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Bolsonaro diz ser a favor de muro de Trump em entrevista a TV americana

Bolsonaro diz ser a favor de muro de Trump em entrevista a TV americana

À Fox News, presidente brasileiro disse que "a maioria dos imigrantes não tem boas intenções"; também respondeu sobre Marielle Franco e vídeo que postou no carnaval

Publicado em 19 de março de 2019 às 14:27

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O presidente Jair Bolsonaro concede entrevista para Shannon Bream, apresentadora da Fox News. (Alan Santos/Presidência da República)

Em entrevista à emissora de televisão americana Fox News nesta segunda-feira (18), que foi ao ar na madrugada desta terça (19), o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, afirmou que a maioria dos imigrantes não possui boas intenções e se mostrou favorável à ideia do presidente americano, Donald Trump, de construir um muro na fronteira com o México.

“A maioria dos imigrantes não tem boas intenções”, disse Bolsonaro, que afirmou que questionaria aos que são contra a construção do muro “se eles tirariam as portas de suas próprias casas”. “Nós concordamos com a proposta de Trump sobre o muro”, disse.

Em fevereiro, o filho mais novo do presidente, deputado Eduardo Bolsonaro, havia dito em evento em Miami que era favorável à ideia do muro - uma barreira na fronteira entre México e EUA, proposta por Trump. Bolsonaro, que se encontrará com Trump nesta terça-feira na Casa Branca, endossou o discurso do americano sobre combate ao socialismo. “Não poderia concordar mais com Trump”, afirmou o brasileiro.

Ao falar de Trump, Bolsonaro afirmou que “sempre admirou” o americano e que os dois têm muito em comum. O brasileiro quer, na conversa com o americano, falar sobre como as duas nações podem “se ajudar”.

Assista à íntegra da entrevista concedida à Fox News (áudio em inglês) 

MARIELLE

Na entrevista à Fox, uma emissora de TV considerada apoiadora de Trump e conservadora, Bolsonaro foi questionado sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL). Ele minimizou o fato de o policial militar reformado Ronnie Lessa, preso sob suspeita de envolvimento no assassinato da vereadora, possuir casa no mesmo condomínio que ele no Rio de Janeiro.

“A mídia que sempre me criticou quer estabelecer uma conexão, mas nunca o vi no meu condomínio”, afirmou. Ele disse ainda que só conheceu o nome de Marielle depois do assassinato da vereadora, e voltou a falar sobre o atentado a faca que sofreu durante a campanha eleitoral.

VÍDEO NO CARNAVAL

Bolsonaro também foi questionado sobre a publicação de um vídeo com cenas obscenas que relacionou ao carnaval em seu perfil no Twitter. O presidente afirmou que o vídeo “já estava circulando”.

“Uma das coisas que me fez ser eleito foi meu respeito a famílias e tradições. Eu sou uma pessoa religiosa, não posso me tornar presidente e mudar meu jeito de ver as coisas, o que é muito comum nos círculos políticos”, disse.

O presidente ainda rejeitou rótulos de racista ou homofóbico – suas falas sobre raça e orientação sexual foram amplamente divulgadas na imprensa estrangeira durante a campanha eleitoral. “Se eu fosse tudo isso, eu não teria sido eleito presidente”, disse, emendando que há um problema de “fake news” no Brasil.

“Eu não tenho nada contra os homossexuais, mas eu gosto de ter minha casa em ordem. A definição de família, na minha visão, é a mesma definida na Bíblia”, afirmou.

VENEZUELA

Ele também foi questionado sobre a situação na Venezuela e afirmou que há limites para a atuação do Brasil no país vizinho. Segundo ele, o país vai fazer “tudo o que for possível na frente diplomática e de assistência”, descartando a possibilidade de uma ação militar.

Bolsonaro foi questionado ainda sobre a proximidade com Steve Bannon, ex-estrategista de Donald Trump e apoiador de populistas de direita. A aproximação de Bolsonaro com Bannon gera desconforto em parte do governo americano, já que ele foi forçado a deixar o governo em 2017 e foi chamado de traidor por Trump.

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O presidente brasileiro disse saber que houve uma separação entre Trump e Bannon e minimizou a participação do americano no jantar do domingo, quando se encontrou com conservadores. Segundo Bolsonaro, a única pessoa que mantém contato com Bannon é o filho, Eduardo Bolsonaro.

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