Publicado em 6 de outubro de 2024 às 07:39
Cerca de 34 milhões de brasileiros estão aptos a votar em 5.570 municípios neste domingo (6/10). >
As pesquisas eleitorais apontam que em muitos locais o cargo de prefeito vai ser preenchido no 1º turno, mas ainda há grandes cidades e capitais onde a corrida pelo 2º turno está acirrada.>
Veja abaixo algumas disputas mais imprevisíveis e capitais onde o resultado pode reverberar para além das fronteiras municipais.>
Maior colégio eleitoral do Brasil, com 9,3 milhões de eleitores, São Paulo (SP) chegou ao dia da eleição sem clareza sobre quais dos três candidatos mais votados iriam para o segundo turno.>
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Os candidatos Guilherme Boulos (PSOL), Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB) estavam em empate técnico, com 29%, 26% e 26% das intenções de voto, respectivamente, de acordo com a última pesquisa Datafolha, divulgada no sábado (5/10).>
No entanto, a pesquisa Atlas divulgada também no sábado mostra um cenário um pouco mais definido, com Boulos com 29,9% das intenções de voto seguido por Marçal, com 27,8% e Nunes com 18,6%.>
A disputa ficou mais imprevisível após subida do candidato de direita radical Pablo Marçal — que teve um dos momentos mais falados do período eleitoral ao levar uma cadeirada de outro candidato, José Luiz Datena (PSDB), após provocá-lo durante um debate. O episódio chegou a repercutir na imprensa estrangeira.>
Marçal cresceu na direita sem o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O candidato do bolsonarismo seria Ricardo Nunes, mas sua campanha não usou muito o ex-presidente, que sequer fez comício em São Paulo.>
“Se Marçal passar pelo segundo turno, isso significa uma rebelião no campo da direita, que desde 2018 é monopolizada por Bolsonaro, ou seja, todos os quadros sempre dependeram de suas bênçãos”, afirma o cientista político Antônio Lavareda.>
“Marçal não precisa nem ganhar, basta ir para o segundo turno. Isso rompe com a hegemonia bolsonarista na direita e é um convite para outras rebeliões”, diz Lavareda.>
A disputa também está bastante apertada em Belo Horizonte (MG), onde dois candidatos de direita e um de centro-direita são favoritos para disputar o segundo turno.>
De acordo com a última pesquisa Datafolha, de sábado (5/10), estão empatados tecnicamente o candidato Bruno Engler (PL) com 26%, o atual prefeito Fuad Noman (PSD) com 25% e o deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos), com 23%.>
Um dos dez maiores colégios eleitorais do país, com 1,9 milhão de eleitores, a cidade deve ser um grande palanque eleitoral para os candidatos à presidência em 2026. >
Fortaleza é uma das cidades com disputas mais acirradas, com quatro candidatos — dois de direita e dois de esquerda — na briga para ir ao segundo turno.>
Na frente estão Evandro Leitão (PT) e André Fernandes (PL), em empate técnico com 26% e 25% das intenções de voto, respectivamente, de acordo com a pesquisa Real Time Big Data divulgada na quarta (2/10).>
Mas com uma margem de erro de 3 pontos percentuais, os candidatos Capitão Wagner (União Brasil) e José Sarto (PDT) não estão fora da corrida, com 19% e 16% das intenções de voto, respectivamente.>
Manaus também é uma das cidades com a disputa do segundo turno indefinida.>
Embora o atual prefeito David Almeida (Avante) esteja na frente, com 29% das intenções de voto, de acordo com a pesquisa AtlasIntel divulgada na quinta (3/10), o segundo lugar ainda é incerto, com Capitão Alberto Neto (PL) e Amom Mandel (Cidadania) no páreo. Eles têm 22% e 20% das intenções de voto, respectivamente.>
No Rio de Janeiro, o atual prefeito Eduardo Paes (PSD) lidera a corrida com 61% das intenções de voto, de acordo com pesquisa Datafolha divulgada no sábado (5/10).>
Principal aposta do bolsonarismo nesta eleição, Alexandre Ramagem (PL) não decolou nas pesquisas, embora a distância entre ele e Paes tenha diminuído ao longo da campanha.>
Na última semana, o candidato do PL teve uma intensa agenda de eventos com o ex-presidente Jair Bolsonaro, que assumiu nesta eleição um papel maior de cabo eleitoral do que quando era presidente.>
No entanto, para o cientista político Antônio Lavareda, o desempenho de Ramagem nas pesquisas não é sinal de uma desaceleração do bolsonarismo.>
“Normalmente as eleições giram em torno do prefeito no cargo — prefeitos bem avaliados dificilmente perdem eleição”, diz ele. >
“A eleição no Rio é bem sinal da boa avaliação de Paes do que de uma fragilidade no bolsonarismo.”>
Em Recife, as pesquisas apontam para a vitória do atual prefeito João Campos (PSB), o popular filho de Eduardo Campos e herdeiro de seu capital político. >
Com um governo considerado ótimo ou bom por 76% dos recifenses, de acordo com o instituto Datafolha, João Campos possui cerca de 80% das intenções de voto e, portanto, tem previsão de vencer já no primeiro turno. Os números são da pesquisa Datafolha divulgada no sábado (5/10).>
Seu percentual de intenção de votos nas pesquisas é o segundo maior entre as capitais, e fica atrás apenas de Doutor Furlan (MDB) em Macapá (AP).>
Com o provável sucesso neste domingo (6/10), Campos se cacifa para concorrer ao posto de governador em 2026, de acordo com o cientista político Túlio Velho Barreto, da Fundaj (Fundação Joaquim Nabuco). >
Ele também se consagra como uma das lideranças que podem renovar a esquerda no país, afirma Lavareda.>
“O sucesso eleitoral combinado pelo sucesso dele nas redes sociais vai nacionalizar o João Campos de vez, vai consolidá-lo com uma das novas lideranças de esquerda.”>
Com o maior índice de intenção de votos entre as capitais do país, o atual prefeito de Macapá, Dr. Furlan (MDB), concorre à reeleição com grande vantagem em relação aos outros candidatos — tanto que sequer tem comparecido aos debates.>
De acordo com a pesquisa Gerp divulgada na terça (1/10), ele tinha 81% das intenções de voto e deve vencer no primeiro turno.>
Em Porto Alegre, o prefeito Sebastião Melo (MDB) tinha 32% das intenções de voto na segunda (30/9) — provável resultado da avaliação sobre a resposta da prefeitura à enchente na cidade em março desde ano, afirma Lavareda.>
Enquanto isso, o voto da esquerda está dividido entre a candidata do PT, Maria do Rosário, e Juliana Brizola (PDT), que têm 29% e 23% das intenções de voto respectivamente.>
*com reportagem de Letícia Mori e Vitor Tavares>
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