Publicado em 10 de abril de 2019 às 23:42
Vitória registrou uma queda de 48% no número de furtos e roubos de veículos em comparação com janeiro e fevereiro de 2018 quando ainda não havia sido instalado o cerco eletrônico nas entradas e saídas da Capital com o mesmo período deste ano. Nos primeiros dois meses do ano passado, foram 205 ocorrências, já neste ano foram 106 casos, segundo dados da Secretaria de Estado Segurança Pública (Sesp) e da prefeitura. Para a administração municipal e especialistas, o cerco eletrônico contribuiu para a redução.>
O sistema funciona desde o dia 20 de abril do ano passado com 70 câmeras que leem e fotografam as placas dos veículos. Quando há restrição de furto e roubo e o veículo passa por uma dessas câmeras, um alarme toca na Central Integrada de Operações e Monitoramento e as equipes da Guarda Municipal e da Polícia Militar são acionadas.>
O secretário de Segurança Urbana de Vitória, Fronzio Calheira Mota, relatou que desde a implantação do cerco foram recuperados 127 veículos. A possibilidade de um bandido ser pego em Vitória é maior que em outros municípios, isso inibe que a pessoa roube carro ou moto na Capital, disse.>
O empresário Renato Silva Trevizani, de 40 anos, teve dois carros roubados na Grande Vitória. O primeiro no bairro Hélio Ferraz, na Serra, em 2012. Já o segundo foi em 2017, em Jardim Camburi, na Capital. Da última vez, a esposa dele estava saindo com o veículo quando foi abordada por três homens. Após ter passado por essas duas situações, ele acredita que o cerco eletrônico pode contribuir para a segurança. Naquela época, não tinha esse tipo de tecnologia, disse.>
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GRANDE VITÓRIA>
O bom funcionamento do sistema na Capital, um projeto da própria prefeitura, fez com que o governo do Estado estipulasse a meta de estender a tecnologia para as outras cidades da Grande Vitória.>
O anúncio foi feito pelo governador Renato Casagrande em fevereiro deste ano, mas a Sesp informou, em nota, que ainda não há previsão de instalação nos demais municípios, já que a expansão está em estudo. Casagrande, inclusive, já foi vítima de roubo de carro duas vezes na região, ambas em 2018: a primeira em março, em Bento Ferreira, Vitória, na condição de ex-governador, e outra em dezembro, no Ibes, em Vila Velha, quando era governador eleito.>
O titular da Divisão Especializada de Furtos e Roubos de Veículos, delegado Ícaro Ruginski, ressaltou que o cerco eletrônico é uma boa ferramenta para ajudar na redução de furtos roubos e vê com bons olhos a instalação em outros municípios. O número de furtos e roubos está em queda em todo o Estado ao longo dos meses de 2018, e na Capital a utilização do cerco tem contribuído com o trabalho da polícia, destacou.>
O especialista em segurança da informação e perito em computação forense Gilberto Sudré acrescentou que o uso da tecnologia tem contribuído para a recuperação de veículos roubados e furtados.>
A tecnologia do cerco eletrônico é interessante, ela aumenta a quantidade de veículos recuperados e pode inibir a ação de bandidos. Mas, além das entradas e saídas, as câmeras também poderiam ser colocadas em vias dentro das cidades para que os carros roubados que circulassem dentro do município fossem identificados, ressalta.>
Sudré apontou que, além do investimento feito pelo poder público, as pessoas podem elas mesmas buscar tecnologia contra roubo. Há equipamentos disponíveis no mercado que rastreiam o carro, desligam o automóvel, ativam a buzina e até dão acesso a vídeos e áudios de dentro do veículo. Existem diversos serviços disponíveis, os rastreadores comuns possuem um baixo custo, diz.>
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