Publicado em 7 de março de 2024 às 06:00
Contra orientação médica, um homem alemão de 62 anos foi vacinado 217 vezes para a covid-19. >
O caso está documentado na revista The Lancet Infectious Diseases.>
As vacinas foram compradas e administradas de forma privada no espaço de 29 meses.>
O homem parece não ter sofrido efeitos nocivos, dizem pesquisadores da Universidade de Erlangen-Nuremberg.>
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“Soubemos do caso dele por meio de artigos de jornal”, disse o Dr. Kilian Schober, do departamento de Microbiologia da universidade.>
"Entramos então em contato com ele e o convidamos para fazer vários testes em Erlangen. Ele estava muito interessado em fazê-los.">
O homem forneceu amostras frescas de sangue e saliva.>
Os pesquisadores também testaram algumas amostras de sangue congeladas dele que foram armazenadas nos últimos anos.>
“Nós mesmos pudemos coletar amostras de sangue quando o homem recebeu uma nova vacinação durante o estudo por sua própria insistência", diz Schober. >
“Conseguimos usar essas amostras para determinar exatamente como o sistema imunológico reage à vacinação”.>
As evidências de 130 das doses administradas no homem foram recolhidas pelo Ministério Público da cidade de Magdeburg, que abriu uma investigação por fraude. No entanto, não foram apresentadas acusações criminais.>
As vacinas contra a covid não causam a infecção, mas ensinam ao corpo como combater a doença.>
As vacinas desenvolvidas a partir do ácido ribonucléico mensageiro, ou RNA, atuam ao "ensinar" as células do corpo um pouco do código genético do vírus.>
O sistema imunológico deve então reconhecer e saber como combater a covid caso entre em contato com a doença. >
Schober temia que a hiperestimulação do sistema imunológico com doses repetidas pudesse ter fatigado certas células. Mas os pesquisadores não encontraram nenhuma evidência disso no homem de 62 anos.>
E não havia sinal de que ele alguma vez tivesse sido infectado pela covid.>
“É importante ressaltar que não endossamos a hipervacinação como estratégia para aumentar a imunidade adaptativa”, disseram os pesquisadores. >
Os resultados dos testes com o homem de 62 anos foram insuficientes para tirar conclusões de longo alcance, assim como para produzir recomendações para o público em geral.>
“A investigação atual indica que uma vacinação de três doses, juntamente com vacinas complementares regulares para grupos vulneráveis, continua a ser a abordagem preferida”, afirmam no site da universidade.>
“Não há indicação de que sejam necessárias mais vacinas”.>
No Brasil, o Ministério da Saúde recomenda, desde o início de 2024, uma dose anual ou semestral da vacina para grupos prioritários, que possuem mais e maior risco de desenvolver formas graves da doença.>
A pasta também incluiu o imunizante contra a covid-19 no Calendário Nacional de Vacinação, para crianças de seis meses a quatro anos e 11 meses.>
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