A obra para construção de viadutos que a empresa Eco101 está fazendo na BR 101, na altura dos bairros Vila Bethânia e Marcílio de Noronha, em Viana é alvo de reclamações de moradores, Prefeitura e Câmara de Vereadores.
Eles alegam que o serviço, da forma que está sendo feito, piorou muito os alagamentos nos bairros. Eles apontam o trecho na altura do posto Sete Belo como mais problemático.
Para tentar resolver a questão, a Prefeitura de Viana entrou com uma ação na Justiça Federal pedindo que a Eco101 faça uma galeria que escoe a água até o rio Formate. Para a administração municipal isso resolveria o problema.
Já o presidente da Câmara de Vereadores do município, o vereador Fábio Luiz Dias fez uma denúncia junto ao Ministério Público Federal (MPF) dizendo que a empresa está executando a obra fora dos padrões.
Há cerca de duas semanas, quando a Grande Vitória foi atingida por fortes chuvas, moradores de Viana afirmaram que locais que nunca tinham sofrido com enchentes ficaram inacessíveis, entre eles, a própria BR 101.
Eles explicam que o sistema de drenagem da obra leva a água toda para um córrego em Vila Betânia que não tem capacidade de absorver a quantidade de água, causando, então, os alagamentos.
Morador da região há 35 anos Arnaldo Dias da Silva lembra que nem chuvas que duraram uma semana causaram alagamentos tão severos quanto o mais recente, já durante a obra.
Ele ainda ponderou que a região sempre sofreu com alagamentos mas nenhum na proporção mais recente.
A empresa canalizou toda essa água em um valão que passa próximo à Vila Betânia. Eu moro há 35 anos no mesmo lugar, já vi chuva de uma semana de chuva não ter tamanho impacto como o da último chuva, lembra o morador.
Poder público
O prefeito de Viana, Gilson Daniel (Podemos) afirmou que tentou diálogo com a Eco101 e chegou a se encontrar com representantes da empresa mas não as partes não chegaram à uma solução. Por isso, a Justiça foi acionada.
Entramos na Justiça porque tentamos um diálogo mas a Eco10 não está se importando com os empresários e moradores da região. Não queremos parar a obra nem prejudicar o desenvolvimento, só queremos a solução para esse problemas, afirma o prefeito.
Já o vereador Fábio Luiz Dias também defende que a Eco10 faça as adequações necessárias para diminuir o impacto sobre os bairros.
A cidade não tem que mudar em decorrência da eco, a Eco101 que tem que se adequar à cidade, finaliza.
O que diz a Eco101
Em nota, a concessionária Eco101 afirmou que as obras na região não interferem no regime de captação e destinação do fluxo pluvial da região. Ainda segundo o texto, a obra prevê somente o remanejamento e reconstrução dos dispositivos de drenagem hoje existentes na rodovia.
A empresa também informou que fez um estudo hidrológico no trecho e detectou que todo o sistema de macrodrenagem existente na região e bairros adjacentes, localizados fora da área de domínio da BR101, não atendem do ponto de vista técnico às vazões mínimas necessárias para o escoamento de água pluvial provenientes do município de Viana, contribuindo com os alagamentos na região.
Por fim, a concessionária diz que tem mantido diálogo com a Prefeitura de Viana para encontrar uma solução para os alagamentos, que ocorrem muito antes do início das obras realizadas pela Concessionária.
Também em nota, o Ministério Público Federal (MPF) informou que recebeu as informações da Prefeitura de Viana e enviou ofícios às Eco101 e à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
O ofício para a Eco 101 foi expedido dia 14 de maio, já o da ANTT é da última segunda-feira, dia 27. Foi dado prazo de 30 dias para ambas as instituições responderem aos questionamentos do MPF, diz a nota enviada pelo Ministério Público.
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