> >
EUA já registram mais mortes por Covid que de soldados na 2ª Guerra

EUA já registram mais mortes por Covid que de soldados na 2ª Guerra

Com 330 milhões de habitantes, cerca de 4% da população mundial, os EUA representam cerca de 20% das mortes e 22,5% dos casos no mundo

Publicado em 12 de dezembro de 2020 às 10:11

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Tenda refrigerada com frigorífico vira necrotério em The Brooklyn Hospital Center, no bairro do Brooklyn, em Nova York, durante pandemia da Covid-19 nos Estados Unidos
Tenda refrigerada com frigorífico vira necrotério em The Brooklyn Hospital Center, no bairro do Brooklyn, em Nova York, durante pandemia da Covid-19 nos Estados Unidos. (Vanessa Carvalho/Brazil Photo Press/Folhapress)

A quantidade de mortes por Covid-19 nos EUA ultrapassou nesta sexta-feira (11), o número de soldados americanos mortos em combate na 2.ª Guerra. Com mais de 3 mil óbitos pelo terceiro dia seguido e 200 mil novos casos nos últimos quatro dias, o país totaliza 15,8 milhões de infectados e 293 mil mortos.

Com 330 milhões de habitantes, cerca de 4% da população mundial, os EUA representam cerca de 20% das mortes e 22,5% dos casos no mundo, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins. Ao atingir ontem a marca de 293 mil mortos, a pandemia de coronavírus deixou para trás a quantidade de baixas americanas no conflito mais sangrento da história da humanidade - segundo o Departamento de Assuntos de Veteranos, 291.557 soldados americanos morreram na 2.ª Guerra.

Em abril, o número de mortos na pandemia já havia ultrapassado as baixas americanas na Guerra do Vietnã (58 mil). Em maio, os EUA chegaram a 87 mil mortes, mais do que o número de soldados americanos que morreram em combate em todos os conflitos após 1945.

Agora, o coronavírus persegue o recorde do momento histórico mais violento da história americana: a Guerra Civil, que deixou 620 mil mortos. Segundo estimativas da Universidade de Washington, se mantiver o mesmo ritmo, no fim de janeiro, o país terá alcançado a marca 400 mil mortos.

Para segurar esses números, a Casa Branca aposta todas as suas fichas na vacinação em massa. Segundo o secretário de Saúde, Alex Azar, a imunização da população americana começaria no início da semana, assim que a Food and Drug Administration (FDA), agência que regula medicamentos, autorizar o uso emergencial da vacina da Pfizer-BioNTech.

Na quinta-feira (10), um comitê autorizou o uso da vacina, que deveria receber a aprovação final da FDA em "alguns dias". Ontem, o presidente dos EUA, Donald Trump, se irritou com a demora e ordenou que o diretor da agência, Stephen Hahn, apresentasse sua renúncia caso a agência não aprovasse a vacina imediatamente.

"Libere a maldita vacina agora, dr. Hahn. Pare de brincar e comece a salvar vidas", tuitou o presidente, que chamou a agência de "uma tartaruga grande, velha e lenta". O chefe de gabinete da Casa Branca, Mark Meadows, telefonou para Hahn e aumentou a pressão sobre a FDA. Segundo o Washington Post, a agência imediatamente começou a apressar o cronograma de aprovação da vacina.

Apesar de ter sido vendida pela Casa Branca como a solução do problema, o processo de imunização é lento e os EUA não têm doses suficientes para vacinar toda a população. A Pfizer e a BioNTech só têm contrato com o governo americano para fornecer 100 milhões de doses - o que daria para imunizar 50 milhões de pessoas, já que o produto é administrado em duas doses.

A Moderna, cuja vacina pode ser aprovada até o fim da próxima semana, também se comprometeu a entregar 100 milhões de doses aos EUA. Cada contrato inclui opções para doses adicionais, mas o tempo para ativar essas cláusulas pode atrasar a entrega em vários meses.

Embora Trump tenha tentado levar o crédito por desenvolver as vacinas, o New York Times informou esta semana que a Casa Branca perdeu a oportunidade de garantir a compra de mais doses da Pfizer meses atrás. Como o governo não estava disposto a ampliar o pedido antes que os testes finais mostrassem que a imunização era 95% eficaz, a Pfizer fechou acordos com outros países.

Para tentar marcar posição e tranquilizar a população americana, o presidente eleito dos EUA, Joe Biden, que assume no dia 2o de janeiro, afirmou na terça-feira que pretende aplicar 100 milhões de doses em seus primeiros 100 dias de governo.

Para cumprir a meta, o democrata disse que Trump precisa comprar agora as doses já combinadas com a Pfizer e com a Moderna. Biden citou a necessidade de liberação de recursos federais para cobrir o custo de transporte das vacinas todos os cantos do país. "Eu não posso prometer acabar com a Covid-19 em 100 dias, mas podemos mudar o curso da doença e melhorar a vida dos americanos", disse. 

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais