Outdoor do caso Isabela Cassani, na Avenida Beira-Mar - 18-11-1999
Outdoor do caso Isabela Cassani, na Avenida Beira-Mar - 18-11-1999. Crédito: Edson Chagas / Arquivo AG

Isabela Cassani: 58 exames de DNA, 10 delegados e nenhum assassino

Investigação policial foi marcada por polêmicas e desencontros de informações, em inquérito presidido por mais de 10 delegados

A investigação sobre a morte da estudante Isabela Negri Cassani passou pelas mãos de 10 delegados, foi marcada por polêmicas e desencontros de informações. E, apesar da realização de 58 exames de DNA, a polícia nunca chegou perto de encontrar o assassino. Até o momento, 55 testes tiveram resultado negativo. Apenas os três últimos aguardam a conclusão dos exames.

Em abril de 2004, o delegado Claudio Victor, que apurava o caso à época, já havia destacado que o exame seria crucial na apuração do crime.  “O exame de DNA tornou-se imprescindível para apuração desse crime face a inexistência de testemunhas e outros elementos capazes de identificar o autor do crime”, explicou.  Uma das pessoas que chegou a ser investigada realizou o exame duas vezes e em ambos o resultado foi o mesmo: negativo.

O inquérito ainda chegou a passar por duas forças-tarefas do Ministério Público Estadual (MPE), para o cumprimento das chamadas Metas. Era uma estratégia do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) para a conclusão de todos os inquéritos e procedimentos investigatórios de homicídios instaurados até 31 de dezembro 2007.

Em uma das avaliações, o promotor Christian Barreto Salcedo da Matta, de Cariacica, levantou os problemas existente com a amostra do DNA, obtido a partir do material colhido na estudante, no dia em que o corpo foi encontrado. "O perfil genético do indivíduo responsável pela fração espermática encontrada na vítima está incompleto, o que impossibilita a confirmação segura da identidade genética do autor", relatou, à época.

Em seguida,  ele determinou uma medida mais extrema. Mandou fazer um levantamento de todos os acusados de estupros registrados criminalmente no Estado, "tendo em vista que o modus operandi empregado contra a vítima evidencia que o autor é contumaz na prática deste tipo de crime”. Em seguida, orientou que deveriam ser excluídos os que estavam detidos à época do crime e que nos demais fosse feito o exame de DNA. Para nenhum deles o resultado foi positivo.

A investigação chegou a levantar a possibilidade de que o assassino fosse o mesmo de uma série de homicídios de mulheres registrados no Centro, sendo que a maioria das mortes ocorreu nas imediações do Sambão. Alguns dos suspeitos deste caso também foram testados, para checar a compatibilidade com o crime da Isabela, mas também sem sucesso.

Ao todo, 49 pessoas prestaram depoimento no inquérito, que foi presidido por pelo menos 10 delegados nas últimas duas décadas. Foram expedidos  seis mandados de prisão. Um deles para a missionária americana Leann Collen Gridley, amiga que residia no Centro de Vitória e esperava por Isabela na noite do crime. Porém, um dia antes da expedição do mandado, ela viajou para os Estados Unidos e nunca retornou. A polícia nunca conseguiu confirmar o envolvimento dela no caso. 

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