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Palestina convoca embaixador após anúncio de escritório em Jerusalém

Palestina convoca embaixador após anúncio de escritório em Jerusalém

Jair Bolsonaro, que visita Israel, recua de promessa de campanha para mudar representação diplomática brasileira de Tel Aviv

Publicado em 1 de abril de 2019 às 09:26

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O presidente da República, Jair Bolsonaro, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e ministros durante cerimônia de assinatura de acordos. (Alan Santos/PR)

A Autoridade Palestina condenou "nos termos mais fortes" a decisão brasileira de abrir um escritório de negócios em Jerusalém e convocou seu embaixador no Brasil para consultas, segundo comunicado divulgado neste domingo (31).

"Entraremos em contato com nosso embaixador no Brasil para chamá-lo para consultas, para tomarmos as decisões apropriadas para lidar com esta situação", disse o Ministério das Relações Exteriores da Autoridade Palestina, em comunicado.

A decisão de abrir o escritório foi anunciada por Jair Bolsonaro durante visita a Israel neste domingo (31). O presidente prometeu mover a embaixada brasileira de Tel Aviv para Israel durante sua campanha, mas até agora não cumpriu essa promessa. 

O Ministério disse que considera a decisão brasileira "uma violação descarada da legitimidade e das resoluções internacionais, uma agressão direta ao nosso povo e a seus direitos e uma resposta afirmativa para a pressão israelita-americana que mira reforçar a ocupação, a construção de assentamentos e a judaização da área ocupada em Jerusalém.

O comunicado reitera que a Palestina considera Jerusalém como parte de seu território. 

Segundo o jornal The Jerusalem Post, a Autoridade Palestina irá debater com outros países uma resposta unificada para a decisão brasileira. 

Neste domingo, Bolsonaro anunciou a abertura de "escritório, em Jerusalém, para promoção do comércio, investimentos e intercâmbio em inovação e tecnologia" -uma repartição sem status diplomático para estimular negócios entre os países.

"Saúdo a decisão de abrir (...) um escritório oficial do governo do Brasil, em Jerusalém", afirmou o premiê de Israel, Binyamin Netanyahu. "Espero que este seja o primeiro passo para a abertura da embaixada brasileira em Jerusalém." 

Bolsonaro, pressionado para não afastar os países árabes, importantes importadores da carne brasileira, decidiu adotar uma medida intermediária. 

A proposta de mudar o local da embaixada, porém, contraria a tradição diplomática brasileira de seguir a orientação das Nações Unidas e esperar uma resolução do conflito entre israelenses e palestinos para definir o status de Jerusalém, que ambos os povos clamam como sua capital. 

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Atualmente, apenas EUA e Guatemala mudaram suas embaixadas para Jerusalém.

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