A Justiça manteve a condenação do ex-vereador de Mimoso do Sul José Jardel Astolpho e determinou sua prisão na última quarta-feira (28). Ele foi condenado no Tribunal do Júri a 18 anos e 6 meses de prisão em maio de 11 de maio de 2018, pelo crime de homicídio duplamente qualificado, por ter encomendado a morte de seu cunhado e sócio, Sebastião Carlos de Oliveira Filho. O crime aconteceu em julho de 2008. Ainda na quarta, após a determinação da prisão, a Polícia Civil fez diligências no município em busca do acusado, mas ele não foi localizado. A informação desta sexta-feira (30) é de que o ex-vereador é considerado foragido.
Após a condenação, a defesa de José Jardel Astolpho recorreu da decisão, mas a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) negou o recurso e manteve, por unanimidade, a sentença de 1° grau, que condenou o ex-parlamentar.
O advogado que representou o ex-parlamentar alegou irregularidades no andamento processual, capazes de gerar a anulação da sentença dada em 1° grau da Justiça.
O CRIME
O crime aconteceu no dia 16 de julho de 2008 e foi supostamente motivado por uma dívida de R$ 260 mil envolvendo a prefeitura e o posto de gasolina, negócio em que vítima e acusado eram sócios. Antes de ser assassinado, Sebastião Carlos desfez a sociedade e abriu uma marmoraria.
Porém, estaria fazendo constantes cobranças ao vereador, que já teria recebido o pagamento e não havia repassado sua parte. Um policial militar e um civil teriam arquitetado o crime e os executores, Jocimar Marques e Marcos Henrique Muniz Coutinho, foram julgados e condenados a 19 anos de prisão. Após a condenação, Marcos confessou que José Jardel Astolpho foi o mandante do crime.
O sangue do meu pai clamava por Justiça
A família do empresário Sebastião Carlos acompanhou a decisão Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), em Vitória, nesta quarta. Antes, se reuniram e oraram pro Justiça. Uma das filhas da vítima, Myrella de Oliveira, conta que o sentimento, apesar de o acusado estar foragido, é de dever cumprido.
Para nós é uma situação triste pois envolve a família e pelo tempo que demorou. Mas também a sensação de dever cumprido, porque a justiça tarda mais não falha. Foram 11 anos de luta e hoje dormimos tranquilos e é a vez deles ficarem acordados. O sangue do meu pai clamava por justiça e nós fizemos justiça, conta.
Mesmo após a condenação, no ano passado, o ex vereador permanecia morando na cidade. O crime chocou os moradores de Mimoso do Sul na época e após o novo desfecho, voltou a ter repercussão, segundo a filha do empresário.
Éramos chamados de loucos por querer fazer Justiça. As pessoas que acreditavam na culpa dele ficaram chocados pela polícia ter deixado ele escapar e as que não acreditavam em sua inocência, ficaram chocadas por quê ele fugiu, se não deveria nada?., disse a filha.
A família faz o apelo para as pessoas que tiverem informações sobre José Jardel Astolpho denunciem à polícia pelo 181.
A defesa de José Jardel Astolpho procurada pela reportagem, que até o momento não obteve retorno.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta