Publicado em 20 de agosto de 2024 às 13:46
A mpox "não é a nova covid", porque as autoridades sabem claramente como controlar sua disseminação, afirmou o diretor regional da Organização Mundial da Saúde para a Europa, Hans Kluge>
Apesar da preocupação real com uma nova variante do vírus e de um alerta global, Kluge disse a jornalistas que um conjunto forte de medidas, o que inclui garantir que as vacinas cheguem às áreas mais necessitadas, pode evitar outro ciclo de pânico e negligência. >
Um caso da nova variante, a clado Ib, foi confirmado na Suécia na semana passada e está ligado a um surto crescente na África.>
Mpox é um novo nome adotado pela OMS para a antiga varíola dos macacos (ou monkeypox, em inglês).>
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A mpox causou a morte de pelo menos 450 pessoas na República Democrática do Congo, o antigo Zaire, nos últimos meses, em casos ligados à variante clado Ib. >
Ainda há muito a ser aprendido sobre essa nova variante, dizem os especialistas, mas ela pode estar se espalhando mais facilmente e causando doenças mais graves. >
Uma variante diferente, a clado II, foi responsável pelo surto de 2022 que inicialmente afetou a Europa e continua a circular em muitas partes do mundo.>
No entanto, segundo Kluge, os especialistas sabem como controlar a mpox, independentemente da variante, por meio de ações de saúde pública e acesso equitativo às vacinas. >
O vírus, que causa febre e erupções cutâneas, pode ser transmitido pelo contato direto com lesões na pele, incluindo durante relações sexuais.>
Kluge afirmou que o risco para a população em geral é baixo. >
"Vamos entrar em lockdown na região europeia da OMS? Isso é outra covid-19? A resposta é claramente: 'não'", disse ele.>
"Dois anos atrás, controlamos a mpox na Europa graças ao engajamento direto com as comunidades mais afetadas de homens que fazem sexo com homens", destacou o Kluge. >
"Em 2022, a mpox nos mostrou que pode se espalhar rapidamente pelo mundo. Podemos e devemos combater a mpox juntos – entre regiões e continentes.">
"Vamos optar por implementar os sistemas necessários para controlar e eliminar a mpox globalmente, ou entraremos em outro ciclo de pânico seguido de negligência?">
O Kluge acrescentou que cerca de cem novos casos da variante clado II estão sendo relatados mensalmente na região europeia. >
Viajantes para áreas afetadas na África foram aconselhados a considerar a vacinação.>
O porta-voz da OMS, Tarik Jasarevic, afirmou que a OMS não está recomendando o uso de máscaras. >
"Não estamos recomendando a vacinação em massa. Estamos recomendando o uso de vacinas em situações de surtos para os grupos que estão em maior risco", acrescentou.>
Em 14 de agosto, o Comitê de Emergência sobre mpox da OMS anunciou que a doença se tornou uma emergência de saúde pública de interesse global.>
A declaração foi feita por causa da rápida propagação da enfermidade por alguns países da África. O anúncio foi feito por Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da organização.>
Ele informou por meio de sua conta no X, antigo Twitter, que equipes estão trabalhando nos países afetados e outros em risco, "por meio de nossos escritórios nacionais e regionais", com parceiros, ONGs, sociedade civil e outros órgãos para conter a disseminação da doença.>
No Brasil, o Ministério da Saúde convocou uma reunião para discutir a questão.>
Em nota, a pasta disse que pretende atualizar as recomendações e o plano de contingência para a mpox no país.>
O texto ainda aponta que o governo "acompanha com atenção" a situação da mpox no mundo e monitora informações junto à OMS e outras instituições.>
"A avaliação é que o evento apresenta risco baixo neste momento para o Brasil", destacou ao ministério.>
Confira a seguir o que se sabe sobre a doença — e as formas de prevenção, diagnóstico e tratamento.>
Os sintomas da mpox iniciais incluem febre, dores de cabeça, inchaços, dores nas costas e dores musculares.>
Assim que a febre diminui, podem ocorrer erupções na pele. Elas geralmente começam pelo rosto e depois se espalham para outras partes do corpo, mais comumente nas palmas das mãos e nas solas dos pés.>
Esses machucados, que podem causar muita coceira e dor, passam por diferentes estágios antes de finalmente formarem uma crosta, que posteriormente cai.>
Essas lesões ainda podem deixar cicatrizes.>
A infecção geralmente desaparece sozinha e dura entre 14 e 21 dias.>
Em casos graves, as lesões podem atacar todo o corpo, principalmente a boca, os olhos e os órgãos genitais.>
A mpox se espalha por meio do contato próximo com alguém infectado — inclusive por meio de sexo, contato pele a pele e até conversa ou respiração perto de outra pessoa.>
O vírus pode entrar no corpo através de um ferimento na pele, do trato respiratório ou de olhos, nariz ou boca.>
O patógeno também pode ser transmitido pelo toque em objetos contaminados pelo vírus, como roupas de cama, roupas e toalhas.>
O contato próximo com animais infectados, como macacos, ratos e esquilos, é outro possível caminho de contaminação.>
Durante o surto global de 2022, o vírus se espalhou principalmente por meio do contato sexual.>
O atual surto na República Democrática do Congo parece estar relacionado ao contato sexual, mas a doença foi diagnosticada em públicos diversos.>
Os surtos de mpox podem ser controlados por meio da prevenção de infecções — e a melhor maneira de fazer isso é com as vacinas.>
Existem três imunizantes disponíveis, mas geralmente apenas as pessoas em risco ou que tiveram contato próximo com uma pessoa infectada podem tomá-los.>
A OMS não recomenda atualmente a vacinação massiva, de populações inteiras.>
São necessários mais estudos para saber o nível de proteção das vacinas atuais contra as novas versões do vírus.>
A OMS pediu recentemente às farmacêuticas responsáveis por esses imunizantes para que elas fizessem testes mais amplos.>
A ideia seria entender se esses produtos podem ser úteis numa situação de emergência, mesmo que ainda não tenham sido formalmente aprovados nos países onde podem ser necessários.>
Uma terapia desenvolvida para tratar a varíola comum também pode ser útil no tratamento da mpox, mas há pesquisas limitadas sobre a eficácia do remédio.>
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