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Incêndio no CT do Flamengo que deixou dez mortos completa um ano

Incêndio no CT do Flamengo que deixou dez mortos completa um ano

Muito tempo se passou, mas muitas respostas a serem dadas, fatos esclarecidos, indenizações pendentes e punição aos responsáveis

Publicado em 8 de fevereiro de 2020 às 06:01

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Alojamentos dos jogadores ficaram irreconhecíveis após o incêndio. (Reginaldo Pimenta/Agência Estado)

Neste sábado (08) completa-se exatamente um ano da maior tragédia já vivida por um clube brasileiro no país: o devastador incêndio que vitimou dez atletas da base do Flamengo, no Ninho do Urubu, no Rio de Janeiro chega a 365 dias do ocorrido com muitas respostas a serem dadas, fatos esclarecidos, indenizações pendentes e punição aos responsáveis. 

É de se imaginar a complexidade para se chegar a um denominador comum em relação aos valores que o clube deva indenizar as respectivas famílias dos garotos que se foram, por isso mesmo apenas três indenizações foram acordadas até a presente data. O pai de Rykelmo, uma das vítimas, aceitou o oferecido pelo Flamengo, mas a mãe do menino não chegou a um entendimento com o clube e procurou a Justiça. 

A diretoria do Flamengo diz manter-se aberta a negociações com os familiares pendentes, porém no pronunciamento realizado no último sábado (01) pelo presidente Rodolfo Landim e outros dirigentes, os indicativos são de que novos acordos estão longe de serem celebrados e devem prosseguir na Justiça, como já feito por pelo menos três famílias. A postura pouco clara e fria por parte do clube incomoda uma parcela significativa da torcida. 

Vítimas da tragédia. (Reprodução)
Vítimas da tragédia. (Reprodução)

Todos os sobreviventes do incêndio já chegaram a um acordo financeiro com o clube. Alguns atletas que saíram com vida do alojamento já não fazem mais parte dos time de base do Rubro-Negro e foram dispensados no início deste ano - o time carioca justificou que eles não atingiram critérios técnicos para prosseguirem no plantel.

Punição 

Limitar essa data icônica às indenizações, contudo, é superficial. Essa parte é o mínimo que o Flamengo deve fazer, além da ajuda de custo mensal de R$ 10 mil reais mensais e apoio psicológico aos parentes dos meninos mortos no alojamento. As investigações sobre o incêndio prosseguem um ano após a tragédia. Sabe-se que na ocasião o clube não possuía alvará de funcionamento do CT e os atletas da base não poderiam pernoitar no espaço. Até o início de março, o Ministério Público do Rio de Janeiro denunciará os responsáveis. O presidente atual do clube, o antecessor, Eduardo Bandeira de Melo, outros dirigentes e também todos os outros envolvidos que de uma forma ou outra possam ter contribuído para a propagação das chamas no local poderão responder criminalmente. 

Outra cobrança que recai sobre o Flamengo está relacionada ao memorial em homenagem aos garotos que se foram. O clube já manifestou que planeja construí-lo, porém ainda não saiu do campo das intenções. Neste sábado, o Flamengo entra em campo para enfrentar o Madureira pela última rodada da fase de Grupos da Taça Guanabara. 

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O clube não divulgou oficialmente quais homenagens prestará, mas sabe-se que os titulares levarão às costas os nomes dos dez meninos que perderam a vida. Também haverá uma missa em memória dos mesmos. Independentemente do que ocontecer em campo, este sábado, oito de fevereiro de 2020, também ficará marcado na história do Flamengo.

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