Publicado em 11 de setembro de 2019 às 17:48
Uma das lideranças da organização criminosa que atua no Bairro da Penha, Giovani Otacílio de Souza, o Paraíba, será julgado na manhã desta terça-feira (10) como mandante de um homicídio ocorrido em maio de 2014. Ele acabou sendo preso em uma operação policial três anos após o crime. Com ele foi encontrado além de drogas, munição e armas, incluindo uma pistola banhada a ouro.>
Sentam no banco dos réus, junto com ele, outros três membros do tráfico na região também acusados pelo mesmo crime: Felipe dos Santos Pimenta, o Babidi; André do Carmo Boa, conhecido como Véi; e Endrick Braga Neto, o Vovozona ou Gordão. Todos já estão presos.>
Nos relatos constantes em alguns processos, Paraíba, que chegou a figurar na lista dos mais bandidos procurados, é apontado como uma das lideranças do Primeiro Comando de Vitória (PCV). Além do crime pelo qual será julgado nesta terça-feira (10), ele responde a pelo menos outros três processos em que também é acusado de homicídio. Os outros três acusados também fariam parte da mesma organização criminosa.>
MORTE NO BAR>
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O crime de 2014 aconteceu no dia 11 de maio, no interior de um bar localizado no Bairro Bonfim, em Vitória. Bruno Carlos Monteiro Barbosa foi morto com vários tiros. Segundo a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), os disparos foram feitos por Endrick e um menor de idade. Os dois seriam integrantes de outra organização criminosa, o Trem Bala, o braço armado do PCV.>
A mesma denúncia relata que no dia do crime, Bruno passou de moto pela rua da casa de André - apontado como gerente do tráfico do Trem Bala -, que ficou preocupado com a situação. Desconfiado, André foi até a boca de fumo e informou que Bruno poderia estar passando informações para o irmão, Andrezinho, que era dono de duas bocas de fumo, uma em Serra dourada e outra em Aracruz. "O réu André cobrou providências em relação a Bruno e disse que o mesmo não passaria daquele dia", diz o texto da denúncia.>
Coube a Felipe, membro da mesma organização criminosa, localizar a vítima Bruno. Com as informações, eles consultaram Giovani, que à época chefiava o tráfico na região, sobre a possibilidade de matarem Bruno. "O que foi autorizado por Giovani, que tinha interesse em tomar a boca de fumo de Andrezinho (irmão da vítima) em Serra dourada", relata o texto da denúncia. O crime acabou sendo executado pelo menor de idade e por Endrick.>
Por estes motivos, eles foram acusados de homicídio por motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima. Foram ainda incluídos na lei das organizações criminosas e no Estatuto da Criança e do Adolescente, por terem envolvido nos crimes um adolescente, o que pode resultar em aumento de suas penas.>
No processo há informações de que testemunhas teriam sido ameaçadas. Uma delas, segundo relato presente na decisão de pronúncia, integrava grupo de tráfico de drogas de Serra Dourada e Aracruz. Disse ainda em relação ao assassinato de Bruno que "os atiradores seriam Giovani e Endrick".>
No mesmo depoimento esta testemunha informou ainda: "Sobre o acusado Felipe, falou que não tinha nenhuma informação da participação dele, mas soube que ele foi ao velório e ameaçou familiares da vítima, eles mudaram da região. Que o acusado André informou o local onde a vítima estava, ele tinha interesse na morte da vítima pois eram de grupos rivais no tráfico e porque ele tinha interesse na esposa da vítima".>
Outra testemunha também citada na pronúncia, ouvida com identidade preservada, afirmou que Giovani e "Leo Bebezão" eram os chefes do trafico do grupo Trem Bala, tudo que acontecia tinha que passar pelo Giovani", consta no texto.>
O julgamento acontecerá no Fórum Criminal de Vitória, a partir das 9 horas. A advogada Patrícia dos Santos Ferreira Cavalcanti, que faz a defesa de André do Carmo Boa, preferiu não se manifestar sobre o julgamento. Os advogados dos demais não atenderam as ligações feitas pela reportagem.>
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