Publicado em 10 de dezembro de 2024 às 07:44
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) precisou ser submetido a uma cirurgia às pressas por causa de uma hemorragia intracraniana.>
Segundo o boletim médico divulgado pelo Hospital Sírio-Libanês, onde o procedimento foi realizado, Lula se queixou de dores de cabeça na noite de segunda-feira (9/12).>
Ao passar por uma ressonância magnética em Brasília, os médicos diagnosticaram a hemorragia intracraniana relacionada ao acidente domiciliar que o presidente sofreu há pouco mais de um mês, no dia 19 de outubro.>
Segundo as informações divulgadas à época, Lula escorregou no banheiro e bateu a parte de trás da cabeça — nos dias que se seguiram ao ocorrido, era possível notar alguns pontos e um machucado na região da nuca do presidente. >
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Após o diagnóstico do quadro na segunda-feira, Lula foi transferido para São Paulo, onde passou por uma "craniotomia para drenar o hematoma" (entenda mais sobre o procedimento a seguir).>
"A cirurgia transcorreu sem intercorrências. No momento, o presidente encontra-se bem, sob monitorização em leito de UTI [Unidade de Terapia Intensiva]", detalha o boletim médico do Sírio-Libanês.>
Entenda a seguir o que é uma hemorragia intracraniana e como profissionais de saúde costumam lidar com casos do tipo.>
Como o próprio nome sugere, a hemorragia intracraniana é marcada por um sangramento que ocorre na parte de dentro do crânio. >
Isso pode se desenrolar em algumas das estruturas que estão abaixo dos ossos da cabeça, como o cérebro ou as camadas que revestem as estruturas do sistema nervoso.>
Um artigo assinado por especialistas do Centro Médico da Universidade do Nebraska dividem esse quadro em quatro subtipos, de acordo com o local em que ele acontece.>
Segundo eles, a hemorragia pode ser epidural (entre o crânio e a dura mater, uma das membranas protetoras do sistema nervoso), subdural (abaixo da dura mater), subaracnoide (abaixo da membrana aracnoide) e intraparenquimal (nas próprias estruturas do cérebro).>
Ainda não está claro qual dos tipos foi diagnosticado em Lula — os médicos prometem detalhar o caso numa entrevista coletiva nesta terça-feira (10/12).>
Segundo o texto da Universidade do Nebraska, casos de hemorragia intracraniana exigem "avaliação neurocirúrgica imediata", algo que aconteceu com o presidente brasileiro.>
Já a Clínica Mayo, também dos EUA, destaca que a hemorragia intracriana é marcada "por um acúmulo de sangue no crânio" e isso pode gerar uma espécie de pressão no cérebro.>
"As causas mais comuns são rompimentos de vasos sanguíneos, mas o quadro também pode ser causado por pancadas na cabeça após quedas ou acidentes automobilísticos", informa o texto. >
A Clínica Mayo explica que os principais sinais de hemorragia intracraniana são:>
Pelas informações divulgadas até o momento, Lula queixou-se de dor de cabeça — e esse foi o motivo para os médicos pedirem exames de imagem, como a ressonância magnética.>
"Uma hemorragia intracraniana pode ser fatal e necessita de tratamento de emergência", alerta a Clínica Mayo.>
A forma de lidar com o quadro depende da extensão e da gravidade dele.>
A Clínica Mayo pontua que hemorragias pequenas, que não produzem muitos sintomas, não precisam de intervenção imediata.>
"No entanto, os sintomas podem aparecer ou piorar dias ou semanas após o acidente", alerta a entidade.>
Isso, aliás, foi o que aconteceu com Lula. O presidente sofreu o acidente em outubro e foi queixar-se de dor de cabeça quase dois meses depois, em dezembro.>
Quando a hemorragia é maior ou está pressionando o cérebro, os médicos costumam partir para a cirurgia. >
Há dois tipos principais de procedimento aqui.>
O primeiro é a drenagem cirúrgica. "Se o sangue está concentrado numa área e mudou de um coágulo sólido para um líquido, é possível fazer um pequeno buraco no crânio e fazer uma sucção", resume a Clínica Mayo.>
Há também a possibilidade de remover parte da calota craniana para retirar o sangue acumulado. Essa opção, conhecida como craniotomia, foi a escolhida para tratar Lula.>
Segundo o boletim médico, vale lembrar, "a cirurgia transcorreu sem intercorrências". >
A Clínica Mayo aponta que a recuperação de uma hemorragia intracranial "pode levar bastante tempo", a depender da gravidade do caso.>
Em alguns casos, especialistas indicam aos pacientes a realização de terapia ocupacional ou fisioterapia após a cirurgia para acelerar a retomada da vida normal.>
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