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Após vazamento de conversas, 20 mil defendem Sergio Moro no ES

Após vazamento de conversas, 20 mil defendem Sergio Moro no ES

Em 26 de maio, quando manifestantes pró-Bolsonaro também saíram às ruas de Vitória e Vila Velha, 35 mil compareceram, de acordo com a Secretaria de Estado da Segurança Pública

Publicado em 1 de julho de 2019 às 01:35

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Manifestantes pró-governo em protesto na Terceira Ponte neste domingo (30). (Carlos Alberto Silva)

O protesto que teve como foco o apoio ao governo Bolsonaro e ao ministro da Justiça, Sergio Moro, levou 20 mil pessoas às ruas de Vila Velha e Vitória na tarde deste domingo (30), de acordo com a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp).

O ato em nível nacional foi realizado após a divulgação de conversas entre procuradores que atuam na Operação Lava Jato e Moro, então juiz federal, pelo site “The Intercept Brasil”. Os diálogos, que antecederam a condenação do ex-presidente Lula (PT), levantaram o debate sobre uma possível parcialidade de Moro no caso.

Mas desta vez o número de manifestantes foi menor se comparado à manifestação ocorrida em 26 de maio, quando 35 mil pessoas protestaram a favor do governo no Estado, segundo a Sesp. Contudo, Jéssica Polese, que integra os movimentos Vitória da Ética e Resgata Brasil – ambos organizadores do evento – diz que o número chegou a 70 mil ontem.

Em todo o Brasil, 88 municípios registraram os atos, conforme aponta levantamento do portal G1. Em maio, os protestos se estenderam a 156 cidades.

Manifestantes na Praça do Papa, em Vitória. (José Carlos Schaeffer | CBN Vitória)

Vestindo majoritariamente verde e amarelo, símbolos dos movimentos pró-Bolsonaro, os manifestantes iniciaram a concentração na Praia da Costa por volta das 14h. Pouco depois das 16h, o grupo concluiu a travessia da Terceira Ponte, reunindo-se com outras pessoas que já aguardavam na Praça do Papa, em Vitória. Caminhoneiros prestaram apoio por meio de faixas e de um buzinaço.

Faixas e cartazes em defesa do ministro da Justiça e pautas como as reformas da Previdência, a tributária e o pacote anticrime, misturaram-se às inúmeras bandeiras do Brasil. Críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e, especialmente, ao ministro Gilmar Mendes, também foram vistas. Em uma das músicas, ouvia-se o trecho: “O STF está querendo legislar”.

Em cima do trio, organizadores também davam o tom do protesto. “Queremos que as instituições sejam fortes, mas não queremos mais golpes”, disse um deles na Praça do Papa.

POLÍTICOS

Políticos locais, como os deputados estaduais do PSL Capitão Assumção e Torino Marques; o presidente do PSL no Estado, Carlos Manato, e a deputada federal Soraya Manato (PSL) acompanharam o ato. Mas foi o senador Marcos do Val (PPS) quem discursou no trio elétrico, falou de Moro e do pacote anticrime.

 Do Val informou ao público que pretende enviar o relatório do projeto semelhante ao pacote anticrime que tramita no Senado à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na próxima semana e pediu o apoio da população para fazer com que líderes de partidos votem a favor da proposta. “Esse movimento de vocês faz um estrago no Senado, vocês não têm ideia”, afirmou.

Por outro lado, Fabiano Contarato (Rede) foi alvo de críticas. Cartazes e gritos de ordem foram disparados contra o senador, que recentemente votou contra o decreto de armas assinado pelo presidente. Contarato foi procurado pela reportagem, mas não comentou o assunto.

REPÚDIO

Ainda neste domingo, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Espírito Santo (Sindijornalistas/ES) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) divulgaram uma nota de repúdio em razão de atos contra jornalistas que cobriam o evento. Uma equipe da TV Tribuna foi hostilizada e obrigada a descer de um trio elétrico. A Rede Gazeta também foi hostilizada por manifestantes em outro momento.

“O direito de manifestação é livre, mas o respeito às equipes de reportagem e à imprensa é crucial na manutenção do Estado Democrático de Direito”, disseram as instituições.

Por volta das 17h, com a chegada da chuva, o protesto foi encerrado com uma oração.

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(Com colaboração de José Carlos Schaeffer)

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