Publicado em 29 de novembro de 2021 às 07:56
A OMS (Organização Mundial da Saúde) pediu neste domingo (28) que os países mantenham suas fronteiras abertas enquanto lidam com a nova variante ômicron do coronavírus e afirmou estar "do lado dos países africanos" em um comunicado.>
A identificação da nova cepa na África do Sul, na quinta-feira (26), levou muitos países a proibirem voos de nações do sul da África, o que inclusive deixou milhares de turistas presos na região.>
De acordo com comunicado publicado no site da OMS, ainda não está claro se a nova variante é mais transmissível em comparação com outras mutações do SARS-CoV-2, como a delta, ou se provoca casos mais graves da doença.>
A entidade, contudo, já caracterizou a cepa como uma variante de preocupação, por potencialmente causar mais danos, embora também não esteja claro se as vacinas são menos efetivas diante da ômicron.>
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"Dados preliminares sugerem que há taxas crescentes de hospitalização na África do Sul, mas isso pode ser devido ao aumento do número geral de pessoas que estão se infectando, e não devido a uma infecção específica com ômicron", afirma a OMS.>
A médica que identificou a variante, Angélique Coetzee, afirmou que os sintomas na verdade são mais leves em relação a outras cepas do coronavírus.>
Também neste domingo, o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, afirmou num discurso pela televisão que as restrições de viagem para passageiros vindos da África do Sul precisam ser suspensas imediatamente.>
Ele criticou os países ocidentais desenvolvidos por terem imposto proibições de viagens automaticamente depois de ouvir sobre a ômicron e os acusou de não honrar acordos de cooperação mútua no enfrentamento à pandemia.>
"Este é um afastamento claro e completamente injustificado do compromisso que muitos desses países assumiram na reunião dos países do G20 em Roma no mês passado", disse. "A proibição de viagens não é informada pela ciência, nem será eficaz para prevenir a propagação desta variante.">
Quando se reuniram na Itália, em outubro, as principais lideranças mundiais afirmaram que aumentariam o fornecimento de imunizantes a países pobres. O plano do G20 era contribuir para o alcance das metas globais de vacinação de pelo menos 40% da população de todos os países até o final de 2021 e 70% até meados de 2022.>
Com a ameaça da ômicron, porém, Estados Unidos, toda a União Europeia e vários outros países fecharam suas fronteiras para voos vindos de países do sul da África, por tempo indeterminado.>
Muitos sul-africanos sentem que estão sendo punidos por sua transparência e trabalho árduo em manter o controle sobre a forma como o vírus está se transformando. O governo sul-africano já havia dito que o país se sentia "castigado" por ter alertado o mundo para a nova cepa.>
Segundo o presidente, o país pode enfrentar uma quarta onda de Covid-19 em breve, já que a nova variante vem causando um aumento nas infecções na província de Gauteng, a mais populosa do país. Ainda assim, Ramaphosa acrescentou que não considera adotar um lockdown por enquanto, mas estuda tornar a vacinação obrigatória para acesso a eventos e locais públicos.>
O Reino Unido deve convocar uma reunião urgente dos ministros da saúde do G7 - o grupo das principais economias do mundo - nesta segunda-feira (29) para discutir os desdobramentos da nova variante do coronavírus.>
Até este domingo, havia casos confirmados em ao menos oito países europeus: Reino Unido, Alemanha, Bélgica, Itália, Holanda, Áustria, Dinamarca e República Tcheca. A ômicron também foi detectada em Israel, Hong Kong, África do Sul e Austrália, alcançando, portanto, quatro continentes.>
O sequenciamento da ômicron foi feito inicialmente na África do Sul, o que não quer dizer que a variante tenha surgido lá: o país tem investido na vigilância da pandemia e no sequenciamento genético do coronavírus, o que aumenta suas chances de encontrar mutantes. A primeira amostra com a variante que se conhece foi coletada em Botsuana.>
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