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Não podemos aceitar que Macron dispare ataques descabidos, diz Bolsonaro

Não podemos aceitar que Macron dispare ataques descabidos, diz Bolsonaro

Presidente afirmou que ajuda do G7, grupo dos sete países mais ricos do mundo, para "salvar" a Amazônia não pode ser "disfarce": "Como se fôssemos uma colônia ou uma terra de ninguém", ressaltou Bolsonaro

Publicado em 26 de agosto de 2019 às 15:01

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O presidente Jair Bolsonaro respondeu às críticas feitas pelo presidente francês, Emmanuel Macron, na manhã desta segunda-feira (26).

O presidente Jair Bolsonaro durante gravação de pronunciamento na TV. (Agência Brasil)

"Não podemos aceitar que um presidente, Macron, dispare ataques descabidos e gratuitos à Amazônia, nem que disfarce suas intenções atrás da ideia de uma 'aliança' dos países do G7 para 'salvar' a Amazônia, como se fôssemos uma colônia ou uma terra de ninguém", publicou o presidente, em uma rede social.

"Outros chefes de Estado se solidarizaram com o Brasil, afinal respeito à soberania de qualquer país é o mínimo que se pode esperar num mundo civilizado", acrescentou Bolsonaro.

Mais cedo, o presidente francês disse esperar que os brasileiros "tenham logo um presidente que se comporte à altura do cargo".

Macron afirmou também que "é triste" ver ministros brasileiros insultarem líderes estrangeiros e voltou a dizer que Bolsonaro descumpriu o que havia sido acertado. 

"Bolsonaro me prometeu, com a mão no peito (na cúpula do G20, em julho, no Japão), fazer tudo pelo reflorestamento e respeitar os engajamentos do Acordo de Paris (sobre a mudança climática) para podermos fechar o pacto comercial (entre União Europeia e Mercosul). Devo dizer que ele não falou a verdade", acrescentou.

O presidente da França, Emmanuel Macron. (Thibault Camus)

"Dias depois, o presidente demitiu cientistas de seu governo", lamentou o francês, referindo-se ao afastamento do presidente do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Ricardo Galvão, após a divulgação de estatísticas sobre o desmatamento que desagradaram ao governo.

CRISE DIPLOMÁTICA

Brasil e França vivem a mais séria crise diplomática desde a década de 1960, na opinião de diplomatas europeus e brasileiros ouvidos pela reportagem.

Os desentendimentos entre os dois líderes se acirraram desde que o brasileiro ameaçou deixar o Acordo de Paris sobre o Clima e o francês reagiu prometendo barrar o acordo comercial entre União Europeia e Mercosul.

Na quinta-feira (22), Macron disse que as queimadas na Amazônia geraram uma crise internacional e convocou os membros do G7 a discutir soluções para o tema.

Bolsonaro reagiu às críticas. "A sugestão do presidente francês, de que assuntos amazônicos sejam discutidos no G7 sem a participação dos países da região, evoca mentalidade colonialista descabida no século 21", reagiu Bolsonaro no Twitter. 

Também na quinta, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), deputado federal e filho do presidente, compartilhou um vídeo com o título "Macron é um idiota".

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Na sexta-feira (23),  Bolsonaro voltou a criticar o presidente francês, Emannuel Macron, e o acusou de tentar potencializar o ódio contra o Brasil.  

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