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Após morte de homem negro, prefeita de Atlanta anuncia reforma da polícia

Após morte de homem negro, prefeita de Atlanta anuncia reforma da polícia

Bottoms disse que emitirá ordens exigindo que os policiais atenuem a maneira de lidar com as ocorrências e que oficiais intervenham no caso de presenciarem uso excessivo de força por um colega

Publicado em 15 de junho de 2020 às 19:43

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Bandeira dos Estados Unidos
Antes mesmo do crime, manifestantes de todo o país pediam uma reforma na polícia. (Pixabay )

Depois de um policial branco matar a tiros um homem negro na sexta (12), em Atlanta, a prefeita Keisha Lance Bottoms ordenou uma reforma da polícia local.

Bottoms disse que emitirá ordens exigindo que os policiais atenuem a maneira de lidar com as ocorrências e que oficiais intervenham no caso de presenciarem uso excessivo de força por um colega.

Ela afirmou esperar que o novo modelo seja um parâmetro para a cidade e "possivelmente" para o país.

Segundo falou em uma coletiva de imprensa nesta segunda (15), após a morte de Rayshard Brooks não se pode esperar que um conselho consultivo apresente recomendações para reformar a polícia. "Ficou claro que não temos mais um dia, um minuto, uma hora a perder."

Brooks foi morto com um tiro no estacionamento de uma filial do restaurante Wendy's. O confronto com a polícia ocorreu depois que os oficiais foram chamados ao local devido a um relato de que ele havia adormecido na fila do drive-thru.

Os policiais tentaram prendê-lo após submetê-lo a um teste de embriaguez, no qual foi reprovado, mas Brooks resistiu.

Um vídeo gravado por uma testemunha mostra Brooks lutando com dois policiais no chão antes de se libertar e atravessar o estacionamento, segurando o que parece ser um "taser" -arma de choque- de um dos policiais.

Um segundo vídeo, com imagens das câmeras do restaurante, exibe a vítima se virando enquanto corre, e possivelmente apontando o "taser" para os policiais que o perseguiam. Um dos policiais dispara a arma e, em seguida, Brooks cai no chão. Médicos legistas determinaram que a causa da morte foi homicídio.

"Estamos cansados e frustrados. Mas o mais importante é que estamos com o coração partido, por isso precisamos de justiça para Rayshard Brooks", disse sua prima, Tiara Brooks.

Mais de mil pessoas marcharam em Atlanta nesta segunda, pedindo justiça por Brooks e por outros afro-americanos mortos pela polícia.

A 1.400 km de Atlanta, o Departamento de Polícia de Nova York determinou a transferência imediata de cerca de 600 policiais à paisana para novas funções, dentre as quais o policiamento de bairros e tarefas de detetive. O anúncio foi feito pelo comissário de polícia, Dermot Shea, também nesta segunda.

"Essa é uma mudança sísmica na cultura de como a polícia de Nova York policia essa grande cidade. Isso será sentido imediatamente entre os cinco escritórios do promotor público. Isso será sentido imediatamente nas comunidades que protegemos ", acrescentou.

A polícia de Nova York segue contando com o trabalho de policiais à paisana.

Os desdobramentos deste início de semana são reflexos das grandes manifestações que tomaram conta das ruas das principais cidades dos EUA desde o início de junho.

Elas foram uma resposta à morte, em Minneapolis, de George Floyd, um homem negro asfixiado em 25 de maio após um oficial branco se ajoelhar no seu pescoço por quase nove minutos enquanto o detinha.

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A principal pauta dos manifestantes é o fim do uso excessivo de violência policial em relação a negros.

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