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Moradores denunciam piora de alagamento após obra da Eco101 em Viana

Moradores denunciam piora de alagamento após obra da Eco101 em Viana

Construção do viaduto na região do bairro Vila Betânia tem causado transtornos aos moradores

Publicado em 28 de maio de 2019 às 23:08

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Viana - Obra de viaduto executada pelo ECO 101 na BR 262 próximo as entradas dos bairros Marcílio de Noronha e Vila Bethânia. (Vitor Jubini)

A obra para construção de viadutos que a empresa Eco101 está fazendo na BR 101, na altura dos bairros Vila Bethânia e Marcílio de Noronha, em Viana é alvo de reclamações de moradores, Prefeitura e Câmara de Vereadores.

Eles alegam que o serviço, da forma que está sendo feito, piorou muito os alagamentos nos bairros. Eles apontam o trecho na altura do posto Sete Belo como mais problemático.

Para tentar resolver a questão, a Prefeitura de Viana entrou com uma ação na Justiça Federal pedindo que a Eco101 faça uma galeria que escoe a água até o rio Formate. Para a administração municipal isso resolveria o problema.

Já o presidente da Câmara de Vereadores do município, o vereador Fábio Luiz Dias fez uma denúncia junto ao Ministério Público Federal (MPF) dizendo que a empresa está executando a obra fora dos padrões.

Há cerca de duas semanas, quando a Grande Vitória foi atingida por fortes chuvas, moradores de Viana afirmaram que locais que nunca tinham sofrido com enchentes ficaram inacessíveis, entre eles, a própria BR 101.

Eles explicam que o sistema de drenagem da obra leva a água toda para um córrego em Vila Betânia que não tem capacidade de absorver a quantidade de água, causando, então, os alagamentos.

Morador da região há 35 anos Arnaldo Dias da Silva lembra que nem chuvas que duraram uma semana causaram alagamentos tão severos quanto o mais recente, já durante a obra.

Ele ainda ponderou que a região sempre sofreu com alagamentos mas nenhum na proporção mais recente.

“A empresa canalizou toda essa água em um valão que passa próximo à Vila Betânia. Eu moro há 35 anos no mesmo lugar, já vi chuva de uma semana de chuva não ter tamanho impacto como o da último chuva”, lembra o morador.

Poder público

O prefeito de Viana, Gilson Daniel (Podemos) afirmou que tentou diálogo com a Eco101 e chegou a se encontrar com representantes da empresa mas não as partes não chegaram à uma solução. Por isso, a Justiça foi acionada.

“Entramos na Justiça porque tentamos um diálogo mas a Eco10 não está se importando com os empresários e moradores da região. Não queremos parar a obra nem prejudicar o desenvolvimento, só queremos a solução para esse problemas”, afirma o prefeito.

Já o vereador Fábio Luiz Dias também defende que a Eco10 faça as adequações necessárias para diminuir o impacto sobre os bairros.

“A cidade não tem que mudar em decorrência da eco, a Eco101 que tem que se adequar à cidade”, finaliza.

O que diz a Eco101

Em nota, a concessionária Eco101 afirmou que as obras na região não interferem no regime de captação e destinação do fluxo pluvial da região. Ainda segundo o texto, a obra prevê somente o remanejamento e reconstrução dos dispositivos de drenagem hoje existentes na rodovia.

A empresa também informou que fez um estudo hidrológico no trecho e detectou que todo o sistema de macrodrenagem existente na região e bairros adjacentes, localizados fora da área de domínio da BR101, não atendem do ponto de vista técnico às vazões mínimas necessárias para o escoamento de água pluvial provenientes do município de Viana, contribuindo com os alagamentos na região.

Por fim, a concessionária diz que tem mantido diálogo com a Prefeitura de Viana “para encontrar uma solução para os alagamentos, que ocorrem muito antes do início das obras realizadas pela Concessionária”.

Também em nota, o Ministério Público Federal (MPF) informou que recebeu as informações da Prefeitura de Viana e enviou ofícios às Eco101 e à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

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“O ofício para a Eco 101 foi expedido dia 14 de maio, já o da ANTT é da última segunda-feira, dia 27. Foi dado prazo de 30 dias para ambas as instituições responderem aos questionamentos do MPF”, diz a nota enviada pelo Ministério Público.

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