fala que o que ela percebe muito é o medo e receio que as mulheres têm de conversar com os parceiros sobre o assunto e também se conhecer. Virgínia exemplifica que em alguns seminários percebe que as próprias meninas precisam conhecer mais o corpo. "Esse é o grande desafio que eu percebo que elas têm. Elas precisam quebrar isso lendo, se tocando, se conhecendo. É normal", reitera.>
IDOSAS>
De acordo com a especialista, na terceira idade nada muda. "O que já é uma vantagem frente ao homem, já que o homem vai mudando sua forma de sentir prazer ao longo da vida. A mulher não. O que muda é o tecido vaginal, que fica mais ressecado", relata. No entanto, para esse problema, a sexóloga pondera que existem lubrificantes e até cremes para tratamentos mais prolongados que devolvem viço à região íntima.>
Para mulheres mais velhas ou mais novas o que não faz diferença é a posição. Na verdade, é um grande mito o papo de que tal jeito é melhor para se atingir o orgasmo do que outro. Virgínia esclarece que é algo muito particular, que a mulher tem que experimentar e ver de que forma ela se sente mais confortável: "Depende do formato do clitóris, pelvis, do tamanho do bumbum... Tem mulher que vai gostar em uma posição e outras que vão detestar. Cada um tem uma posição preferida".>
FINGIMENTO>
Para Virgínia, fingir o orgasmo uma vez vai acabar criando um ciclo quase que inquebrável de relação sexual supostamente bem sucedida. Nesses casos, o melhor a se fazer é abrir o jogo e apostar na conversa. Mas, estimular o parceiro para as preliminares também pode ser uma boa.>
"A mulher tem que se permitir mais, se entender, se tocar, também. Mas isso não tira a responsabilidade do homem. Tem mulher que precisa de estimulação no clitóris para chegar ao orgasmo. Depende muito", reitera. A sexóloga justifica que fingir o orgasmo cria uma máscara na realidade e o parceiro acha que daquele jeito está bom para a mulher. "Só que não está", finaliza.>
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