Sim, o amor acaba isso quando começa...
Porque nem sempre é o caso... De modo que, meu caro, evite o ridículo e antigo ranço de achar que o não dela possa, quem sabe, querer dizer talvez... Uma espera por insistência, um chamado ao convencimento... Foi-se o tempo dessa especulação machista. Não é não, e ponto final.
Ou, contemporaneamente falando, pra dar Match ela também tem que dar Like, tá ligado?
Acabou o engano, o abuso, a linha distraidamente cruzada. Chega dessa auto-estima masculina hipertrofiada, capaz de julgar qualquer sinal de simpatia feminina como janela aberta para uma cantada ou "contada", é porque tem homem que fala! E como fala.
Custou tempo e custou caro, mas finalmente aprendemos a manifestar nosso sinal vermelho sonoro e aceso. Finalmente transborda a coragem de colocar um ponto final grifado seguido de cinco exclamações em itálico em qualquer relação abusiva, que faça mal ou ameace nossa felicidade.
Seja namorando, seja ficando, seja conhecendo, seja flertando; seja enrolada, seja casada, a regra é clara: não somos obrigadas!.
Sei que parece óbvio, mas merece nossa atenção: se a qualquer momento ela disser não, pare. Não é porque começou que tem que continuar.
Se ela disser que acabou; se ela não te quiser mais; se ela disser adeus ou te mandar dar o fora, então é isso, meu chapa. Ela não é obrigada a ficar com você só porque você tem certeza absoluta de que é a última bolacha do pacote.
Não a culpe, não a julgue, não a difame e, obviamente, não a agrida de maneira nenhuma. Arraste sua dor para o bar, se escore num ombro amigo, ou chore escondido. Mas não faça o estúpido papel de achar que ela merece ser punida por não querer ficar contigo.
Não valorize tanto sua dor... Não glamurize seu sofrimento. Não dê de comer ao orgulho e à vaidade. Não se vingue, não destrua, não magoe, não machuque. Não seja covarde, ao contrário, seje homi, cabra!.
Se afaste, mantenha distância ou passe a visitar o divã de um terapeuta. Viaje pra longe, faça novos amigos ou o que mais for preciso para aprender a respeita-lá.
Entenda bem, mulher (mesmo que seja a sua) não é propriedade. Quando ela diz não, é não.
Mulher não foi feita para te agradar. Quando ela diz não, é não.
De mini-saia, no baile ou na praia; de bustiê, no escritório ou na sala de casa. Quando ela diz não, é não.
Sóbria ou embriagada. Não é não.
Não importa a circunstância: é sempre nossa essa decisão.
Finalmente, você, homem lúcido, que sabe bem tudo isso, passe adiante. Convença aquele seu amigo machista, que ainda agride verbalmente ou abusa emocionalmente de mulheres. Convoque-o a rever esse comportamento inaceitável e nocivo. E explique o óbvio, se preciso: abuso e agressão contra a mulher são crimes. É grave. Gravíssimo.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta