Com pouco mais de dois meses à frente do Poder Executivo, o governador Renato Casagrande (PSB) afirmou, nesta segunda-feira (11), que encontrou, no Estado, uma situação pior que a das "avaliações mais pessimistas".
Casagrande esteve na Assembleia Legislativa para apresentar aos deputados o planejamento estratégico de seu governo. "Não é exagero dizer que a situação que encontramos superou muito as avaliações mais pessimistas", avaliou.
As críticas do governador foram concentradas nas condições de infraestrutura. Citou a situação dos terminais do Transcol, da Segunda Ponte, dos hospitais e da sede do Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema). Também reclamou das condições dos presídios, do Iases e do Departamento Médico Legal (DML).
"Assumimos o Estado nessas condições de precariedade", frisou Casagrande. No compromisso na Assembleia, Casagrande destacou que seu governo ainda está no início e que só poderá prestar contas das realizações no ano que vem.
Apesar das alfinetadas na gestão passada, capitaneada por Paulo Hartung (sem partido), o governador disse que está "andando para frente" e "sem paralisar obras".
O socialista respondeu a perguntas de deputados. Do mesmo partido de Renato Casagrande, Sergio Majeski foi o único a fazer questionamentos que poderiam tirar o governador da zona de conforto. Ao responder, Casagrande foi aplaudido pelos demais deputados. O debate se deu em bom nível.
Majeski perguntou sobre indicações políticas para cargos importantes. No mês passado, o governador apoiou o ex-presidente do PSB Luiz Carlos Ciciliotti para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, algo criticado por Majeski.
Para o deputado, esse modelo de escolha, por indicação, não apenas para o TCES, deve ser superado.
O governador disse que é necessário separar o joio do trigo e que criticar a militância partidária é reduzir a importância da representação.
"Temos que ter indicações qualificadas. E nem toda indicação é desqualificada", disse, antes de criticar: "daqui a pouco vão querer exigir concurso público até para ser deputado".
GOVERNO ANTERIOR REBATE
Ex-secretário de Planejamento na gestão de Paulo Hartung (sem partido), Regis Mattos reagiu às críticas lançadas por Casagrande.
"É preciso parar de olhar pelo retrovisor, enfrentar os desafios que o dia a dia da administração impõe e não buscar pelo em ovo. A população já não engole esse tipo de discurso. O governo Paulo Hartung não foi um dos melhores do país. Foi o melhor do país em contas organizadas e também ganhou destaque em suas políticas sociais, como na área de educação - onde conquistou o posto de melhor ensino médio do país. Também alcançamos a menor taxa de homicídios dos últimos 29 anos. O Estado foi entregue com recursos livres em caixa. Há, também, recurso orçamentário e financeiro para conceder reajuste ao funcionalismo. O desafio é dar continuidade à qualidade da gestão que fizemos e montar boa equipe para que os resultados da atual administração apareçam."
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