Publicado em 3 de junho de 2020 às 16:49
Desde que começou a tradição de confeccionar tapetes de Corpus Christi, em Castelo, no Sul do Espírito Santo, o trabalho é feito com a ajuda de voluntários. Eles se reúnem meses antes da festa, e, a partir do tema definido pela igreja, separam os serviços entre as comunidades. Mas, com as medidas de isolamento social para conter o avanço do novo coronavírus, tudo parou. E, neste ano, não haverá tapetes. >
A festa, realizada há 57 anos na cidade, é um dos maiores eventos religiosos do Estado e reúne cerca de três mil voluntários. Cada grupo fica responsável pelo desenho e produção dos quadros e passadeiras que representam a festividade. Na véspera, todos se reúnem e montam os tapetes. A notícia de que essa edição seria diferente, deixou os envolvidos tristes, mas cientes da importância da decisão. >
Bruno Salvador
Coordenador artístico dos tapetesComo não podem ir para as ruas, moradores e voluntários da Festa de Corpus Christi vão focar na decoração das fachadas das residências, principalmente àquelas que ficam nas ruas onde é realizada a confecção dos tapetes. >
O fotógrafo Daniel Passamani, de 27 anos, conta que desde que era criança ia para a casa da avó ajudar na decoração da entrada da residência. A gente começa junto com o pessoal que monta nas ruas, sempre usamos material recicláveis, panos e imagens religiosas. Como uma das paradas da procissão é aqui, fazemos de acordo com o tema da parada, explica. >
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Mesmo sem os tradicionais tapetes, ele garante que vai junto com a mãe, decorar a entrada da casa dos avós. A gente está pensando em fazer algo diferente, usar luzes para chamar atenção, já que não vai ter muitas pessoas nas ruas, como nos anos anteriores, conta. >
Quem também não vai deixar de ornamentar a frente da casa é a agricultora Zila Maria Belizário, que faz isso há quase 20 anos, desde que se mudou para Castelo. Todo ano a gente decora a frente da casa, e mais uns 500 metros da rua, com árvores e casa de outros vizinhos. Esse ano mudou, não vai ter esse trabalho todo, mas a frente da casa será decorada, garante Zila. >
E, de acordo com Zila, este é um ano em que mais pessoas deveriam fazer o mesmo. Para ela, não ter tapete não significa que não tem fé. Imagina se toda casa colocar uma imagem, uma toalha branca, qualquer coisa que represente o Corpus Christi. A fé está presente independente do tapete, e ainda neste ano que devemos pedir proteção, ressalta. >
Como a orientação é ficar em casa, os moradores da cidade podem fazer da entrada de suas casas uma nova maneira de retratar os tapetes. É essa a proposta da coordenação dos tapetes para este ano. >
Bruno Salvador
Coordenador artístico dos tapetesE, para que a tradição fique em casa este ano, a orientação é assistir e ouvir as missas pelos meios de comunicação. Diante desse panorama de pandemia, convidamos a todos a assistirem as missas que serão transmitidas pelas redes sociais da Paróquia de Nossa Senhora da Penha de Castelo, Rádio Cultura FM de Castelo e pela TV Gazeta Sul, finalizar o coordenador. >
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