Publicado em 27 de julho de 2021 às 16:10
Sob pressão olímpica, Tóquio enfim pôde esfriar a cabeça. Nesta terça-feira (27), a onda de calor intenso que atingia a cidade-sede das Olimpíadas de 2020 deu uma trégua pela primeira vez em semanas. >
Seria um alívio, não fosse um tufão o culpado pela mudança de ares que trouxe chuvas e ventos fortes à capital japonesa.>
A rajada de ventos teve impacto direto sobre modalidades olímpicas, alterando horários das competições de remo e tiro com arco. As finais do surfe foram antecipadas para que a disputa no mar terminasse já nesta terça.>
A previsão era de que a tempestade tropical ocorresse em algum lugar nas regiões de Kanto ou Tohoku, no leste do Japão, nesta tarde.>
>
"Continuaremos monitorando as últimas informações meteorológicas para garantir a segurança de todos os envolvidos nos Jogos", disseram os organizadores.>
Até segunda (26), a maior dor de cabeça climática da organização eram o calor e a umidade elevados, principalmente para os atletas que tiveram que disputar seus esportes debaixo de sol forte e temperaturas acima dos 30ºC. A sensação térmica chegou a beirar os 40ºC.>
"Esperávamos que as condições fossem muito difíceis, mas antes de você vir aqui e experimentar você realmente não sabe o quão difícil é", disse o tenista Novak Djokovic, número um do mundo e já vencedor de dois jogos no torneio olímpico.>
O sérvio defendeu mudar a programação das partidas. Nada feito. Elas começam às 11h e vão até a noite.>
No skate, os organizadores anteciparam o horário de início das eliminatórias das 9h para as 8h30, mas as finais do street masculino e feminino aconteceram com sol a pino no início da tarde.>
Não havia nenhuma cobertura nas arquibancadas (ocupadas apenas por delegações e estafe) nem na área destinada à imprensa.>
A principal preocupação manifestada pelos atletas brasileiros: o derretimento da vela (parafina) que eles passam nos obstáculos para conseguir deslizar melhor e não travar durante as manobras.>
Apesar disso, após ganhar a medalha de prata, Kelvin Hoefler não citou o ar quente como maior barreira para subir mais alto no pódio. "Se não fosse o vento, a gente poderia ter levado [o ouro]. Infelizmente, eu errei duas manobras por conta do vento, tive esse empecilho", disse.>
O COB (Comitê Olímpico do Brasil) tem distribuído a competidores da delegação brasileira coletes e colares nos quais é possível colocar gelo para resfriar o corpo do atleta.>
"O calor aqui é muito úmido, estamos suando mais do que o normal, sem ventar fica mais quente ainda", disse o jogador de vôlei de praia Alison.>
"Viemos cedo para o Japão, mas mesmo adaptada você sente o calor. Em alguns momentos, eu tive que parar para respirar e me concentrar para conseguir fechar o ponto. Até o árbitro me lembrou que eu podia beber água nas trocas de lado da quadra", afirmou Ágatha, da mesma modalidade.>
A expectativa de ter performances olímpicas atrapalhadas pelo calor já havia sido considerada na transferência das provas de maratona e marcha atlética de Tóquio para Sapporo, no norte do país. Lá as temperaturas são bem mais amenas.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta