Publicado em 12 de abril de 2018 às 23:41
Depois de ser cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-ES), o prefeito afastado de Itapemirim, Luciano Paiva (PROS), obteve uma vitória no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O ministro Jorge Mussi reverteu, na última terça-feira (10), a condenação, por caixa dois de campanha, referente às eleições de 2012. Paiva foi cassado pelo TRE em novembro de 2016, já na reta final daquele mandato. Na decisão, o tribunal regional levou em conta informações e provas que surgiram na Operação Olísipo, do Ministério Público Estadual (MPES). A operação, deflagrada 2015, apurou fraudes em licitações para contratação de shows, serviços de engenharia e obras públicas em Itapemirim.>
Para Mussi, no entanto, como a Ação de Investigação Judicial Eleitoral, inicialmente, não tratava disso, os novos fatos somente poderiam ter sido acrescentados ao processo antes da fase de audiência de julgamento e somente com a concordância do réu. O mesmo argumento, lembrou o ministro, foi utilizado pelo TSE ao negar a cassação da chapa Dilma-Temer, no ano passado.>
A manutenção da cassação tornaria Luciano Paiva inelegível por oito anos. A decisão de Jorge Mussi o torna apto a disputar as eleições. Mas o DEM, partido autor da ação contra o prefeito, vai recorrer.>
"A decisão é uma contradição em termos. Originalmente, nossa representação foi julgada improcedente pelo TRE, mas no curso desse processo a gente fez a juntada de fatos e documentos novos que não haviam sido analisados pelo TRE. Foi o próprio TSE que, atendendo a um recurso especial nosso, determinou que o TRE julgasse o processo com base nas provas da Operação Olísipo. Agora, o ministro diz que isso não vale?", questionou o advogado Helio Maldonado.>
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A defesa de Luciano Paiva, por sua vez, sustenta que nunca houve caixa dois na campanha de Paiva e destaca que o pedido pela cassação foi negado anteriormente. Superado, ao menos momentaneamente, esse problema jurídico, Paiva ainda enfrenta outro. Reeleito em 2016, ele está afastado do cargo devido a uma ação penal, em que responde pelo superfaturamento de desapropriações.>
"O Ministério Público alega que houve superfaturamento, mas a falha é tão grande, no nosso entendimento, que o laudo que aponta esse suposto superfaturamento diz que Itaoca não pertence a Itapemirim", afirma a advogada Larissa Mileipe.>
ELEIÇÕES>
Para concorrer nas eleições deste ano, em que estão em disputa cargos como os de deputado estadual e federal, prefeitos teriam que se desincompatibilizar dos cargos até o último dia 7, de acordo com a legislação eleitoral. Afastado das funções, o prefeito de Itapemirim não tomou essa medida, mas também não tem atuado como ordenador de despesas.>
"Eu ainda não sei se vou me candidatar. Vou ver com meu jurídico, mas eu pretendo levar o meu mandato de prefeito se possível", afirmou Paiva nesta quinta-feira.>
A advogada diz que a questão jurídica da candidatura ainda está em análise. "Estamos estudando, avaliando. E ele tem que ouvir o grupo dele e a família dele. Mas vamos primeiro ver a situação jurídica", ressalta.>
(Com colaboração de Geizy Gomes)>
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