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Bandidos põe fogo em ônibus e deixam bilhete reclamando de presídios no ES

Bandidos põe fogo em ônibus e deixam bilhete reclamando de presídios no ES

"Essa é mais uma pequena demonstração da nossa revolta com o sistema prisional", dizia o recado deixado pelos criminosos

Publicado em 21 de fevereiro de 2019 às 09:40

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Ônibus incendiado na Serra. (A Gazeta)

Um ônibus foi incendiado na ES 010, em Nova Almeida, na Serra, ao voltar para a garagem por volta da meia-noite desta quarta-feira (20). Informações iniciais dão conta que o Transcol da linha 806 foi parado por bandidos, que ordenaram que motorista e trocador saíssem do coletivo. Eles atearam fogo ao veículo, fizeram disparos com arma, e ainda deixaram um bilhete com ameaças e a assinatura da organização criminosa PCV, que é o Primeiro Comando de Vitória, facção que domina o tráfico de drogas no Complexo da Penha, na Capital. 

"Essa é mais uma pequena demonstração da nossa revolta com o sistema prisional. Estamos cansados de ser tratado como animais. Caso esse esculacho, essa opressão não acabar nos presídios capixabas, as coisas podem piorar. Se tiver desacreditando só pagar pra ver".

Bilhete deixado por criminosos após incêndio que destruiu ônibus na Serra. (Gazeta Online)

POLÍCIA MILITAR

De acordo com a Polícia Militar, um ônibus do Sistema Transcol foi incendiado na Rodovia ES 010. Segundo informações, os autores do delito estavam a bordo de um veículo Fiat/Uno, quando abordaram o coletivo e atearam fogo. Os indivíduos também teriam realizado disparos de arma de fogo.

TENTATIVA EM VILA VELHA

Outro caso parecido aconteceu em Vila Velha na madrugada desta quinta (21). De acordo com informações da Polícia Militar, por das 2h um motorista da viação Atlântico Sul abordou uma viatura da PM na Avenida Carlos Lindenberg, na altura do bairro Ibes, e relatou para a guarnição que estava retornando para a garagem quando dois indivíduos, trajando roupas escuras, e de armas em punho, tentaram abordar o veículo.

Diante da ameaça, o motorista acelerou e não parou. No momento da abordagem, o coletivo passava pela Avenida Ana Merotto Stefanon, próximo ao Corpo de Bombeiros, no bairro Nova América, no mesmo município.

Ainda de acordo com informações da polícia, o motorista ouviu alguns disparos efetuados pelos criminosos. Mesmo assim, ele seguiu com o veículo e só parou quando avistou uma viatura já na Lindenberg e relatou o ocorrido. A situação foi passada para o Ciodes e demais guarnições, que patrulharam a região que ocorreu o fato, não encontraram os suspeitos.

O veículo foi atingido por um disparo na parte traseira e outro no vidro lateral, próximo ao acento do trocador, onde foi encontrado um projétil. O ônibus foi conduzido para o DPJ de Vila Velha.

(Com informações de Caíque Verli)

MARMITAS

No último domingo (17), uma empresa de alimentação, que produz marmitas para presídios da Grande Vitória, foi alvo de criminosos, por volta das 15h30, em Itacibá, Cariacica. Os criminosos deixaram um bilhete reclamando que, caso a qualidade da comida não melhore, eles iriam retornar ao local.

"Se não melhorar alimentação dos presídios vai ter vítima fatal. Isso é só uma demonstração de tudo que está pra acontecer caso não melhore", dizia o bilhete. 

Bilhete com ameaças deixado pelos criminosos . (Internauta)

De acordo com a Polícia Militar, os bandidos chegaram a jogar gasolina e atear fogo no local. As chamas foram controladas pelos funcionários.

LÍDER DO PCV RECLAMA DE COMIDA

Dias depois, na terça-feira (19), o Gazeta Online publicou que o líder da facção Primeiro Comando de Vitória (PCV), Beto, que comanda o tráfico no Complexo da Penha, reclamou para dirigentes da OAB que a comida servida na Penitenciária de Segurança Máxima II é ruim ou estragada.

O desabafo foi feito para os representantes da Ordem dos Advogados do Brasil, seção Espírito Santo (OAB-ES), durante visita ao Complexo Penitenciário de Viana na manhã desta terça-feira (19). Além de Beto, outros 11 detentos foram ouvidos.

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Beto relatou para o presidente da OAB, José Carlos Rizk Filho, que existe uma certa revolta entre os presos em decorrência da qualidade da comida. "Ele afirma ser de qualidade ruim e que às vezes chega estragada", contou. O depoimento foi no mesmo local onde também estão presas as principais lideranças das facções criminosas.

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