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O dia da semana e a hora em que mais se mata no Espírito Santo

O dia da semana e a hora em que mais se mata no Espírito Santo

O dados são do Observatório da Segurança Cidadã, lançado pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) nesta segunda-feira (16)

Publicado em 17 de setembro de 2019 às 21:01

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Perícia em local de homicídio em Cariacica: 23 jovens de até 20 anos foram assassinados nos quatro primeiros meses deste ano. . (Gazeta Online)

Os crimes letais tem hora e dia marcados no Espírito Santo. O Observatório da Segurança Cidadã, lançado pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) nesta segunda-feira (16), mostra que eles são mais frequentes nos finais de semana, principalmente aos domingos. O horário de 22 horas é quando mais se mata no Estado. 

Fazem parte dessa estatística homicídio, latrocínio (roubo seguido de morte), lesão corporal seguida de morte e confronto com a polícia. Os dados são referentes às ocorrências de janeiro a julho deste ano.

O subsecretário de gestão estratégica da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), coronel Antônio Marcos de Souza Reis, explica que grande parte dos crimes ocorrem no final de semana porque é quando ocorrem mais aglomerações de pessoas, devido a eventos e festas.

“É nesse período que a juventude sai para se divertir, isso potencializa o mercado e o consumo de drogas e bebidas. Consequentemente, favorece o aumento de crimes seja pelo tráfico de drogas ou outros conflitos”, disse.

A ferramenta também traça o perfil das vítimas. A maioria é do sexo masculino, parda e tem entre 15 a 29 anos. Em 77% dos casos, a ferramenta mais utilizada para o crime é a arma de fogo. Os municípios que mais ocorreram os crimes letais são Cariacica, Serra, Vila Velha e Vitória.

De acordo com Reis, a maioria das vítimas tem ligação com o tráfico de drogas e está concentrada em áreas de grande vulnerabilidade social, onde estão membros de facções criminosas ou grupos locais.

 “O tráfico gera uma espiral de violência, desde os crimes ligados diretamente a ele até os crimes contra o patrimônio, em que muitos roubam para pagar dívidas”, disse.

O diretor de Integração e Projetos Especiais do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), Pablo Lira, acrescenta que no tráfico de drogas os envolvidos utilizam um código de conduta violento.

“Por causa do tráfico ocorrem confrontos por território e mortes de devedores, por exemplo. Além disso, o tráfico busca se valer da intimidação, o principal instrumento para isso é arma de fogo”, comenta.

REDUÇÃO 

Dos registros de homicídio, latrocínio, lesão corporal e confronto com a polícia, o primeiro representa 92% dos casos no Espírito Santo. De janeiro a julho deste ano, foram 562 assassinatos, enquanto que no mesmo período do ano passado foram 675 casos, havendo uma redução de 17% dos casos.

Souza Reis explica que essa redução é expressiva, no entanto, o número ainda é alto. Ele diz que com as políticas adotadas pelo programa Estado Presente, a tendência é diminuir cada vez mais.O objetivo é que atinja os indicadores da Organização das Nações Unidas (ONU), que são de 10 homicídios a cada 100 mil habitantes. Atualmente são 23 homicídios a cada 100 mil habitantes.

“Os números acabam sendo reduzidos pelas políticas adotadas de proteção social e proteção policial. Passamos a focar também na prisão qualificada de criminosos, ou seja, nos criminosos que causam danos maiores à sociedade. Quando tiramos eles de circulação, reduz o número de crimes com maior amplitude”, disse.

Entretanto, o número de vítimas por confrontos policiais aumentou em 5% no Estado, passando de 19 casos nos sete primeiros meses de 2018 para 20 no mesmo período deste ano. Reis explica que isso ocorre porque os bandidos estão mais violentos e agressivos. “Fazemos o enfrentamento com segurança, o disparo é dado em último caso”, diz.

Apesar de ainda não fazer parte das estatísticas do novo painel, a Sesp divulgou nesta segunda-feira (16) os dados de agosto. Foram 74 mortes de crimes letais intencionais, sendo 71 homicídios, um latrocínio e duas ocorrências de lesão corporal seguida de morte. No mesmo período do ano passado foram 89 casos. Não há dados de confronto com a polícia.

PAINEL 

Lira explica que o Observatório da Segurança Cidadã foi desenvolvido em parceria com a Sesp e o Instituto de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Espírito Santo (Prodest).

A ferramenta possibilita que o usuário compare a quantidade de crimes por cidade, o perfil da vítima, sexo, faixa etária e a arma utilizada para a prática do crime. Há dados de 2016 a julho de 2019.

“O observatório é uma ferramenta do programa Estado Presente para subsidiar as informações para os municípios, governo do Estado e governo federal. As informações contribuem para o desenvolvimento de políticas públicas”, pontuou.

 

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