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Famílias expulsas da Piedade ainda não estão recebendo aluguel social

Famílias expulsas da Piedade ainda não estão recebendo aluguel social

Cerca de 40 famílias representadas pela Defensoria Pública do Espírito Santo abandonaram o morro com medo da violência, em 2018

Publicado em 27 de agosto de 2019 às 14:45

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Moradores carregando mudança no Morro da Piedade, em junho de 2018. (Bernardo Coutinho )

As famílias expulsas por criminosos do Morro da Piedade, em Vitória, em junho de 2018, ainda estão aguardando para começar a receber o aluguel social. Cerca de 40 famílias tiveram a esperança de receber o auxílio a partir do último mês de abril, quando tiveram uma decisão favorável da Justiça.

Famílias expulsas da Piedade ainda não estão recebendo aluguel social

No entanto, a Prefeitura de Vitória e o governo do Estado recorreram da decisão, e ainda não há data prevista para que as famílias recebam qualquer quantia em dinheiro. De acordo com a decisão tomada pelo desembargador Jorge Nascimento Viana, as famílias expulsas da Piedade receberiam o aluguel social por um período de até 18 meses.

A coordenadora cível da Defensoria Pública do Espírito Santo (DPES), Maria Gabriela Agapito, afirmou que, enquanto não recebem o aluguel social, muitas das famílias continuam passando por dificuldades. "Elas ainda estão em uma situação difícil", explicou.

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Muitas famílias morando na casa de parentes ou até se organizando entre elas para dividir uma habitação

Maria Gabriel Agapito, coordenadora cível da Defensoria Pública do Espírito Santo
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PEDIDO PARA QUE DECISÃO JUDICIAL SEJA CUMPRIDA

Maria Gabriela Agapito também afirmou que a Defensoria Pública já recorreu, solicitando a Justiça para que a decisão proferida em abril seja cumprida enquanto os recursos não são julgados.

"A Defensoria fez o pedido para que, enquanto não houvesse a decisão definitiva desse recurso, essa decisão fosse cumprida. A gente entende que as famílias estão há muito tempo em uma situação de vulnerabilidade, que é agravada com o tempo sem uma resposta positiva do Judiciário", opinou.

Clima no Morro da Piedade, em Vitória. (Fernando Madeira)

MELHORIAS NO MORRO

Enquanto a situação dos moradores que deixaram a comunidade não é resolvida, a defensora pública Maria Gabriela Agapito também disse que os moradores que continuam morando no morro cobram por melhorias na oferta de serviços públicos, como a limpeza das escadarias e maior frequência na coleta de lixo.

Sobre esses serviços, o secretário de Cidadania, Direitos Humanos e Trabalho de Vitória, Bruno Toledo, afirmou que eles foram retomados nos últimos meses e que serão intensificados.

Segundo o secretário, um dos focos da prefeitura para melhorar a qualidade de vida na comunidade é conseguir alternativas para que jovens da Piedade tenham acesso ao primeiro emprego, com a prefeitura buscando parcerias com empresas do setor privado.

"Eu tenho feito conversas com o setor empresarial, tenho ido a grandes empresas, para que eles possam aderir a essa proposta da prefeitura, para que os adolescentes contratados através do programa de aprendizagem seja contratos via prefeitura. A gente tem capacidade de dizer qual adolescente mais precisa do primeiro emprego", explicou Bruno Toledo.

HISTÓRICO DE CRIMES NO BAIRRO

A crise de insegurança no Morro da Piedade teve início em março de 2018, quando criminosos de bairros rivais fizeram invasões no bairro e mataram dois irmãos que não tinham envolvimento com o tráfico de drogas.

Casa incendiada no Morro da Piedade. (Fernando Madeira)

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A maior parte das expulsões de moradores aconteceram em junho do ano passado, quando cerca de 40 famílias deixaram o bairro e muitas casas ficaram vazias. No último dia 20 de junho duas casas foram incendiadas na Piedade, em um caso que a polícia afirmou ter relação com a disputa pelo comando do tráfico de drogas.

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