Publicado em 27 de agosto de 2019 às 23:07
As pilhas de papel, os carimbos e os protocolos de documentos compõem a imagem das burocracias governamentais há anos. Para além da lentidão à agilidade dos processos, há o gasto permanente com material de escritório. Só no governo do Estado, são cerca de 500 folhas de papel usadas a cada minuto de expediente, segundo levantamento do próprio Poder Executivo.>
A gestão de Renato Casagrande (PSB) afirma trabalhar para mudar o cenário e, até 2021, extinguir a abertura de novos processos pelo meio físico no Estado. Daqui a dois anos, procedimentos, por exemplo, para requerer licenças ambientais, requisitar medição de obras e pagamentos por serviços tramitarão eletronicamente, segundo a promessa. Quando a digitalização estiver concluída, a partir de 2021, o governo prevê economia anual de R$ 8 milhões.>
Um impacto concreto da (falta de) agilidade está na remessa de informações policiais para o Ministério Público do Estado (MPES), por exemplo. Cabe a este órgão transformar as apurações em processos judiciais. Hoje, quando a Polícia Civil conclui um inquérito, ele precisa ser levado fisicamente até a promotoria, movimento que pode levar alguns dias.>
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"Inquéritos, boletins de ocorrência e outros procedimentos investigativos são feitos no nosso sistema, o Delegacia Online. Quando enviamos para o MPES ou para o Judiciário, tem que haver a impressão. E aí vai pelo sistema físico. Estamos começando a desenvolver tratativas para que o envio seja eletrônico", afirmou o chefe da Polícia Civil, delegado Darcy Arruda.>
SISTEMA DIGITAL>
O esforço para digitalizar os processos não começou neste governo. Lançado em julho de 2018, o sistema E-Docs foi desenvolvido em parceria entre o Instituto de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado (Prodest), a Secretaria de Controle e Transparência (Secont) e o Arquivo Público do Estado.>
A implementação começou tornando exclusivo pelo novo sistema o caminho para a solicitação de diárias por servidores do governo estadual. Este ano, como explicou a secretária de Gestão e Recursos Humanos (Seger), Lenise Loureiro, foi estabelecido um cronograma de aprimoramento do sistema, com aumento gradual dos processos que precisam, obrigatoriamente, "nascer" no meio eletrônico.>
Paralelamente, os servidores estão sendo capacitados a usar o sistema. De julho a dezembro, 3,5 mil funcionários públicos serão treinados pela Escola de Serviço Público do Espírito Santo (Esesp).>
"Temos dois anos para começar a tramitar todos os novos processos de forma virtual. Cada órgão está buscando estratégias para cumprir a diretriz. Já percebemos um avanço grande. Além das diárias, só são registradas eletronicamente processos de obras, como medições para pagamentos e processos de indicações parlamentares", frisou a secretária.>
Um processo qualquer no Executivo, segundo estudos da pasta, custa, em média, R$ 20,65, considerando gastos com papel, combustível para deslocar os calhamaços, tinta e arquivos. Se virtuais, a despesa média seria de R$ 0,23. Este ano, 24 mil processos já foram registrados no sistema. >
Lenise destaca que a proposta é digitalizar os processos novos. Os antigos não serão informatizados. O volume de papéis guardados nos escaninhos Estado afora inviabiliza a virtualização. "A economia é muito forte, mas não é só isso. É agilidade, ter diferentes controle e agilizar a prestação de serviços ao cidadão", disse.>
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