Publicado em 2 de agosto de 2024 às 22:01
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Venezuela suspendeu temporariamente todos os voos comerciais entre seu território e o Panamá, a República Dominicana e o Peru - três países com os quais o regime de Nicolás Maduro rompeu relações diplomáticas depois que não reconheceram sua controversa vitória nas eleições presidenciais do último dia 28.>
Outros países que viram seu pessoal diplomático ser expulso de Caracas após críticas ao resultado do pleito são Argentina, Chile, Costa Rica e Uruguai. O Brasil assumiu a custódia da legação argentina em Caracas e a proteção dos refugiados abrigados por Buenos Aires, bem como a guarda da legação do Peru.>
De acordo com um comunicado da Latam Airlines desta quarta-feira (31), os voos entre Lima e Caracas serão interrompidos. A empresa pediu desculpas aos clientes afetados pela ocorrência. O próprio regime de Maduro anunciou o fim do contato aéreo com Panamá e República Dominicana com a justificação de que esses países estariam interferindo em assuntos internos.>
O Panamá retaliou. O presidente José Raul Mulino também proibiu os voos entre os dois países na terça (30), afetando empresas panamenhas como a Copa Airlines e também a Zona Livre de Colón, a maior zona franca da América Latina.>
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"Ninguém entra ou sai [em aviões panamenhos] da Venezuela, enquanto a situação não melhorar naquele país. E lamento muito [pelos] negócios, lamento muito [pelas] empresas, [pelas] os empresários da Zona Livre, etc., mas os princípios não são vendidos nem comercializados", disse Mulino.>
"O que aconteceu na Venezuela é simplesmente inaceitável, mas mais inaceitável ainda é o desprezo de parte da comunidade internacional que virou as costas com argumentos absurdos, estúpidos e sem nenhum sistema coerente de apoio às normas do direito internacional público", afirmou Mulino.>
O isolamento diplomático da Venezuela vem aumentando. Nesta sexta (2), subiu para seis o número de países que reconhecem a vitória do opositor Edmundo Gonzélez nas eleições presidenciais - Peru, Estados Unidos, Argentina, Uruguai, Equador e Costa Rica.>
Com isso, chegam a seis os países que rejeitam a vitória de Maduro - cinco na América Latina, todos comandados por governos de direita.>
O resultado apresentado no último domingo (28) pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral) do país consagrou Maduro como vencedor com 51% dos votos, contra 44% de González. Entretanto, até aqui, a Venezuela não apresentou as atas eleitorais que comprovariam esses números, apesar de pressão de países como EUA, Colômbia e Brasil.>
A oposição diz ter tido acesso a esses documentos e publicou o que afirma serem as atas em um site, declarando González vitorioso com 67% dos votos e 80% das mesas de votação contabilizadas.>
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