Publicado em 14 de agosto de 2020 às 14:27
O Conselho de Segurança das Nações Unidas começou a votar na quinta-feira (13), uma proposta dos Estados Unidos para estender um embargo de armas ao Irã, que é contestado pelos poderes de veto da Rússia e da China. O resultado deve ser anunciado em reunião nesta sexta (14), de acordo com diplomatas. >
O conselho de 15 membros está operando virtualmente em meio à pandemia de coronavírus, então os estados têm 24 horas para votar. O embargo de armas de 13 anos deve expirar em outubro sob um acordo nuclear de 2015 entre Irã, Rússia, China, Alemanha, Reino Unido, França e Estados Unidos que impede Teerã de desenvolver armas nucleares em troca do alívio das sanções.>
Em uma tentativa de obter mais apoio do conselho, os Estados Unidos reduziram seu projeto de resolução para apenas quatro parágrafos que simplesmente estenderiam a proibição de armas em Teerã "até que o Conselho de Segurança decida de outra forma", dizendo que é "essencial para a manutenção da paz internacional e segurança".>
Diplomatas e analistas, no entanto, acreditam que o texto preliminar provavelmente não será aprovado. Para ser adotada, uma resolução precisa de pelo menos nove votos a favor e nenhum veto da Rússia, China, Estados Unidos, Reino Unido ou França - os membros permanentes. Dos 15 membros do Conselho de Segurança, 10 ocupam cadeiras rotativas e cinco são permanentes, com o poder de veto.>
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Se os Estados Unidos não tiverem sucesso, eles ameaçaram tentar provocar o retorno de todas as sanções da ONU contra o Irã usando uma cláusula do acordo nuclear, embora Washington tenha se retirado do acordo em 2018. A medida pode colocar o já frágil acordo nuclear ainda mais em risco.>
Não ficou imediatamente claro como a Rússia, a China ou quaisquer outros membros do Conselho de Segurança podem tentar impedir os Estados Unidos de provocar o retorno de todas as sanções da ONU ao Irã. Diplomatas alertam que o processo seria difícil e complicado. Eles dizem que vários países argumentariam que Washington legalmente não poderia ativar um retorno das sanções e, portanto, simplesmente não iria reimpor as medidas ao Irã.>
Desde a retirada dos EUA do acordo, em maio de 2018, a União Europeia, a Rússia e a China negam aos americanos o direito de ativar esse processo de reimposição de sanções internacionais. Rússia e China, que têm interesses na venda de armas ao Irã, já disseram no passado que se opõem a uma prorrogação do embargo. Em junho, os dois países barraram o pedido dos EUA para prorrogar o embargo. >
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