Publicado em 29 de dezembro de 2020 às 16:02
As novas variantes de coronavírus encontradas no Reino Unido e na África do Sul apresentam risco alto de sobrecarregar os sistemas de saúde da Europa, afirmou o Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças (ECDC). >
Na mais recente avaliação de risco, publicada nesta terça (29), a agência afirma que a velocidade de propagação do vírus pode provocar impacto significativo em hospitalizações e mortes. Surgida em setembro, de acordo com o ECDC, a variante britânica já havia sido relatada em 3.000 casos no Reino Unido até 26 de dezembro.>
Vírus com essa mesma mutação (chamada de VOC 202012/01) já foram detectados até esta terça em outros 13 países europeus: Bélgica, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Islândia, Irlanda, Itália, Holanda, Noruega, Portugal, Espanha e Suécia.>
A mutação da África do Sul (501.V2) apareceu em apenas três casos (dois no Reino Unido e um na Finlândia), em pessoas que haviam estado no país africano. Embora sejam variantes diferentes, ambas apresentam uma mutação na chamada espícula, estrutura usada pelo coronavírus para invadir as células humanas.>
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A agência europeia afirma que as mutações são comuns em coronavírus e que a simples aparição de variantes não é, por si só, motivo de preocupação. Mas o alerta deve ser ligado quando as alterações, ou uma combinação delas, fornecem ao vírus uma vantagem seletiva, como maior transmissibilidade ou capacidade de escapar da resposta imune do hospedeiro.>
Estudos preliminares no Reino Unido e na África do Sul indicam que as mutações não aumentam a gravidade da doença, mas a facilidade de transmissão piora ainda mais um quadro já complicado pelas festas de fim de ano.>
"O impacto desse aumento da pressão sobre os sistemas de saúde é considerado alto, mesmo se as atuais medidas de saúde pública forem mantidas", afirma o ECDC.>
A agência europeia ressaltou que ainda não há estudos suficientes sobre como as mutações afetam a atuação do coronavírus no corpo humano nem se essas variantes são menos suscetíveis às vacinas já desenvolvidas -os dois pontos são objeto de estudo no momento em vários países.>
Faltam ainda dados sobre o efeito desses coronavírus em crianças e adolescentes, mas o ECDC recomendou que o fechamento de escolas seja um "último recurso". O centro recomendou aos governos que continuem estimulando as medidas básicas de prevenção ao contágio (distanciamento, uso de máscaras, higiene) e considerem orientações sobre como evitar viagens não essenciais e atividades sociais.>
Na segunda-feira, a OMS também havia declarado que é fundamental prevenir a transmissão, independentemente da presença ou não da variante, porque quanto maior o contágio mais frequente é a ocorrência de mutações no coronavírus.>
A agência europeia pediu aos países-membros da UE que invistam no sequenciamento de casos, para detectar precocemente e monitorar a incidência de variantes, e fortaleçam programas de teste e rastreamento para isolar casos suspeitos e confirmados da mutação.>
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