A movimentação e a valorização em torno da Copa do Mundo de Futebol Feminino são um sopro de esperança para as milhares de jogadoras espalhadas pelo Brasil afora. Longe dos holofotes e do (pouco) glamour em torno da seleção brasileira e das jogadoras que atuam em grandes clubes ou no futebol europeu, tem uma capixaba que espera por dias melhores.
Aos 25 anos, a atacante Thaís Ribeiro está há pouco mais de três anos no Vila Nova, o principal time de futebol feminino do Estado. Ela conta que não é fácil ser jogadora de futebol no Espírito Santo, mas torce para que a visibilidade desta Copa do Mundo respingue nos clubes menores.
"Espero que possa refletir no futebol como um todo, precisamos de igualdade. E não só de campeonatos, mas igualdade de materiais, uniformes, respeito. A gente precisa de visibilidade para crescer. Essa Copa do Mundo é um progresso muito grande."
Mesmo com muitas dificuldades no dia a dia, a camisa 22 revela que o futebol feminino tem evoluído nos últimos anos. Esta Série A-2 do Campeonato Brasileiro Feminino, por exemplo, já conta com algumas transmissões, algo que era artigo de luxo há um tempo atrás. No entanto, ainda há muito o que melhorar.
Antigamente, se a gente não se desdobrasse para alguém filmar o jogo, depois ninguém conseguiria assistir (risos). Hoje nossa maior dificuldade é o apoio financeiro. Temos que ir para o sinal vender rifa para competir. Não temos salário, jogamos por amor. Mas muitos times considerados grandes no Brasil também não pagam salário. Que essa realidade mude em breve, afirmou a jogadora e estudante de Direito.
Mesmo de longe, Thaís se enche de orgulho ao ver colegas vestindo a amarelinha e representando o Brasil. Eu confio muito nas meninas. Já joguei com a Bia Zaneratto, Andressinha, Luana, Letícia Sei que elas têm potencial. Eu, amante do futebol feminino, tenho que acreditar. Vadão é um técnico inteligente e creio que ele tenha escolhido o melhor para a seleção. Não vai ser fácil para os outros times, torço para que o Brasil vá para a final.
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