Publicado em 29 de julho de 2020 às 12:03
O parlamento da Turquia aprovou nesta quarta-feira (29) uma lei de regulação das mídias sociais que reforça o controle das autoridades sobre essas redes e que, para defensores da liberdade de expressão, vai aumentar a censura e contribuir para o silenciamento de dissidentes. >
A regulamentação foi aprovada pelo Partido Justiça e Desenvolvimento (AKP), do presidente Tayyip Erdogan, que tem maioria junto com um partido nacionalista aliado. Os congressistas começaram a debater a nova legislação na terça-feira, e o parlamento anunciou sua aprovação no Twitter.>
A lei requer que sites de mídia social estrangeiros que possuam mais de um milhão de conexões únicas por dia - como Twitter e Facebook - tenham representantes baseados na Turquia para responder às preocupações das autoridades sobre o conteúdo postado e inclui prazos para remover materiais que forem considerados inadequados>
As empresas também terão que armazenar na Turquia os dados de seus usuários no país.>
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Pelas novas regras, as companhias estão sujeitas a pagar multas, ter os anúncios bloqueados ou a banda larga cortada em até 90%, o que na prática restringe o acesso.>
Com a maioria da mídia tradicional turca tendo passado para o controle do governo na última década, os turcos têm recorrido às mídias sociais e a pequenos meios de comunicação para buscar vozes críticas e notícias independentes.>
Os cidadãos do país já enfrentam uma forte fiscalização de seu uso das mídias sociais e muitos foram processados por insultar Erdogan e seus ministros ou por criticar incursões militares do país no exterior ou a forma de lidar com o novo coronavírus.>
A lei foi adotada menos de um mês depois que Erdogan pediu para "colocar ordem" nas redes sociais, as quais tem criticado repetidamente por "atos imorais".>
Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos reagiu à nova lei dizendo que ela "dará ao Estado ferramentas poderosas para exercer ainda mas controle sobre o cenário da mídia".>
Já o porta-voz presidencial, Ibrahim Kalin, afirmou que as regras não levariam à censura, mas estabeleceriam limites comerciais e legais às plataformas de mídia social.>
A Turquia foi o segundo país do mundo com mais decisões judiciais relacionadas ao Twitter nos primeiros seis meses de 2019, segundo a empresa, e tem o maior número global de demandas legais contra a rede social.>
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