Embora tenha conquistado o título da Taça Rio, diante do Botafogo, o Vasco não conseguiu apresentar um bom futebol. Após ser derrotado no tempo regulamentar por 1 a 0, o Cruz-Maltino chegou a ser dominado pelo fragilizado adversário, mas ergueu o troféu graças a atuação monumental de Vanderlei nas penalidades, que agarrou todas as cobranças botafoguenses. Confira abaixo a análise do LANCE!, na partida que marcou o último desafio oficial do Gigante da Colina, antes da estreia na Série B.
> Confira os jogos da primeira rodada da Série BComo venceu a primeira partida por 1 a 0, fora de casa, o Vasco tinha a vantagem do empate para conquistar a Taça Rio. Mesmo assim, a passividade da equipe no primeiro tempo assustou qualquer torcedor. Isso porque, com a dinâmica botafoguense de adiantar as linhas e pressionar a saída de bola - algo inédito na equipe de Marcelo Chamusca -, os comandados de Cabo ficaram atordoados e, dessa forma, demoraram literalmente 10 minutos para conseguir avançar a linha que divide o gramado.
Então, o início era baseado em uma temática apenas: Botafogo pressionava e o Vasco, sem saber o que fazer, despejava a bola para o ataque, na esperança de conseguir dominar algum rebote para criar seus lances ofensivos. Porém, como o esperado, tal estratégia não deu certo.
E o problema era maior ainda quando o time tentava elucidar suas jogadas e trabalhar com a bola nos pés. Solitário na saída de bola, o volante Galarza ficou sobrecarregado, principalmente pela apagadíssima atuação de Andrey, que quase nunca o auxiliava nas construções preliminares. Dessa maneira, eram poucas as ocasiões em que a bola chegava em Morato - escalado como armador. Entretanto, o jogador ainda tentou articular os lances e tabelar com Jabá ou Pec, que também não estavam em uma boa tarde.
- Eu acho que foi nosso pior primeiro tempo. Entendo que não jogamos bem no início, muito desatentos com as chegadas do adversário. O Botafogo com intensidade maior e marcação pressão, conseguiu surtir efeito. Nós não entendemos como sair deste jogo, e não estava funcionando nossa estratégia. Então, eu tentei corrigir na parada técnica trocando Léo Jabá de lado, mas também não teve efeito. Mas no segundo tempo com as modificações, até o gol a gente foi melhor do que o Botafogo - disse o treinador, sobre o péssimo início de jogo do Vasco.
Tal ineficácia dos pontas prejudicou por completo o artilheiro Cano. Completamente isolado, sem os apoios vindos das laterais ofensivas, ou até mesmo do meio campo - que estava totalmente espaçado -, o argentino praticamente não tocou na bola e ficou apagado o jogo inteiro, sem dar uma finalização sequer. Com isso, ao término do primeiro tempo, o Cruz-Maltino havia tido apenas uma chegada produtiva, em boa finalização de Zeca, que acabou sendo superado pelo goleiro Douglas Borges. Aliás, junto a Morato, o lateral talvez tenha sido quem mais tentou ir para cima do Glorioso e buscar jogadas de linha de fundo.
Na etapa final, é verdade que o Vasco voltou um pouco mais ciente das suas ações. Até os 15 minutos, a equipe tentava trocar passes com mais objetividade, mas mesmo assim, apresentava a mesma apatia vista no primeiro tempo. Foi aí que o Botafogo cresceu na partida. Com as mudanças de Chamusca, a equipe ganhou fôlego e começou a pressionar o Cruz-Maltino, que viu o roteiro dos 45 minutos iniciais se repetir: erro nas saídas de bola, problemas para sair da pressão e poucas alternativas para realizar a transição.
Nesse sentido, após o gol de Gilvan, que segundo Marcelo Cabo foi ilegal, por conta de uma suposta falta de Navarro em Vanderlei, o Vasco ficou ameaçado de sofrer a virada. Virada esta que não ocorreu, pela improdutividade do ataque alvinegro.
Vale ressaltar que com as mexidas feitas na equipe, Cabo conseguiu, ao menos, preencher o meio campo (principalmente após a entrada de Rômulo). Mas, era pouco para um time que queria vencer ainda no tempo regulamentar.
Com o 1 a 0 persistente no placar, chegou a decisão nas penalidades. É claro que é negativo o fato do time ter tido a vantagem no primeiro jogo, e deixa-la escapar atuando em casa. No entanto, a disputa por pênaltis serviu para demostrar ao torcedor que, se tem uma coisa que a diretoria acertou nesta temporada, foi a contratação de Vanderlei.
Se o experiente goleiro de 37 anos estava encostado no Grêmio e com poucas oportunidades, desde que chegou ao Vasco, mostrou que ainda pode render frutos positivos. Com uma extensa carreira construída por meio do Coritiba e do Santos, Vanderlei esbanjou experiência e categoria para salvar o Cruz-Maltino.
Apesar de Pedro Castro, Felipe Ferreira e Frizzo terem batido mal suas cobranças, o goleiro vascaíno foi fenomenal ao defender três pênaltis em sequência e, assim, ser o principal responsável pela conquista da Taça Rio.
PRÓXIMO DESAFIO
Após a conquista da Taça Rio, o Vasco concentra todas as suas atenções para a estreia na Série B. Assim, na primeira rodada, que será no próximo dia 28, às 11h (de Brasília), o Cruz-Maltino encara o Operário-PR, em São Januário.
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