Imunoterapia: entenda o tratamento que fez Glória Maria vencer o câncer em 2019

Tratamento é considerado mais duradouro que a quimioterapia, mas não é opção para todos os tipos de câncer

Glória Maria fez história na televisão brasileira

Glória Maria lutou contra um câncer de pulmão. Crédito: Divulgação/TV Globo

A jornalista Glória Maria faleceu nesta quinta-feira vítima de um câncer com metástase no cérebro. Glória foi diagnosticada com câncer de pulmão há quatro anos, que teve um tratamento bem-sucedido, porém enfrentava metástases recentes do tumor no cérebro. A jornalista passou por um bem-sucedido tratamento com imunoterapia.

De acordo com a oncologista Carolina Chaves Siqueira, da Samp, a imunoterapia treina o sistema imunológico para o combate as células cancerígenas. “A quimioterapia destrói diretamente as células do câncer, é um tratamento direto. A imunoterapia treina o sistema imunológico para combater a célula do câncer, é um tratamento indireto. Não é o medicamento que faz o efeito, o medicamento estimula o sistema imunológico da pessoa a criar artifícios para destruir as células do câncer”, explica.

Como o tratamento consiste em treinar o sistema imunológico, os efeitos da imunoterapia são mais duradouros do que a quimioterapia. “Quando a gente para a quimioterapia, para o efeito do tratamento. Na imunoterapia é diferente. Nosso sistema imunológico tem memória e se o sistema imunológico está treinado, ele continua tendo ação contra as células cancerígenas mesmo quando a gente faz uma pausa no tratamento. É um tratamento com um efeito mais prolongado, mais duradouro”, afirma a oncologista.

ALTO CUSTO

Ainda segundo a oncologista, a imunoterapia é vista como uma área promissora no combate ao câncer, embora o tratamento seja de alto custo e só apresente uma boa resposta para alguns tipos de tumor.

“Não são todos os tumores que tem boa resposta a imunoterapia, cada caso é avaliado individualmente. É uma área com muita pesquisa, cada vez a gente descobre novas possibilidades de tratamento para imunoterapia. Rim e melanoma não têm resposta a quimioterapia e antigamente, antes desse tratamento, a gente ficava sem alternativas. Com a imunoterapia, esses pacientes ganharam uma sobrevida maior, mais qualidade de vida. Melanoma, rim e tumores no pulmão a gente usa muito a imunoterapia, porque tem boa resposta”, esclarece.

Mas embora a imunoterapia seja uma boa opção de tratamento, não há como extinguir todas as possibilidades da doença voltar. Em situações de metástase, como no caso de Glória Maria, o tratamento busca o controle da doença.

“Toda vez que começa um tratamento, depende muito da resposta do tumor. Nem todo paciente tem uma ótima resposta. Quando é uma doença descoberta no início, a gente nunca consegue zerar o risco da doença voltar no futuro, por isso que a gente fica vigiando a doença por muito tempo. Com metástase, o tratamento visa o controle da doença. No caso da Glória Maria, a imunoterapia foi bem-sucedida, depois o câncer voltou no cérebro e foi tratado com cirurgia”.

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