Publicado em 31 de agosto de 2020 às 14:36
Dados coletados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que 90% de 105 países avaliados relataram suspensões em serviços de saúde essenciais, de março a junho deste ano, por conta da pandemia de covid-19. Países de renda baixa e média foram os mais afetados. A maioria indicou que muitos atendimentos de rotina foram suspensos, enquanto cuidados intensivos - como exames de imagem e tratamento para pacientes com câncer e terapia para HIV - registraram interrupções de alto risco em países de renda baixa.>
"A pesquisa mostra as rachaduras nos sistemas de saúde, mas também serve para informar estratégias para melhorar a disponibilidade de atendimento médico durante a pandemia e também depois", disse o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus. >
Com base nos relatórios, os países experimentaram, em média, interrupções em metade dos 25 serviços analisados. As áreas mais frequentemente interrompidas incluíram vacinação de rotina - 70% das nações entrevistadas registraram problemas no serviço de aplicação fora de um posto ou instalação - e diagnóstico e tratamento de doenças não transmissíveis (69%).>
Planejamento familiar e contracepção (68%), tratamento para distúrbios de saúde mental (61%) e diagnóstico e tratamento de câncer (55%) foram outros campos entre os mais afetados. Os países também relataram interrupções no diagnóstico e tratamento da malária (46%), detecção e tratamento de casos de tuberculose (42%) e tratamento de HIV (32%). >
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Embora algumas áreas, como assistência odontológica, possam ter sido deliberadamente suspensas de acordo com protocolos de cada governo, a OMS aponta que a interrupção em outros serviços deverá ter efeitos prejudiciais à saúde da população a curto, médio e longo prazo>
Os serviços de emergência foram interrompidos em quase um quarto dos países entrevistados. Serviços de atendimento 24 horas, por exemplo, foram afetados em 22% dos países. As transfusões de sangue urgentes foram interrompidas em 23% dos locais analisados e as cirurgias emergenciais em 19% das nações.>
Cerca de 79 países relataram reduções no atendimento devido à combinação de menor demanda e outros fatores, como dificuldades financeiras. Do lado da oferta, o aspecto reportado com mais frequência foi o cancelamento de serviços opcionais (66%). Realocação de pessoal para participar da resposta à covid-19 e indisponibilidade de atendimento por conta de interrupções no fornecimento de equipamentos médicos e produtos de saúde foram outras causas apontadas na pesquisa.>
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