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Palmeiras rompe com empresa que instalou gramado sintético no Allianz Parque

Palmeiras rompe com empresa que instalou gramado sintético no Allianz Parque

Situação ficou estremecida após reclamação de jogadores em relação à qualidade do piso após uma "gosma" grudar no solado das chuteiras

Publicado em 29 de janeiro de 2024 às 21:40

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O Palmeiras decidiu desfazer o contrato comercial que mantinha com a Soccer Grass, que instalou em 2020 o gramado sintético no Allianz Parque e também na Academia de Futebol. Em meio a uma acirrada briga com a WTorre, o clube se mostrou insatisfeito com a demora nas soluções apresentadas pela empresa e resolveu rescindir o vínculo.

Técnico do Palmeiras, Abel Ferreira ficou com cara de poucos amigos no Allianz Parque
Técnico do Palmeiras, Abel Ferreira tem reclmado constantemente sobre a qualidade do gramado do estádio do time. (Marcello Zambrana/AGIF)

O Palmeiras rescindiu o contrato com a Soccer Grass referente ao fornecimento do piso sintético do CT. O trabalho da Soccer Grass no Allianz Parque é de responsabilidade da Real Arenas, companhia da WTorre criada para gerir a arena palmeirense desde que ela foi inaugurada, em 2014. O Estadão procurou o CEO da Soccer Grass, Alessandro Oliveira, para comentar o caso. Ele afirmou que não foi comunicado da decisão. "Não recebemos nada", disse.

O Palmeiras vinha conversando há meses com a Soccer Grass sobre a piora da qualidade dos campos do Allianz Parque e do Centro de Treinamento e se queixou das soluções apresentadas. O clube entende que a empresa, assim como a Real Arenas, demorou para agir de forma efetiva, ocasionando um prejuízo para a agremiação, que perderá receitas relevantes em decorrência da necessidade de atuar longe de casa.

Revoltado com a WTorre, o clube desafiou a construtora e afirmou no domingo à noite, horas após o clássico com o Santos, que não mais vai jogar no Allianz Parque enquanto os problemas relacionados ao gramado não forem resolvidos. Nesse período, o time vai jogar na Arena Barueri, que se tornou a segunda casa da equipe. O estádio é gerenciado pela Crefipar, empresa de Leila Pereira, presidente do clube alviverde, ligada à Crefisa e a FAM, que passou, desde o ano passado, a administrar o local pelos próximos 35 anos.

O Palmeiras exige que a Real Arenas "honre com a sua obrigação de realizar a manutenção adequada do campo" e ameaça pedir a interdição do estádio. Também defende que os problemas observados na superfície artificial não estão relacionados ao fato de o gramado ser sintético, além de mostrar preocupação com a integridade dos atletas, até porque as condições do solo têm sido apontadas como causadoras de lesões. O último a se machucar foi o atacante Bruno Rodrigues. Depois do clássico, Giuliano, do Santos, também apontou o estado do campo como motivo de sua lesão.

Abel Ferreira vem detonando a qualidade do campo desde o fim do ano passado, quando pediu que a superfície fosse trocada. "Precisamos com urgência que se troque o gramado sintético e troque por um outro do mesmo nível de quando eu cheguei aqui", disse o português. "Neste momento, não é só prejudicial aos adversários, é prejudicial para o Palmeiras. E que fique bem claro: quando o Abel chegou, nunca reclamou, o gramado estava top. O que falta é manutenção".

GOSMA NAS CHUTEIRAS DOS JOGADORESCriticada, a Real Arenas decidiu pedir a troca do composto termoplástico do gramado nesta segunda-feira, no "menor prazo possível". A posição foi endossada pela Soccer Grass, que havia identificado, por meio de laudos laboratoriais, que as temperaturas elevadas das últimas semanas na cidade de São Paulo derreteram o termoplástico utilizado na composição do gramado sintético, transformando o material em uma espécie de pasta.

Ainda de acordo com a fornecedora, o acúmulo de gordura causado pela poluição potencializou o efeito. Em nota, a empresa havia destacado a aprovação da Fifa para o uso do piso artificial, verificado em visitas anuais de técnicos da entidade, e afirmara estar pronta para realizar a manutenção no "menor espaço de tempo".

O elastômero termoplástico (TPE), mais conhecido como termoplástico, são partículas cilíndricas de até cinco milímetros de comprimento. A base do piso é uma tela de polietileno e propileno. Os tufos de grama são entrelaçados três vezes no suporte, para dar segurança. São necessários cerca de 30 blocos de piso, cada um medindo cerca de quatro metros de largura por 78 metros de comprimento. Segundo a empresa, esse material não suportou o calor da cidade.

Semelhante a uma borracha, o material é espalhado por debaixo da grama com o objetivo de amortecer o impacto nos jogadores. Ocorre que as pastilhas, derretidas por causa do calor, se fundiram e formaram um bloco de borracha semelhante a uma gosma, que ficou presa entres as travas das chuteiras dos atletas, como foi possível ver em vídeos que flagraram um funcionário do Palmeiras ajudando o goleiro Weverton a retirar os resíduos de sua chuteira.

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