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Refugiados: famílias venezuelanas são acolhidas em Iconha

Refugiados: famílias venezuelanas são acolhidas em Iconha

"Sou muito agradecido, primeiramente a Deus e, depois, ao povo de Iconha e Espirito Santo, pessoas de grande coração"

Publicado em 28 de junho de 2019 às 14:59

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Osnel Carneiro veio da Venezuela com a esposa, Ana Pabon, e os três filhos, Álan, José e Santiago. (TV Gazeta Sul)

O Brasil está cheio de histórias de venezuelanos que buscaram refúgio e uma nova vida no país. Algumas dessas histórias são cheias de superação e muita solidariedade de brasileiros que acolhem os imigrantes com todo apoio necessário.

Em Iconha, no Sul do Estado, vivem cerca de oito famílias que vieram da Venezuela e foram recebidos pelos moradores da cidade. Tudo começou no ano passado, quando Regina Paganini, estava em contato com um amigo jesuíta que trabalhava com os refugiados em Roraima e começou a conversar sobre isso com sua família.

“Eu já estava com uma vontade de acolher uma família, mas confesso que ainda sentia um pouco de medo do que as pessoas iam pensar, até que um dia, em conversa aqui em casa, meu filho falou: “vamos acolher uma família venezuelana?” Nossa, eu fiquei muito feliz e já começamos a organizar a tudo”.

Enquanto entravam em contato com os jesuítas de Roraima, com apoio da Paróquia Santo Antônio de Pádua, que é de jesuíta, em Iconha, Regina e sua família organizaram uma casa, com todo suporte que uma família precisava para ser acolhida na cidade. “Nós ligamos para o pároco e já alugamos e mobiliamos uma casa para eles. Isso é coisa do coração.”

O trâmite para que a família venezuelana demorou cerca de dois meses e no dia 16 de setembro de 2018, estavam em Iconha. “Eles ficaram muito encantados com o município. Toda a paróquia de Iconha se envolveu no acolhimento”, contou Regina.

A ideia cresceu e outras famílias também chegaram em Iconha, acolhidos por moradores da cidade. “A boa vontade da família Regina se espalhou pelas comunidades e decidimos acolher outras famílias”, José dos Passos, Padre Jesuíta. Hoje, vivem cerca de 40 venezuelanos, entre crianças e adultos, em Iconha e moram na região central e no interior do município.

“Todo o acolhimento foi feito com apoio da paróquia e de comunidades, mas agora não temos mais como receber outras famílias. Seria muito bom se outros municípios e outras pessoas se interessassem em ajudar os refugiados. Lá é bem mais difícil que a gente imagina”, disse Regina.

Osnel Carneiro, que veio com a esposa Ana Pabon e os três filhos, Álan, José e Santiago, conta como era a vida na Venezuela. “A situação estava muito crítica lá. Você trabalhava um mês e dava pra comprar um frango. Depois ficava só com um pouquinho de dinheiro que não dava pra nada.” “Não sabia o que fazer em outro país. Só precisava sair de lá”, completou Ana.

Em Iconha, os dois já estão trabalhando e as crianças estudando. Osnel, é engenheiro por formação, e no seu país trabalhava em uma empresa petrolífera, agora, trabalha em uma fábrica de baú de alumínio para caminhão e sua esposa faz faxinas. “Eu sou da condição, que quando uma pessoa quer fazer a coisa e é bom de coração, aprende rapidinho. Quando cheguei, não sabia fazer baú, mas com ajuda do chefe e perseverança, aprendi.”

“Eu estou muito agradecida de ter um trabalho que me ajuda e honra. No início eu não gostava de faxina, agora sei que é um trabalho que vale a pena. Agradeço muito”, disse Ana.

Osnel disse, emocionado, que agradece muito o acolhimento de Iconha. “Sou muito agradecido, primeiramente a Deus e, depois, ao povo de Iconha e Espirito Santo, pessoas de grande coração".

JESUÍTAS E REFUGIADOS

O SJMR – Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados – é uma instituição da Companhia de Jesus, que busca servir, acompanhar e defender migrantes, solicitantes de refúgio e refugiados, promovendo e protegendo sua dignidade e direitos, acompanhando seu processo de inclusão e autonomia e incidindo na sociedade e no poder público, para que reconheçam a riqueza da diversidade humana.

Em âmbito regional, a organização trabalha, nos escritórios de Belo Horizonte, Boa Vista, Manaus e Porto Alegre, em parceria com a Cáritas Brasil, a Congregação das Filhas de Jesus, a Província Franciscana Santa Cruz, a Arquidiocese de Manaus, Fundação Avina/Porticus e Magis Américas, entre outros, procurando estabelecer, de forma contínua, uma rede de apoios que viabilize a continuidade da prestação de serviços de maneira gratuita.

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