Publicado em 12 de abril de 2023 às 12:55
- Atualizado há 3 anos
O dono do Twitter, Elon Musk, disse em entrevista à BBC que administrar a empresa tem sido "muito doloroso" e "uma montanha-russa".>
Ele afirmou ainda que venderia a companhia se a pessoa certa aparecesse.>
A entrevista, transmitida ao vivo a partir da sede do Twitter, em San Francisco, nos EUA, também abordou as demissões em massa, a questão da desinformação e seus hábitos de trabalho.>
O empresário multibilionário, que também é dono da montadora Tesla e da empresa de foguetes SpaceX, comprou o Twitter por US$ 44 bilhões em outubro do ano passado.>
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Na conversa — na qual Musk tentou fazer tantas perguntas quanto o jornalista —, o empreendedor saiu em defesa da sua administração na companhia.>
Questionado se ele se arrependia de ter comprado o Twitter, o segundo homem mais rico do mundo disse que "o nível de dor tem sido extremamente alto, não tem sido nenhum tipo de festa".>
Ao falar sobre sua temporada no comando até agora, ele afirmou: "Não tem sido entediante. Tem sido uma montanha-russa".>
Musk acrescentou que "a situação nos últimos meses tem sido realmente estressante", mas declarou que ainda sente que comprar a empresa era a coisa certa a fazer.>
Segundo ele, as coisas estão indo "razoavelmente bem", indicando que o uso da plataforma está alto e "o site funciona".>
Ele disse que a carga de trabalho faz com que "às vezes durma no escritório" — e revelou que, nestes casos, costuma usar o sofá de uma biblioteca "onde ninguém vai".>
O empresário também fez referência aos tuítes muitas vezes controversos que posta, dizendo: >
"Eu dei um tiro no pé com tuítes várias vezes? Sim.">
"Acho que não devo tuitar depois das 3 da manhã", acrescentou.>
"Se você vai tuitar algo que talvez seja controverso, salve como rascunho e veja no dia seguinte se ainda quer tuitar.">
Questionado sobre a decisão de adicionar um selo à conta principal da BBC no Twitter, que a descreve como "mídia financiada pelo governo", Musk respondeu: "Sei que a BBC geralmente não gosta de ser rotulada como mídia estatal.">
No início desta semana, a corporação entrou em contato com a rede social a respeito da descrição na conta @BBC para resolver o problema "o mais rápido possível".>
"A BBC é, e sempre foi, independente. Somos financiados pelo público britânico por meio da taxa de licença de TV", esclareceu a companhia.>
Musk disse que o Twitter estava ajustando a descrição da BBC para "financiada com recursos públicos". >
"Estamos tentando ser precisos", ele afirmou.>
"Na verdade, tenho muito respeito pela BBC", acrescentou Musk, dizendo que a entrevista foi "uma boa oportunidade para fazer algumas perguntas" e "para obter algum feedback sobre o que deveríamos estar fazendo diferente".>
Em relação às finanças do Twitter, Musk disse que a empresa agora está "quase no break even (ponto de equilíbrio entre despesas e receitas)", à medida que a maioria de seus anunciantes voltou.>
Ele também contou que reduzir a força de trabalho de pouco menos de 8 mil na época em que comprou o Twitter para cerca de 1,5 mil não foi fácil.>
E admitiu que não demitiu todos pessoalmente: "Não é possível falar com tanta gente cara a cara", declarou.>
A saída de muitos engenheiros desde que Musk adquiriu a companhia levantou preocupações sobre a estabilidade da plataforma.>
Ele reconheceu algumas falhas, incluindo interrupções no site. Mas, de acordo com ele, as interrupções não duraram muito tempo, e o site está funcionando bem atualmente.>
Na entrevista — que foi transmitida ao vivo na plataforma Twitter Spaces —, Musk também foi questionado sobre a questão da desinformação e do discurso de ódio na rede social.>
Ele afirmou haver menos desinformação no Twitter desde que adquiriu a companhia e que seus esforços para excluir bots (contas automatizadas) vão reduzir as notícias falsas.>
No entanto, muitos especialistas discordam. Um estudo — e há muitos outros na mesma linha — mostrou que o engajamento de contas populares de disseminação de desinformação aumentou após Musk assumir a plataforma.>
Ele questionou repetidamente se os jornalistas eram árbitros justos da verdade e disse que confiava mais nas "pessoas comuns".>
Sobre a questão do legado dos selos azuis de verificação da plataforma, Musk disse que eles seriam removidos das contas até o fim da próxima semana.>
O ex-executivo do Twitter Bruce Daisley — que esteve à frente da companhia na Europa, Oriente Médio e África por oito anos — disse que a entrevista "nos deu alguma ideia sobre a estranha vida deste bilionário".>
"Ele confessou hoje que a única razão pela qual seguiu em frente com a compra do Twitter foi porque acreditava que um juiz o forçaria a prosseguir com a transação. Ele nunca admitiu isso até agora, então foi uma entrevista muito atípica.">
Daisley também sugeriu que a entrevista mostrou que ele nem sempre era consistente no que dizia.>
Musk tem uma fortuna pessoal estimada em quase US$ 190 bilhões, o que faz dele a segunda pessoa mais rica do mundo, segundo a lista de bilionários da revista Forbes.>
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