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OMS aponta que 90% dos países tiveram interrupções em serviços de saúde

OMS aponta que 90% dos países tiveram interrupções em serviços de saúde

Segundo o diretor-geral da organização, o resultado mostra as rachaduras nos sistemas de saúde, mas serve para gerar estratégias para uma melhoria no sistema

Publicado em 31 de agosto de 2020 às 14:36

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Foram entregues 15 novos leitos semi-intensivo no Hospital Estadual Dr. Dório Silva, na Serra
Cerca de 79 países relataram reduções no atendimento devido à combinação de menor demanda e outros fatores, como dificuldades financeiras. . (Giovani Pagotto/Governo-ES)

Dados coletados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que 90% de 105 países avaliados relataram suspensões em serviços de saúde essenciais, de março a junho deste ano, por conta da pandemia de covid-19. Países de renda baixa e média foram os mais afetados. A maioria indicou que muitos atendimentos de rotina foram suspensos, enquanto cuidados intensivos - como exames de imagem e tratamento para pacientes com câncer e terapia para HIV - registraram interrupções de alto risco em países de renda baixa.

"A pesquisa mostra as rachaduras nos sistemas de saúde, mas também serve para informar estratégias para melhorar a disponibilidade de atendimento médico durante a pandemia e também depois", disse o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Com base nos relatórios, os países experimentaram, em média, interrupções em metade dos 25 serviços analisados. As áreas mais frequentemente interrompidas incluíram vacinação de rotina - 70% das nações entrevistadas registraram problemas no serviço de aplicação fora de um posto ou instalação - e diagnóstico e tratamento de doenças não transmissíveis (69%).

Planejamento familiar e contracepção (68%), tratamento para distúrbios de saúde mental (61%) e diagnóstico e tratamento de câncer (55%) foram outros campos entre os mais afetados. Os países também relataram interrupções no diagnóstico e tratamento da malária (46%), detecção e tratamento de casos de tuberculose (42%) e tratamento de HIV (32%).

Embora algumas áreas, como assistência odontológica, possam ter sido deliberadamente suspensas de acordo com protocolos de cada governo, a OMS aponta que a interrupção em outros serviços deverá ter efeitos prejudiciais à saúde da população a curto, médio e longo prazo

Os serviços de emergência foram interrompidos em quase um quarto dos países entrevistados. Serviços de atendimento 24 horas, por exemplo, foram afetados em 22% dos países. As transfusões de sangue urgentes foram interrompidas em 23% dos locais analisados e as cirurgias emergenciais em 19% das nações.

Cerca de 79 países relataram reduções no atendimento devido à combinação de menor demanda e outros fatores, como dificuldades financeiras. Do lado da oferta, o aspecto reportado com mais frequência foi o cancelamento de serviços opcionais (66%). Realocação de pessoal para participar da resposta à covid-19 e indisponibilidade de atendimento por conta de interrupções no fornecimento de equipamentos médicos e produtos de saúde foram outras causas apontadas na pesquisa.

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