A prefeita afastada de Presidente Kennedy, Amanda Quinta, está desfiliada do PSDB. A carta de desfiliação da agora ex-tucana foi apresentado nesta segunda feira (10), na sede do diretório municipal da sigla de Presidente Kennedy.
A informação foi confirmada por João Pizzo, presidente do Conselho de Ética do PSDB, no qual Amanda já enfrentava um processo de desfiliação, instaurado após ter sido presa pela Operação Rubi, do Ministério Publico Estadual (MPES), que investiga pagamentos de propina em contratos de limpeza pública firmados por empresas com prefeituras do ES.
No dia 4 de junho, o conselho havia definido o afastamento da prefeita do partido por 90 dias até que o processo de investigação de sua conduta fosse concluído. A comunicação, a fim de que Amanda apresentasse sua defesa, seria feita nesta quarta feira (13), no presídio de Cachoeiro de Itapemirim, onde Amanda está presa.
No entanto, com a apresentação da carta de desfiliação, datada do dia 6 de junho, o processo no Conselho de Ética não precisará ir à frente. De acordo com Pizzo, no pedido, a prefeita alega ter motivos pessoais para solicitar a saída do partido. De acordo com o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-ES), quando o membro de um partido apresenta sua carta de desfiliação, ela ocorre de forma automática.
A defesa da prefeita afastada confirma que o pedido foi assinado por ela e entregue ao PSDB por um dos advogados. No entanto, prefere não comentar o assunto por tratar-se de questão pessoal.
Amanda Quinta foi presa em flagrante na noite de 8 de maio, após uma operação do MPES interromper uma reunião do suposto grupo criminoso e encontrar uma mochila com R$ 33 mil na casa da prefeita.
Em relação às fraudes em Presidente Kennedy, o MPES aponta o companheiro e chefe de gabinete da prefeita, José Augusto de Paiva, como responsável por operar o esquema de pagamento de propinas. Ele também está preso.
O MPES afirma que os empresários Marcelo Marcondes e José Carlos Marcondes, donos da empresa de limpeza pública, saíam do Rio de Janeiro e vinham ao Espírito Santo uma vez por mês para fazer pagamentos de propina a José Augusto de Paiva. Os dois estão presos.
OPERAÇÃO RUBI
Cidades investigadas: Presidente Kennedy, Marataízes, Piúma e Jaguaré
Início da investigação: Final de 2017
Motivo: Fraude em licitações com empresa de limpeza pública
Crimes investigados: organização criminosa, fraude em licitações, lavagem de dinheiro, falsidade documental e corrupção ativa e passiva
Valores dos contratos: Aproximadamente R$ 14 milhões em Presidente Kennedy e cerca de R$ 9 milhões em Marataízes
Como era o esquema: Dois empresários dono da empresa davam dinheiro para agentes públicos em troca de contratos com as prefeituras
Ex-funcionários ajudaram: A ex-funcionários da empresa de limpeza explicaram para os investigadores como a quadrilha operava
Em Presidente Kennedy: dinheiro era recebido pelo companheiro e chefe de gabinete da prefeita Amanda Quinta, José Augusto Paiva. Reuniões aconteciam na casa da prefeita. Trinta policiais participaram de monitoramento da última reunião.
Em Marataízes: Investigadores afirmam que dinheiro eram entregue ao prefeito Robertino Batista (PDT)
Situação de Piúma e Jaguaré: Investigações estão no início e detalhes não foram revelados
Empresa de trasporte público: A operação também investiga irregularidades em empresa de transporte público em Presidente Kennedy, mas os possíveis problemas não foram divulgados
Origem do nome: Rubi foi uma adaptação do sobrenome de Jack Ruby, acusado de assassinar o homem que matou o presidente John Kennedy, em 1963. Em 2012, uma operação que também prendeu um prefeito de Presidente Kennedy foi batida de Lee Oswald, responsável por matar o presidente norte-americano John Kennedy.
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