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'Pipoca só deve ser dada a crianças acima de 4 anos', diz Bombeiros no ES

"Pipoca só deve ser dada a crianças acima de 4 anos", diz Bombeiros no ES

Tenente-coronel Carlos Wagner explicou que alimento deve ser evitado até esta idade em virtude do risco muito alto de engasgo que ela proporciona nas crianças menores; veja outros cuiaddos

Publicado em 4 de novembro de 2019 às 22:26

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Pipoca. (annca | Pixabay)

Após o caso da criança de 1 ano e 9 meses que morreu nesta segunda-feira (4), dias após engasgar comendo pipoca em Cariacica, o tenente-coronel Carlos Wagner, do Corpo de Bombeiros, acende um alerta para os pais. O alimento só deve ser dado para crianças com mais de quatro anos. "Em virtude do risco muito alto de engasgo que ela proporciona nas crianças menores", completou.

O Corpo de Bombeiros do Espírito Santo dá palestras sobre cuidados a serem tomados com os filhos para evitar acidentes. O projeto "Mãe Prevenida Vale Uma Vida" fala sobre pequenas ações a serem tomadas no dia a dia para que pais e responsáveis saibam se prevenir e agir em casos de acidentes como engasgo, asfixia, quedas, afogamentos, entre outros.

“Primeiro, nunca deve se alimentar uma criança que está chorando, irritada ou em movimento, como em um carro, por exemplo. O alimento pode obstruir as vias aéreas e causar engasgo. A alimentação deve ser feita com calma, em um local seguro. Depois, deve se incentivar a digestão da criança, com tapinhas nas costas para arroto. Somente após isso, pode-se colocar a criança para descansar. Isso evita engasgos com vômitos, principalmente, nos bebês”, destacou o tenente-coronel.

Junto com o projeto "Mãe Prevenida Vale Uma Vida", o Corpo de Bombeiros também disponibiliza uma plataforma chamada "Dicas de Prevenção". Pais e responsáveis podem se cadastrar enviando uma mensagem de Whatsapp para o número (27) 99664-9716, onde semanalmente receberão dicas de prevenção e cuidados com as crianças.

OUTROS CUIDADOS

- Cuidado com as panelas de pressão e todas que estiverem muito aquecidas. Quando no fogão, os cabos devem estar voltados para o lado interno;

- Cuidado com o gás de cozinha e não deixe panelas ao fogo ao sair de casa. Sempre que necessitar sair, desligue o registro de gás;

- As brincadeiras com banheiras, eletrodomésticos, piscinas, rios ou construções devem ser evitadas, pois o senso de curiosidade é muito alto;

- Materiais como remédios, produtos de limpeza, produtos inflamáveis entre outros, necessitam de locais específicos e separados para armazenagem.

- Os sacos plásticos podem provocar asfixia, umas das principais causas de morte infantil, e devem ser guardados fora do alcance de crianças.

O CASO

Uma criança de 1 ano e 9 meses morreu por complicações após se engasgar comendo pipoca em Cariacica. Ela ficou internada por 45 dias no Hospital Infantil, em Vitória, mas não resistiu e faleceu nesta segunda-feira (4). A família, muito abalada, não quis conversar com a reportagem e não permitiu a divulgação da identidade da menina.

Uma tia-avó da criança conversou por telefone com o repórter Fábio Linhares, da TV Gazeta, e contou que a criança tinha o costume de comer pipoca e que estava na casa de uma babá quando se engasgou.

Segundo a tia, a menina foi socorrida e levada para o PA de Alto Lage, onde foi atendida e recebeu alta. Mas, continuou passando mal e foi levada para o Hospital Infantil. Lá, a tia conta que ela precisou passar por um procedimento para retirada de um grão de milho do pulmão. Depois disso, ficou 45 dias internada, mas, não resistiu.

Nós entramos em contato com a Prefeitura de Cariacica, informando o nome da criança para saber como foi realizado o atendimento no P.A. de Alto Lage, mas até o momento não tivemos retorno. A matéria será atualizada assim que a resposta chegar.

ESPECIALISTAS ALERTAM

Especialistas chamam a atenção de pais e responsáveis para terem cuidado com os perigos que o engasgo pode causar. O presidente da Sociedade Espíritos Santense de Pediatria, Rodrigo Aboudib, afirma que a atenção deve ser dada a qualquer objeto pequeno, seja alimento ou brinquedos, por exemplo.

“A criança tem, naturalmente, em sua fase do desenvolvimento a fase oral, onde ela conhece o mundo pela boca. Tem a tendência de levar a boca para conhecer o brinquedo ou o alimento. Se ela aspira essa pequena peça ou esse alimento, dependendo do tamanho, a obstrução que for causar no aparelho respiratório dela pode levar a quadros de pneumonia de repetição, ou um profundo desconforto respiratório, levando até a um quadro de asma, uma falta de ar muito grande. Nesses casos, é preciso levar ao hospital e fazer uma broncoscopia para retirar esse alimento ou brinquedo que está obstruindo essa via aérea”, explicou.

O médico também faz um alerta que a criança deve manter a atenção exclusivamente na comida no momento de se alimentar, citando o grande número de casos de menores comendo em frente a telas de celular, tablet ou computador.

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“É um absurdo, o erro é dobrado. Não só porque a sociedade brasileira de pediatria orienta que abaixo de dois anos a criança não deve estar exposta a tela, e na faixa de 2 a 6, no máximo uma hora de tela por dia, mas nunca no momento de comer. E também porque você está tirando a atenção da criança para o ato de mastigar e deglutir”, destacou.

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