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Fraude dos repelentes no ES: acusados devem ressarcir R$ 1,1 milhão

Fraude dos repelentes no ES: acusados devem ressarcir R$ 1,1 milhão

Condenação é do Tribunal de Contas do ES; em 2016, foi constatado superfaturamento na compra de 75 mil frascos de repelente

Publicado em 16 de maio de 2019 às 19:18

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TCE-ES condena servidores públicos e empresa ao ressarcimento de mais de R$ 1 milhão por superfaturamento em compra de repelente. ( Reprodução | TV Gazeta)

Servidores públicos e o ex-subsecretário de Saúde foram condenados, junto com a empresa Silvestre Labs Química, ao ressarcimento de R$ 1,1 milhão aos cofres públicos devido ao superfaturamento na compra de 75 mil frascos de repelente, fato que aconteceu em 2016. A compra, por dispensa de licitação, foi realizada pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesa).

Em um julgamento que ocorreu nesta terça-feira (14), o TCE determinou que os responsáveis sejam punidos com a inabilitação para exercício de cargo em comissão ou função de confiança e multa. A empresa foi declarada inidônea e está impedida de participar de outros procedimentos licitatórios por cinco anos.

O conselheiro Sérgio Borges, relator do caso, detalhou que foi constatado que a Prefeitura da Serra, na época, adquiriu repelentes no valor unitário de R$ 8,80. Na compra da Sesa, o frasco do produto saiu por R$ 23,50.

Aspas de citação

eve-se frisar que, muito mais do que uma contratação caracterizada como antieconômica, resta claro que se tratou de um procedimento desenvolvido à base de condutas fraudulentas, destinadas ao benefício de determinados atores envolvido

Sérgio Borges, relator
Cargo do Autor
Aspas de citação

Em 2018, por meio Secretaria de Controle e Transparência do ES (Secont), a Silvestre Labs foi condenada ao pagamento de multa no valor R$ 1.072.500, além da suspensão de participação em licitação e impedimento de contratar com a administração pelo prazo de dois anos. A MPX - Consultoria, Comércio e Representações foi multada em R$ 264.375, sendo também suspensa pelo período de dois anos. Já a OS Geração recebeu multa de R$ 88.125. 

PREJUÍZO AOS COFRES PÚBLICOS

De acordo com reportagem publicada pelo Gazeta Online em dezembro de 2018, o esquema gerou um prejuízo de R$ 1,072 milhão aos cofres públicos, valor da punição aplicada contra a Silvestre. Na época, a Secretaria de Controle e Transparência do Espírito Santo, que aplicou a multa milionária contra a farmacêutica, afirmou que a empresa contou com a ajuda do subsecretário de Saúde da época, José Hermínio Ribeiro. Os repelentes foram distribuídos para grávidas por conta do risco de contágio pela zika, chikungunya e dengue, doenças provocadas pelo mosquito Aedes aegypti.

A COMPRA

Na época, José Hermínio Ribeiro explicou que esse foi o menor preço encontrado entre as 10 empresas que demonstraram interesse na venda. “Tivemos empresas que ofereceram o produto a R$ 7, mas que não atendiam ao descrito nos pré-requisitos”, destacou na ocasião. Uma semana após a denúncia do jornal, Ribeiro pediu exoneração do cargo.

Ribeiro — que chegou a ser preso, e foi solto semanas depois —, foi apontado como um dos principais mentores da fraude. Ao todo, sete pessoas foram indiciadas: três servidoras da saúde e quatro pessoas que atuavam em empresas privadas, duas na MPX Consultoria e duas da empresa Silvestre Lab, que vendeu os repelentes com valor bem acima do mercado. Dessas, cinco viraram rés na Justiça.

DINHEIRO FOI USADO ATÉ EM REFORMAS

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Em janeiro de 2017, o relatório final da investigação realizada pelo Núcleo de Repressão às Organizações Criminosas e à Corrupção (Nuroc) revelou que o dinheiro da fraude dos repelentes foi usado para pagamento de comissões e até em recursos na reforma de uma casa.

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