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6 dicas para passar com segurança pela crise na bolsa

Nesse milênio, este é somente o quarto período em que houve Circuit Breakers na bolsa brasileira

  • Bernardo Herpis Fusato
Publicado em 22/10/2020 às 21h00
Atualizado em 22/10/2020 às 21h00
Mercado financeiro, bolsa de valores, ações, mercado de capitais, B3
Mercado financeiro, bolsa de valores, ações, mercado de capitais, B3. Crédito: Pixabay

A pandemia do COVID-19 está afetando fortemente as economias globais. Como não sabemos a dimensão dos efeitos no crescimento econômico e na saúde pública, a incerteza gerada desenvolveu na população um sentimento de pânico quase que sem precedentes. Graças a isso, estamos vivendo hoje uma grande crise no mercado financeiro no mundo todo, com uma das piores quedas da bolsa de valores na história.

Nesse milênio, este é somente o quarto período em que houve Circuit Breakers na bolsa brasileira, mecanismos que são acionados quando ocorrem quedas bruscas devido à irracionalidade do mercado. As negociações são encerradas de forma temporária, visando acalmar os ânimos dos investidores.

O ponto que me chama atenção aqui não é como grandes bancos e empresas do mercado financeiro têm sofrido, mas sim como a poupança de famílias foram dizimados por terem sido induzidas por propagandas enganosas sobre como o investimento em ações os deixariam ricos. Investimentos no mercado de renda variável podem sim ser bons, desde que para a pessoa certa, no montante certo e com a estratégia correta. O que vemos nesse momento são pessoas que começaram a investir em 2019 e antes da crise estavam com toda ou maior parte do patrimônio alocado em bolsa, e hoje sofrem as consequências das decisões mal tomadas.

Visando ajudar pessoas que investem a passar por este momento, elenquei alguns pontos importantes com base na minha experiência de mais de 5 anos no mercado de investimentos. O objetivo aqui é ajudar o investidor a, primeiro, não piorar a sua situação e, segundo, melhorar seus retornos no longo prazo. Vamos à lista:

1. Em hipótese alguma tente recuperar a perda por meio de operações alavancadas via derivativos (futuros, termo, alavancagem, opções, empréstimos). Essa é a pior coisa que você pode fazer nesse momento. Já vi casos de pessoas devendo milhões por causa de erros desse tipo.

2. Não use sua reserva de emergência nem pegue dinheiro emprestado para “fazer compras baratas”. No fundo do poço pode haver um alçapão e, além de tudo, podem ocorrer imprevistos que façam com que você precise do recurso.

3. Agora é a hora que o medo de perder oportunidades vai acontecer. É fundamental se controlar para não tomar decisões ruins com base nisso. Mercado tem todos os dias.

4. Se sua perda foi além do que você está suportando, leve como um aprendizado de que você precisa reduzir sua exposição em renda variável.

5. Sempre tenha seguros na carteira. Ouro, dólar, caixa e outros instrumentos.

6. E a parte mais importante: lembre-se que o lugar onde você ganha dinheiro é na sua empresa ou no seu trabalho. Os investimentos servem, no primeiro momento, para proteger o seu capital e somente depois valorizá-lo acima da inflação.

Investimentos foram feitos para fazer sua vida melhor, não pior. Se está te atrapalhando no seu dia a dia, então provavelmente sua carteira de investimentos não está adequada ao seu perfil e às suas reais necessidades. Um portifólio equilibrado e bem estruturado é fundamental para primeiro buscar a proteção do capital, e, segundo, buscar rentabilidade. Não se preocupe se alguém estiver ganhando mais que você em determinado momento. Lembre-se que, quem ganhou 100% em 2019 e perdeu 50% em 2020, voltou à estaca zero.

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