Publicado em 11 de janeiro de 2021 às 18:05
- Atualizado há 5 anos
A Coronavac, vacina contra Covid-19 que integra o programa de imunização dos governos federal e paulista, deve receber autorização da OMS (Organização Mundial de Saúde) para uso emergencial no começo de março. De acordo com o departamento regulatório da OMS, os dados para deslanchar o processo devem ser recebidos ainda neste mês. >
Até esta segunda (11), só o imunizante da Pfizer já teve uso autorizado pela OMS. A principal vacina do programa de imunização brasileiro, a de Oxford/AstraZeneca, já teve seu processo iniciado, mas a entidade aguarda dados dos fabricantes da Coreia do Sul, que vão produzir as ampolas que farão parte da rede global de vacinação Covax (o imunizante da Oxford é fabricado em oito países).>
A vice-diretora-geral da OMS Mariângela Simão, responsável pelo departamento que avalia as vacinas e autoriza seu uso, disse que, se documentos forem entregues até o final de janeiro, como previsto, a vacina poderia ser autorizada até o fim de fevereiro ou começo de março.>
A avaliação pela OMS não afeta a autorização do uso dos imunizantes pela Anvisa (agência regulatória brasileira). Embora possa ser usada por países individuais para guiar suas decisões, a recomendação da OMS é obrigatória apenas para compras feitas pela própria organização ou por meio de seus fundos.>
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No Brasil, a Anvisa já recebeu pedido para uso emergencial das vacinas Coronavac e Oxford/AstraZeneca, e a previsão dos governos é que a imunização comece ainda em janeiro.>
A organização já tem em mãos também o dossiê completo de uma das vacinas desenvolvidas pela chinesa Sinopharm, afirmou o diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus. De acordo com os dados da entidade, é a desenvolvida em Pequim. Outro produto, desenvolvido em Wuhan, está em fase anterior de análise.>
Além das cinco vacinas já citadas, a organização já tem dados parciais da russa Sputnik V. Há outros seis imunizantes em diferentes fases anteriores de análise: Janssen (Bélgica), Vector (Rússia), CanSinoBIO (China), Moderna (EUA), Serum (Índia) e Novavax (EUA).>
A OMS porém alertou para a desigualdade na distribuição das vacinas até agora. "Mais de 40 países estão sendo vacinados com 5 diferentes imunizantes, mas todos são ricos ou de renda média alta", afirmou o conselheiro sênior da direção-geral da entidade, Bruce Hayward.>
Segundo ele, a Covax pretende começar a distribuir ampolas para países mais pobres em fevereiro, mas para isso "os fabricantes precisam priorizar o fornecimento para a rede solidária". Além disso, ele afirmou que a demora dos fabricantes em enviar os dados necessários para a inclusão dos produtos na EUL prejudica os países pobres.>
A vacina da Pfizer, única aprovada até agora, precisa ser mantida em ultracongelamento, o que dificulta o armazenamento e o transporte e inviabiliza seu uso em países com menor infraestrutura.>
Mesmo quando as vacinas começarem a ser mais amplamente distribuídas, vai levar meses até que as populações atinjam um nível aceitável de proteção, disse a cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan.>
"Não vamos atingir em 2021 a imunidade de rebanho", afirmou ela, em referência à porcentagem de pessoas que precisam estar imunizadas para que a transmissão seja controlada (segundo cientistas, cerca de 70%).>
Swaminathan e outros chefes da OMS, como o diretor-executivo, Michael Bryan, e a líder técnica para Covid-19, Maria van Kerkhoven, repetiram que, mesmo com a vacinação, é preciso manter as medidas básicas que evitam o contágio: evitar proximidade e contatos, usar máscara, lavar as mãos, isolar os suspeitos, tratar os doentes.>
As ferramentas básicas são a solução mesmo com o aparecimento de variantes do SarsCov2 muito mais contagiosas que as anteriores. "É como a substituição de um jogador no time adversário no segundo tempo da partida. Dá mais energia ao rival, mas não muda as regras do jogo", afirmou.>
Ele disse que novas variantes vão aparecer e exigir vigilância e adaptação das medidas de controle. No Reino Unido, por exemplo, o país europeu com o maior número de vacinas aplicadas até agora, o forte crescimento do número de internações hospitalares por Covid-19 levou o governo a decretar novo confinamento.>
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