Após o Gazeta Online mostrar que o senador Marcos do Val (PPS) é um dos três integrantes da bancada capixaba em Brasília que aderiram à aposentadoria especial a que os parlamentares têm direito, o senador decidiu abrir mão do benefício.
No Facebook, nesta segunda-feira (17), Do Val disse que adotou a nova postura porque "o povo entende que isso (a aposentadoria especial) é mais um privilégio". Dos 13 membros da bancada federal, somente ele, Rose de Freitas (Podemos) e Evair de Melo (PP) estão no regime especial, que possibilita que o valor da aposentadoria seja superior ao teto do INSS, que hoje é de R$ 5.839,45.
"Decidi abrir mão do Plano de Seguridade Social dos Congressistas (PSSC) (a famosa aposentadoria especial) a que tenho direito. Não por achar que estava fazendo algo imoral. Uma vez que nesse regime eu pagaria bem mais do que o plano sujeito às regras do INSS", escreveu Do Val.
"No regime do INSS, o desconto no salário é bem menor, de R$ 621 mensais (11% sobre o teto). Já os que escolheram a aposentadoria especial têm que contribuir com R$ 3.713 por mês (11% sobre o salário de parlamentar) por 35 anos. A aposentadoria especial se banca, não tem nenhuma imoralidade."
"Porém, o povo do meu estado e do Brasil entendem que isso é mais um privilégio e vem me solicitando para abrir mão. Como optei por um mandato participativo, ouvindo sempre meu eleitorado, decidi, na tarde desta segunda-feira abrir mão da aposentadoria do Senado", complementou.
Após a publicação deste texto, o senador reagiu, também por meio do Facebook: "Após reportagem....só pode ser brincadeira! Abri mão após escutar os Capixabas durante esse final de semana que estive no meu estado". A reportagem em questão foi publicada no sábado em A Gazeta e logo pela manhã do mesmo dia no Gazeta Online.
O PLANO DOS PARLAMENTARES
Por ano, a contribuição nesse regime rende R$ 964,65 a mais para a aposentadoria. Mas isso depende de quanto tempo de mandato o parlamentar tem. Um senador, por exemplo, tem oito anos em um só mandato.
"Se ele completar oito anos de mandato, ele consegue se aposentar com R$ 7.717,25, valor que está acima do teto de aposentadoria no INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social). Mas teria que possuir simultaneamente 35 anos de contribuição em qualquer regime previdenciário e ter 60 anos, independentemente do sexo. Por isso, é mais vantajoso emendar um mandato no outro, especialmente quando se aproxima dos 60 anos, avalia o economista Juliano César Gomes.
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