Publicado em 27 de agosto de 2022 às 14:48
SÃO PAULO - O papa Francisco nomeou, neste sábado (27), dois brasileiros como cardeais, em um consistório que oficializou a posse de 20 novos religiosos, ao todo.>
O movimento ajuda a consolidar certa internacionalização do colégio cardinalício, órgão que ajuda o pontífice a governar a Igreja Católica - e define o novo papa quando este deixar o posto. A cerimônia e os eventos que a sucedem até terça-feira (30) estão envoltos em ineditismos, pontos de interrogação e burburinhos, em meio a rumores sobre uma renúncia de Francisco.>
No total, o Brasil passa a ter oito cardeais na instituição, sendo seis eleitores de um novo pontífice. Saiba quem são os escolhidos.>
Arcebispo de Manaus (AM) desde 2019, dom Leonardo Steiner é considerado o primeiro "cardeal da Amazônia". Segundo ele, a escolha por seu nome sinaliza que o papa Francisco está preocupado com a floresta e deseja aproximar a Igreja Católica da região. Sua nomeação desbancou o titular da Arquidiocese de Belém (PA), a mais antiga e tradicional no Norte brasileiro.>
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Em entrevista recente à Folha de S.Paulo, o arcebispo afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) "perde o horizonte" ao incentivar o garimpo na Amazônia e disse que as atitudes do presidente têm deixado comunidades indígenas desprotegidas.>
Steiner, 71 anos, é ex-secretário-geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e, na instituição, ajudou a mobilizar religiosos para a reforma da sede nacional, em Brasília.>
Nascido em Forquilhinha (SC), ele cursou filosofia e teologia em Petrópolis (RJ), entre 1973 e 1978, quando foi ordenado padre por seu primo Paulo Evaristo Arns.>
O religioso também tem formação pedagógica e já foi professor. Na década de 1990, mudou-se para Roma, onde fez mestrado e doutorado em filosofia. Ao voltar ao Brasil, na década seguinte, passou a lecionar o curso no interior do Paraná.>
Foi nomeado bispo em 2005 pelo papa João Paulo 2º para a Prelazia de São Félix do Araguaia (MT).>
O outro brasileiro que chega para o colégio cardinalício é dom Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília desde 2020, mesmo ano em que passou a integrar, no Vaticano, a Pontifícia Comissão para a América Latina, cargo que o aproximou do papa.>
Costa nasceu em Valença (RJ), em 1967. Possui graduação em Teologia pelo Instituto Superior de Teologia da arquidiocese do Rio de Janeiro e mestrado e doutorado em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana.>
Na vida acadêmica, foi professor do Instituto Superior de Teologia da Arquidiocese do Rio de Janeiro, da Escola Teológica São Bento e do Departamento de Teologia da PUC-Rio, onde também atuou como coordenador e diretor.>
Foi ordenado presbítero no início da década de 1990. Em seu ministério, foi vigário paroquial, pároco e reitor do Seminário Diocesano Paulo 6º em Nova Iguaçu (RJ). Colaborou na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) como membro do grupo de peritos da Comissão Episcopal de Doutrina.>
Em 2010, foi nomeado pelo então papa Bento 16 como bispo auxiliar da arquidiocese do Rio de Janeiro. Além de arcebispo de Brasília, também é membro do Conselho Permanente da CNBB.>
"O papa Francisco pegou a todos nós de surpresa, anunciando meu nome na lista de cardeais", disse ele no final de maio, logo após a oficialização. "O posto de cardeal veio com a bondade do papa, como reconhecimento do nosso trabalho e da nossa doação. Pretendo continuar servindo e olhando para Jesus Cristo. Ele é o servidor por excelência.">
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