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Prefeitura em alerta após casos de Leishmaniose em Muqui

Prefeitura em alerta após casos de Leishmaniose em Muqui

Desengano, que fica localizada no interior do município, já contabilizou cinco pessoas com a doença, além de outras comunidades rurais que também têm casos confirmados

Publicado em 20 de setembro de 2019 às 10:44

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Comunidade de Muqui sofre com casos de Leishmaniose . (TV Gazeta Sul)

Uma comunidade de Muqui, no Sul do Estado, está assustada com os casos de Leishmaniose registrados neste ano. Desengano, que fica localizada no interior do município, já contabilizou cinco pessoas com a doença, além de outras comunidades rurais que também têm casos confirmados.

A Leishmaniose é transmitida por mosquito, que transmite a doença após picar um animal infectado e picar uma pessoa. O tipo da doença que tem na região de Muqui é a cutânea e começa como uma ferida pequena, que não causa dor, mas precisa ser tratada.

O prefeito de Muqui, Renato Prúcoli, disse que a prefeitura está em alerta por causa do surgimento dos casos. 

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É um foco que surgiu na comunidade e o município está em estado de atenção. Colocamos nossa equipe lá em campo e estamos fazendo os trabalhos de tratamento e de também de prevenção

Renato Prúcoli, prefeito de Muqui
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A Joice dos Santos, de 22 anos, teve a doença no ano passado e contou como começou. "Eu não percebi quando o mosquito me picou, depois ficou parecendo ser berne, então meu pai colocou um esparadrapo para tirar no dia seguinte, e quando tirou o machucado já estava aberto e apareceu pus.”

O tratamento é feito com injeções e começou após a confirmação da doença, durando cerca de 60 dias. “Eu não sentia dor, mas fiquei com cicatriz no lugar que recebia as injeções. Foram mais ou menos 40 injeções em todo o tratamento”, disse em Joice.

Neste ano, o irmão da Joice, que tem 19 anos, também está enfrentando a Leishmaniose e o medo dela é que mais gente esteja infectada e não sabe. “A vigilância já foi na comunidade e viu a quantidade de cachorros que tem infectados lá. Talvez tenha mais gente com a doença e nem sabe porque não tem conhecimento.”

O médico infectologista, Eduardo Ribeiro Gomes, explicou as ações que foram realizadas na comunidade. “Fizemos a vigilância epidemiológica canica e foi identificado essa possível transmissão e está sendo feito hoje (19) a borrifação, semelhante da dengue, para matar o mosquitinho naquela região. Também é importante usarem protetores repelentes.”

O médico ressalta que as pessoas precisam ficar atentas, principalmente, quem mora no interior e próximo à matas. No caso de aparecimento de pequenas feridas, devem procurar um médico para uma análise.

O QUE É LEISHMANIOSE

É uma doença infecciosa, porém, não contagiosa, causada por parasitas do gênero Leishmania. Há dois tipos de leishmaniose: leishmaniose tegumentar ou cutânea (esse é o caso de Muqui) e a leishmaniose visceral ou calazar. A leishmaniose cutânea caracteriza-se por feridas na pele. A leishmaniose visceral é uma doença sistêmica, pois, acomete vários órgãos internos, principalmente o fígado, o baço e a medula óssea.

TRANSMISSÃO:

A leishmaniose é transmitida por insetos que medem de 2 a 3 milímetros de comprimento e devido ao seu pequeno tamanho são capazes de atravessar as malhas dos mosquiteiros e telas. As fontes de infecção são, principalmente, os animais silvestres e os insetos, porém, o cão doméstico e o cavalo também podem abrigar o parasita.

Na leishmaniose cutânea, os animais silvestres que atuam como reservatórios são os roedores silvestres, tamanduás e preguiças. Na leishmaniose visceral a principal fonte de infecção é a raposa do campo.

SINTOMAS:

- Leishmaniose cutânea: duas a três semanas após a picada aparece uma pequena pápula (elevação da pele) avermelhada que vai aumentando de tamanho até formar uma ferida recoberta por crosta ou secreção purulenta. A doença também pode se manifestar como lesões inflamatórias nas mucosas do nariz ou da boca.

- Leishmaniose visceral: febre irregular, prolongada; anemia; indisposição; palidez da pele e ou das mucosas; falta de apetite; perda de peso; inchaço do abdômen devido ao aumento do fígado e do baço.

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO:

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O diagnóstico da leishmaniose é realizado por meio de exames clínicos e laboratoriais e, assim como o tratamento com medicamentos, deve ser acompanhado por profissionais de saúde.

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